A Apple aposta em um mundo totalmente sem fio ao trazer para o Brasil os AirPods, fones de ouvido wireless que se conectam ao iPhone por meio do Bluetooth. A novidade tem a ver com o iPhone 7 e o iPhone 7 Plus, componentes da primeira linha da empresa em que não há mais a saída de áudio no tradicional padrão de 3,5 milímetros.
Com isso, o usuário tem que escolher entre conectar o telefone aos EarPods (são os fones de ouvido com fio) pela porta Lightning ou comprar os AirPods, que são vendidos separadamente.
A experiência de uso
O som dos AirPods é praticamente o mesmo do modelo com fio, presente em todos os iPhones vendidos até hoje. Na prática, isso quer dizer que os graves mais encorpados continuam fazendo falta, como é comum entre os fones cuja estrutura não encobre a orelha em parte ou totalmente.
A graça do produto está no software que facilita a primeira conexão entre os AirPods e o iPhone – nem parece que o procedimento envolve Bluetooth, pois basta abrir a tampa do estojo enquanto ele estiver perto do celular, e na sequência confirmar as informações do proprietário.
Também é muito prático ajustar as configurações dos AirPods. O usuário deve ir até as configurações do iOS, buscar pela seção sobre Bluetooth, e na sequência abrir a página com informações sobre os fones de ouvido. É ali que o consumidor decide, por exemplo, o qual será a ação quando der dois toques nos AirPods – sim, o fone de ouvido possui um sensor touch para detectar este contato.
Siri marca presença
A Apple deixa os AirPods configurados por padrão para acionar a Siri quando o usuário dá o toque duplo. A cena é mais ou menos assim: você está fazendo uma corrida pelas ruas da cidade enquanto ouve música. Na hora de pular para a faixa seguinte, é preciso dar dois toques em um dos fones de ouvido, aguardar o som de beep que a assistente virtual faz, e na sequência dizer "próxima música".
Abaixo estão algumas das funções que a Siri compreende quando é acionada a partir dos AirPods:
– "Aumente o volume" – a mesma estrutura de comando de voz vale para reduzir o volume
– "Ligue para o meu irmão Fábio"
– "Toque a minha playlist da academia" – o iPhone vai abrir a playlist no Apple Music; a função não é compatível com Spotify e outros serviços de música
– "Como eu chego ao Cristo Redentor" – a mesma estrutura funciona com outros pontos da cidade; a música vai continuar tocando, enquanto a Siri carrega o Apple Mapas para exibir o itinerário
Quem está acostumado com os botões no fio dos EarPods (como é o meu caso) deve considerar muito mais prático configurar os AirPods para pausar ou pular para a música seguinte ao receber os dois toques. Ao menos os microfones embutidos melhoram a qualidade da voz em áudios como os do WhatsApp.
A conexão entre o celular e os fones deixou de funcionar em alguns momentos durante os testes, mas de modo geral o desempenho é positivo. A distância entre os dois equipamentos pode chegar a dez metros, informação importante para os adeptos de academia.
E não, os fones não caem da orelha em movimentos bruscos, a despeito dos muitos esforços deste repórter para testar o produto.
A Apple promete cinco horas de autonomia de uso, número que foi alcançado a partir da seguinte metodologia: "Testes realizados pela Apple em agosto de 2016 usando unidades de pré-produção de AirPods emparelhados com unidades de pré-produção do iPhone 7, ambos com software em versão preliminar. A lista de reprodução compreendia 358 músicas diferentes adquiridas na iTunes Store (codificação AAC de 256Kbps). O volume foi ajustado para 50%. Os testes fizeram a descarga total da bateria dos AirPods, reproduzindo áudio até que a reprodução do primeiro AirPod fosse interrompida. A duração da bateria depende da configuração, do uso do dispositivo e de vários outros fatores." Essa é a informação que aparece no site oficial do produto.
Nos testes do TechTudo, os AirPods chegaram perto das quatro horas de uso ininterrupto, abaixo do prometido pela fabricante. Os fones de ouvido tinham 100% de carga quando a reprodução de música foi iniciada às 9h05 e se esgotaram completamente às 12h53. O volume estava na casa dos 70%.
A boa notícia é que o estojo recarrega totalmente os AirPods em aproximadamente 20 minutos. Ou seja, a cada 20 minutos de recarga, o usuário tem quase quatro horas de uso. Por fim, é importante salientar que o estojo é capaz de dar carga nos fones quase sete vezes seguidas, antes de ele próprio ir para a recarga na tomada – ele se pluga à corrente elétrica por meio do mesmo cabo Lightning do iPhone.
Vale a pena?
Resumo da ópera: embora a experiência seja bastante high-tech, os AirPods só farão sentido quando já vierem junto com um novo iPhone ou quando custarem bem menos do que os R$ 1.399 cobrados pela Apple. O preço no Brasil foge de qualquer propósito, e por isso o produto recebe uma nota tão baixa no quesito "custo-benefício" desta análise.
A situação muda de figura se a compra for no exterior. A aquisição dos AirPods pode valer a pena caso o consumidor pague os US$ 159 praticados nos Estados Unidos. Daria aproximadamente R$ 540, levando em consideração o câmbio do dia e os impostos locais.
Vale a pena comprar AirPods? Comente no Fórum do TechTudo.
>>> Veja o artigo completo no TechTudo
Mais Artigos...
- Como se transmite coronavírus? WhatsApp do Ministério da Saúde tira dúvidas
- Como postar vídeos com mais de 15 segundos no Musical.ly
- Nova Pokedéx? OneDrive agora identifica as suas fotos de Pokémon
- Xperia X ou Galaxy S7: celulares com Android têm ficha técnica poderosa
- Lista traz os melhores mods de Fallout 4 para o console Xbox One
- iPhone SE (2020) vs iPhone XS: compare preço e ficha técnica
- Ratchet & Clank: game para PS4 chega em 2016 para acompanhar o filme
- Pebble Time chega ao Kickstarter e arrecada milh?es em minutos
- Mulher pede socorro pelo Apple Watch e pula cerca para fugir de sequestro
- Confira como fazer uma busca no iPhone ou iPad usando o Spotlight