Apesar de tudo aquilo que a Xiaomi tem conseguido nos últimos anos, é inegável que as suas raízes têm um bocadinho de imitação à Apple lá pelo meio. Dito isto, parece que o novo Mi Watch é um regresso ao passado, com a empresa a pegar numa receita de sucesso da gigante Norte Americana, para criar o seu próprio produto.
Mas será que é boa ideia fazer clone ao líder de mercado Apple Watch?
É que muito provavelmente, não vamos encontrar nada daquilo que fez do relógio da Apple o sucesso que é hoje. Afinal de contas, o SoC não é nada de especial, o sistema operativo é uma autêntica incógnita visto que vamos receber a primeira skin do Wear OS e o ecossistema fica muito aquém daquilo que a Apple oferece.
Já disse aqui muitas vezes que o Wear OS tem imenso potencial, mas por várias razões… Nunca chegou a arrancar verdadeiramente, o que é realmente uma pena. Será que a Xiaomi vai ajudar nesta vertente?
Portanto, caso não esteja a par das últimas novidades no mundo dos smartwatches, o Xiaomi Mi Watch é um relógio baseado no Sistema Operativo Wear OS da Google, tendo como processador o desapontante Snapdragon Wear 3100 4G. Uma combinação que até agora, apenas fez sucesso com o Fossil Gen5.
Contudo, a culpa disto não é das fabricantes como a Fossil, TicWatch, Huawei, etc… É mesmo da Qualcomm, que tem fechado as portas ao desenvolvimento de novos SoCs, por não ver qualquer tipo de futuro nas soluções baseadas no Wear OS. Ou seja, infelizmente, ainda não temos um SoC que rivalize a sério com os CPUs da Apple e Samsung.
Em suma, o Qualcomm Snapdragon Wear 3100 é um processador quad core, com a capacidade de chegar aos 1.2GHz. Até aqui tudo bem… O que provavelmente não sabe, é que o design base deste CPU chegou ao mercado em 2011. Por isso, é fácil dizer que o SoC de 28nm não tem grandes esperanças de batalhar de igual para igual com aquilo que a Apple oferece ano após ano.
Então e as restantes especificações do Xiaomi Mi Watch? Será assim uma solução tão má?
Esquecendo o processador do século passado, temos um ecrã OLED com a resolução de 448×368 e o tamanho de 1.78”, 1GB de RAM, 8GB de armazenamento, bem como uma bateria de 570mAh.
Ou seja, além do CPU e Sistema Operativo, até estamos bem servidos! Aliás, ainda podemos contar com NFC, GPS, sensor de pulsação, chip eSIM, Wi-Fi 802.11a/b/g/n e bluetooth 4.2.
Ou seja, se não compararmos o relógio com aquilo que a Apple tem. Que em boa verdade, obriga ao uso de um iPhone… Até é bastante interessante! Especialmente se gostar do ecossistema Android, como é o meu caso.
Eu sei que o Galaxy Watch é apontado por muitos como a grande alternativa se tiver um smartphone Android no bolso. Mas espero sinceramente que esta aposta da Xiaomi no mercado Wear OS, traga sangue novo, e revitalize o mercado que tanto precisa.
Entretanto, com o lançamento do Mi Watch, a Xiaomi já tem toda a gama da Apple debaixo da sua mira. Ao fim ao cabo, já existem versões Xiaomi do iPhone, iPad, MacBook, Apple TV e até AirPods.
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