Um pendrive com a falsa promessa de proteger usuários dos supostos riscos causados pela internet 5G está causando polêmica no Reino Unido. Batizado de 5GBioShield, o equipamento seria algo como “escudo biológico de 5G” em português. Apesar do nome apelativo, especialistas em eletrônica denunciaram que o produto não passa de uma enganação. Diversos estudos científicos já comprovaram que a rede 5G não oferece dano algum à saúde.

Após submeter o dispositivo a testes, o site Pen Test Partners concluiu que o 5GBioShield nada mais é do que um pendrive comum com apenas 128 MB. O preço cobrado pelos golpistas pela suposta novidade é de 283 libras (cerca de R$ 1.860 em conversão direta).

O produto utilizaria um tecnologia quântica para proteger casas e famílias do 5G. Seu modo de utilização seria por meio da aproximação física de smartphones ou outros dispositivos eletrônicos. Apesar das alegações, não há qualquer evidência de que o acessório alcance este objetivo.

O pendrive foi recomendado por um membro externo do Comitê Consultivo de 5G da cidade de Glastonbury. Toby Hall afirmou em um relatório recente que passou a utilizar o dispositivo e sentiu efeitos benéficos. No mesmo documento, Hall relaciona o 5G à morte de pássaros e ao aumento da taxa de suicídios no país, assim como à propagação do coronavírus – nada disso condiz com a realidade.

Na realidade, um produto semelhante ao 5GBioShield pode ser encontrado por 5 libras (cerca de R$ 32 em conversão direta) no Reino Unido. Segundo o Pen Test Partners, a única diferença entre o “escudo biológico” e um pendrive comum fica por conta de um adesivo circular encontrado em papelarias. Enquanto isso, a marca insiste em comercializar o produto em um kit promocional com três unidades por 958,80 libras (cerca de R$ 6.309).

Os responsáveis pela denúncia afirmaram que cabe aos órgãos de normas comerciais realizarem suas próprias análises, mas tudo indica que não existem diferenças entre a placa de circuito do 5GBioShield em relação à qualquer outra chave USB.

A BBC questionou os responsáveis pela distribuição global do dispositivo, Anna Grochowalska e Valerio Laghezza, sobre os seus verdadeiros custos. Como resposta, a empresária afirmou que a pesquisa não conta com informações detalhadas o sufic

... iente para estimar as despesas da marca e custo de produção, incluindo a propriedade intelectual.

Vale ressaltar que o leilão de 5G no Brasil, previsto para maio deste ano, está atrasado. Em virtude do cenário de pandemia, a chegada do serviço por aqui deverá ficar apenas para 2021.

Com informações de BBC e The Verge



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