Com crescimento dos esportes eletrônicos, uma preocupação tornou-se crescente: o doping. Mesmo não exigindo muita movimentação física, como no futebol ou atletismo, os torneios de jogos eletrônicos demandam resistência, reação e pensamento rápidos dos seus atletas. Além disso, os esports promovem competições de alto nível, com premiações milionárias. Veja, a seguir, como funcionam os sistema antidoping de algumas das principais ligas e desenvolvedoras de games do mundo.
Quando o antidoping passou a ser observado nos esports
As acusações de doping começaram a assombrar os esportes eletrônicos em 2015, com o caso de Kory "Semphis" Friesen. Na época, o atleta de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) afirmou em entrevista que ele e os seus companheiros da Cloud9 usaram Adderall antes de um torneio em Katowice, na Polônia. A substância, cuja venda é proibida no Brasil, age como estimulante da atividade cerebral.
Em resposta, a ESL anunciou a instauração de um sistema antidoping em seus torneios. Determinando a aplicação de diretrizes e regras, foi iniciado o monitoramento do uso de drogas para melhoria de desempenho nos eventos da ESL. A fim de promover os esforços antidoping nos EUA, Ásia e Austrália, a organização somou forças com a Nationale Anti Doping Agentur (NADA), e a World Anti Doping Agency (WADA).
Assim, em agosto de 2015 foram feitos testes de pele nos atletas da ESL One: Cologne. O processo passou a ser usado em eventos da Intel Extreme Masters, ESL One e ESL ESEA Pro League.
O que mudou desde então
O TechTudo entrou em contato com a ESL, Blizzard e Riot Games para saber como estão o seus sistemas de combate ao doping. Em resposta, a ESL informou que não tem um guia de regras específico para o combate do doping. Entretanto, a organização integra a ESIC (Esports Integrity Coalition), coalizão que administra diversos regulamentos, como o regulamento de doping, e estabelece drogas que são proibidas entre os atletas.
Já Blizzard, responsável por jogos competitivos como Overwatch, Hearthstone e StarCraft, não conseguiu responder ao TechTudo até o fechamento desta matéria. Entretanto, em entrevista ao Telegraph em janeiro de 2018, o comissário da Overwatch League, Nate Nanzer, confirmou que os atletas do torneio assinaram um código de conduta que cobria temas como o uso de substâncias proibidas.
A Riot Games, responsável por League of Legends, informou ao TechTudo que "o antidoping está no radar da Riot Games e é um assunto que está sendo estudado pela empresa. Novas informações acerca do tema serão divulgadas quando uma posição for definida pela companhia" . Ainda assim, vale lembrar que a Riot aprovou um sistema de antidoping para o segundo split do CBLoL, que foi disputado este ano.
Existem ainda outras competições com iniciativas independentes. Neste caso vale destacar a eWorld Cup 2018, que contou com sistema antidoping aprovado pela FIFA. A decisão foi um marco nos 14 anos do competitivo do jogo.
Substâncias proibidas pela ESIC
Ao todo, a lista de substâncias proibidas pela ESIC inclui 14 nomes. Elas se dividem em dois casos: drogas de fato proibidas, onde o uso é permitido apenas se o atleta possuir uma Isenção para Uso Terapêutico, em acordo com o Artigo 4 da política antidoping da ESIC. São elas:
Sulfato de anfetamina (Evekeo)
Dextroanfetamina (Adderall, Adderall XR)
Dexedrine (ProCentra, Zenzedi)
Dexmetilfenidato (Focalin, Focalin XR)
Lisdexanfetamina (Vyvanse)
Metilfenidato (Concerta, Daytrana, Metadate CD, Metadate ER, Methylin, Methylin ER, Ritalin, Ritalin SR, Ritalin LA, Quillivant XR)
Modafinil e Armodafinila.
Existem ainda as drogas não-proibidas. Entretanto, apesar do seu uso
... ser permitido, elas são monitoradas para que não aconteça o uso abusivo. São elas:
Medicações não-estimulantes para Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA)
Atomoxetina (Strattera)
Cloridrato de Clonidina (Kapvay)
Guanfacina (Intuniv)
Medicações para ansiedade
Amitriptilina (Elavil), Desipramina (Norpramin, Pertofrane), Imipramina (Tofranil), Nortriptilina (Aventyl, Pamelor) ou outros antidepressivos tricíclicos