A segurança do WhatsApp pode estar em xeque: segundo a empresa de segurança digital Check Point Research, uma brecha permite alterar o teor de conversas no mensageiro. Entre as possíveis ameaças está a proliferação de boatos, uma vez que as respostas de mensagens podem ser manipuladas por pessoas mal intencionadas, modificando desde o conteúdo até o autor.

A falha foi detalhada em um relatório publicado nesta terça-feira (8). Ao TechTudo, o WhatsApp explica que a "afirmação não tem nada a ver com a segurança da criptografia de ponta a ponta". Atualmente, o mensageiro conta com 120 milhões de usuários no Brasil.

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WhatsApp tem falha no sistema que permite manipulação de mensagens, segundo pesquisadores (Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo)

Ao todo, são três tipos de possíveis ameaças apontadas no relatório. Duas delas envolvem a alteração do autor e conteúdo de mensagens na ferramenta de "citação". Dessa forma, o teor de uma conversa pode ser modificado, o que é capaz de gerar repercussões negativas e polêmicas, conforme os pesquisadores demonstram em vídeo. A mensagem original, no entanto, não sofre alterações, tanto no celular do emissor quanto no do receptor.

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As interceptações foram possíveis graças a um algoritmo reverso, que descobriu o funcionamento do sistema de criptografia ponta a ponta do WhatsApp. No entanto, é preciso ter acesso às chaves de sessão geradas pelo WhatsApp Web para que a manipulação aconteça.

WhatsApp: falha permite alterar conteúdo de respostas no mensageiro (Foto: Reprodução/TechTudo)

O que diz o WhatsApp

O sistema de criptografia está disponível para todos os usuários do mensageiro e permite que apenas os envolvidos em uma conversa tenham acesso aos conteúdos de mensagens de texto, voz, vídeos e fotos trocados pelo app. Ao TechTudo, o WhatsApp explica que a falha não afeta o sistema de segurança e que realiza esforços contra a desinformação e fraudes. Confira o comentário na íntegra:

"Analisamos cuidadosamente este problema e é o equivalente a alterar um e-mail para que pareça algo que uma pessoa nunca escreveu. Essa afirmação não tem nada a ver com a segurança da criptografia de ponta a ponta, o que garante que apenas o remetente e o destinatário possam ler as mensagens enviadas no WhatsApp. Levamos o desafio da desinformação a sério e recentemente colocamos um limite no encaminhamento de conteúdo, adicionamos um rótulo às mensagens encaminhadas e fizemos uma série de alterações nos bate-papos em grupo. Bloqueamos contas que tentam modificar o WhatsApp para se engajar em comportamentos de spam e estamos trabalhando com a sociedade civil em vários países para educar as pessoas sobre notícias falsas e fraudes."

Esforços contra as fakes news

Recentemente, o WhatsApp adotou medidas para conter a proliferação de notícias falsas. No começo de julho de 2018, o mensageiro anunciou 20 bolsas de estudo de US$ 50 mil (cerca de R$ 195 mil, em conversão direta) para conter o fenômeno sem afetar a privacidade dos usuários. Além disso, um aviso de mensagem encaminhada foi liberado para os usuários após uma atualização.

O mensageiro também passou a limitar a ferramenta de encaminhar mensagem após incidentes na Índia por conta de boatos sobre supostos traficantes que estariam sequestrando e vendendo crianças. Ao menos cinco casos de violência e mais de 20 mortes foram registrados no país asiático.

Com informações: Check Point Research



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