O conjunto de câmeras do celular é um dos recursos que mais atrai o consumidor na hora da compra. Cientes disso, as fabricantes de smartphones não poupam investimentos em melhorias – o que torna a fotografia digital a partir de telefones cada vez mais avançada e com maior qualidade.
Partindo de sensores que sequer tinham 1 megapixel de resolução, os usuários já podem usufruir de avançadas câmeras duplas e lentes de abertura variável, como as encontradas nos Galaxy S9 e S9 Plus e no Alcatel 5. A seguir, relembre momentos marcantes do progresso dessa tecnologia. No meio do percurso, você vai relembrar aparelhos de empresas famosas, como Nokia e Sony, que marcaram época não só pelas câmeras.
Câmera dupla do iPhone X (Foto: Thássius Veloso/TechTudo)
Você consegue imaginar uma foto capturada com 0,11 MP? Essa era a resolução do sensor simples de imagem que acompanhava o J-Phone, celular japonês lançado em 2000 e que marcou apenas por ter sido o primeiro telefone com uma câmera acoplada. De baixíssima resolução, o sensor do J-Phone não permitia imagens muito nítidas e de qualidade.
O Sharp J-Phone tinha câmera de 0.11 megapixels (Foto: Reprodução/Wikimedia)
A caminhada rumo aos 2 megapixels
Depois do J-Phone, outras fabricantes passaram a encarar a ideia da inclusão de câmera em seus aparelhos: a Nokia lançaria o seu em 2002 e a Samsung começaria a investir na ideia em 2003. Diante disso, a indústria começou a refinar a ideia e os primeiros ganhos de qualidade se deram em sensores de maior resolução, capazes de gerar fotos de maior qualidade. Em 2005, a Sony chamou a atenção com o K750, um dos primeiros celulares com câmera de 2 megapixels.
Celular da Sony tinha câmera de 2 megapixels entre os destaques (Foto: Divulgação/Sony)
Lentes de maior qualidade e maior resolução
O progresso da qualidade das câmeras de celulares continuou sendo medido unicamente pela quantidade de megapixels dos sensores. Em 2006, a Nokia promoveria um salto perceptível com o N95, primeiro telefone com câmera de 5 megapixels. Outro destaque do dispositivo era o uso de lentes Carl Zeiss de melhor qualidade.
N95 inovou ao usar lentes Carl Zeiss (Foto: Divulgação/Nokia)
iPhones não priorizavam câmera
Em 2007, quando lançou o iPhone e revolucionou o mercado, a Apple apostava na interação revolucionária da tela sensível ao toque e na força dos apps para tornar o iPhone um produto cobiçado. Não é por acaso, portanto, que pouca gente lembre das câmeras dos primeiros aparelhos: as primeiras gerações do celular da marca (iPhone e iPhone 3GS) tinham um modesto sensor de 2 megapixels.
Primeiras gerações do iPhone não se destacavam na câmera (Foto: Divulgação/Apple)
O primeiro celular com câmera de 8 MP
É comum que, hoje, você torça o nariz para uma câmera de 8 megapixels. Mas, se colocarmos o que isso significa em perspectiva, fica fácil entender porque um sensor desses impressionava muita gente em 2008. Os tais 8 megapixels significam uma imagem de 3264 x 2448 pixels, medida parecida com a resolução de uma tela 4K numa época em que os televisores ainda estavam ocupados tentando ser Full HD. A estreia dessa alta resolução em um celular coube à Samsung e o seu i8510 INNOV8.
Aparelho da Samsung estreou a resolução de 8 megapixels em 2008 (Foto: Divulgação/Samsung)
Nokia e a câmera de 41 megapixels
O 808 PureView foi um dos últimos celulares “puro sangue” da Nokia, na fase que antecedeu a compra da marca finlandesa pela Microsoft. O sensor de altíssima resolução do aparelho é ainda um recordista em celulares e foi elogiado pela crítica como um salto de qualidade perceptível diante da concorrência da época. Além da câmera enorme, o celular tinha uma lente Zeiss de cinco elementos, capaz de zoom e pouca distorção, mesmo em baixa luminosidade.
Nokia chutou o balde ao encaixar sensor de 41 megapixels no interior do 808 PureView. Recorde persiste até hoje (Foto: Divulgação/Nokia)
O suporte ao formato RAW
Câmeras gigantes como a do PureView tinham dois problemas: primeiro, o sensor enorme convida mais ruído às fotos. Segundo, o design precisa acomodar o tumor gerado pelo componente, algo que designers e fabricantes preferiram evitar.
Diante disso, as câmeras de celulares deixaram de inchar: a linha Galaxy S da Samsung usa os mesmos 12 megapixels desde o S6, por exemplo. Os avanços passaram a vir nos recursos dos apps de câmera e no aprimoramento tecnológico de sensores menores com lentes de maior qualidade. É desse período também a febre das selfies, que tornou a câmera dianteira, tipicamente simples e destinada a videoconferências, foco de maior atenção e evolução.
Lumia 1520 tinha cãmera PureView e esteve entre os primeiros com suporte ao formato RAW (Foto: Divulgação/Nokia)
Um dos primeiros desses novos avanços foi o suporte ao tipo RAW de arquivo fotográfico. Esse formato é entendido como a foto “bruta” captada pelo sensor e permite uma série de edições pesadas em softwares especializados, que vão desde alterar a composição da foto em termos de luz e cor a ajustes de foco. Em 2013, o Lumia 1520 da Nokia foi o primeiro telefone com suporte nativo ao formato RAW.
O primeiro celular dual camera
Talvez você se surpreenda ao saber que o primeiro celular com câmera dupla foi o HTC One M8 de 2014 e não o LG G5 ou o iPhone 7 Plus. Com dois sensores de 4 megapixels, o smartphone usava a combinação para gerar imagens de maior resolução com maior definição e menos ruído. A tecnologia, no entanto, só seria refinada o suficiente pela Apple, em 2016.
HTC One M8 estrearia a ideia das câmeras duplas ainda em 2014 (Foto: Divulgação/HTC)
O foco a laser
RAW e câmera dupla são dois exemplos da nova doutrina de progresso tecnológico em câmeras para celulares: avanços que promovem funcionalidades e qualidade de imagem em detrimento do aumento bruto de resolução.
O foco a laser também entra nessa categoria. Introduzido em 2014 pela LG no G3, o recurso de autofoco usando laser torna-se mais preciso e ágil, facilitando a vida do usuário na busca por um clique perfeito.
Foco laser foi um dos destaques do LG G3 (Foto: Lucas Mendes/TechTudo)
Estabilização ótica de imagem
O recurso de estabilização ótica de imagem, cuja sigla em inglês é OIS, atua sobre a lente da câmera, buscando anular os movimentos bruscos que você faz. O resultado são imagens de melhor qualidade e menos tremidas.
Embora o recurso tenha efeito positivo na hora de fotografar, seu maior benefício pode ser sentido na hora de gravar vídeos. O primeiro celular com o recurso foi o Lumia 1020, em 2013, que além disso tinha câmera de 41 megapixels, lente Zeiss e flash de Xenônio.
Estabilização ótica busca contrabalançar as tremidas na hora de fotografar e gravar vídeos (Foto: Divulgação/Apple)
iPhones popularizam a câmera dupla
O iPhone 7 Plus chegou ao mercado com um diferencial importante: um sistema de câmera dupla, capaz de alternar de acordo com as condições ideias para fotos, gerando assim imagens de maior qualidade em cenários mais diversos. Pouco tempo após o lançamento do primeiro iPhone dual camera, smartphones com Android passaram a adotar a tecnologia, como o Galaxy Note 8 e o Moto Z2 Force.
Câmera dupla do iPhone 7 Plus (Foto: Carolina Ochsendorf)
Lente com abertura variável
Depois da câmera dupla, a nova febre nas câmeras para celulares pode acabar sendo a abertura variável apresentada por Samsung e Alcatel durante a MWC 2018. A tecnologia, no entanto, não é inédita, tendo aparecido em aparelhos antigos de Motorola e Nokia na década passada.
O aprimoramento, comum em câmeras fotográficas semi e profissionais, permite que a lente alterne entre estado mais aberto e fechado, alterando assim a quantidade de luz que sensibiliza o sensor e oferecendo maior versatilidade para fotografias em condições variáveis de luminosidade.
Galaxy S9 e S9 Plus contam com lente que varia a abertura focal conforme a situação (Foto: Thássius Veloso/TechTudo)