O Facebook Spaces foi anunciado, e lançado, por Mark Zuckerberg, CEO da rede social, durante o evento f8 2017 — conferência do Facebook para desenvolvedores. Trata-se de uma plataforma de realidade virtual, ou “VR”, exclusiva para o dispositivo Oculus Rift e seu acessório Touch, que lhe serve como controle. Para usar, além de ter uma conta registrada no Facebook, é preciso ter estes aparelhos e também um computador compatível. Apesar de interessante, a novidade carece de mais atrações para valer o investimento. Entenda melhor no teste completo que fizemos da primeira versão VR da rede social para o público.
O que é preciso para usar?
Como citado, o Facebook Spaces é compatível com a combinação de dois aparelhos, além do computador: Oculus Rift e o controle Touch. Ainda não há versão para plataformas móveis ou para outros óculos de realidade virtual. Também é necessário estar conectado à Internet — uma boa rede — para utilizar, já que se trata de uma rede social, com interatividade e posts em tempo real.
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Testamos o Facebook Spaces em um computador com Windows 10 atualizado, processador da linha AMD Octacore FX 8300, 8GB de memória e uma placa de vídeo Nvidia GTX 980. Para entender melhor, saiba que essa configuração é considerada “muito boa” para rodar jogos de PC com gráficos no máximo, principalmente por conta da placa de vídeo.
Além disso, a máquina era um desktop, e não um notebook. Para utilizar o Oculus Rift em um computador portáti
As exigências são mais por conta do Oculus Rift do que pelo Facebook Spaces. A plataforma possui gráficos 3D até bem simples, mas o visor requer processamento extra e uma máquina capaz de rodar sem atrasos, o que pode exigir mais memória do que o normal, além de placa de vídeo potente.
Preços e limitações técnicas
Uma máquina similar à utilizada durante o teste pode custar entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil, no Brasil. Além disso, o Oculus Rift com o Touch sai por US$ 600 na loja oficial, ou cerca de R$ 2 mil, de acordo com a cotação do dólar no momento em que o texto foi produzido. Em lojas nacionais, o Rift, sozinho, sai por até R$ 6 mil.
O investimento é elevado, mas vale lembrar que o aparelho não serve apenas para utilizar o Facebook Spaces e apresenta compatibilidade com outras aplicações sociais ou criativas, além de jogos e plataformas digitais como o Steam. O Oculus Rift, quando ligado, também pode consumir mais de energia do que o costume do computador, já que é mais um acessório conectado à máquina. No caso de um notebook, o gasto de energia é quase o mesmo para um jogo 3D do mais comuns, então não há muitas mudanças para quem já está acostumado com muitos gráficos.
Primeiros passos
O Facebook Spaces é baixado gratuitamente da loja online do Oculus Rift, que é acessada por um navegador web comum ou pela loja do visor. Além dos aparelhos, a única exigência é o espaço em disco: menos de 2GB. O hardware é o mesmo necessário para usar qualquer outro app ou jogo do Oculus Rift.
O usuário é recepcionado com a criação de avatar. Após logar com sua conta, o Facebook Spaces coleta algumas fotos mais recentes e dá a escolha de criação “semi-automática” do visual virtual de quem vai usar a plataforma. É possível, depois, modificar a roupa, o cabelo, mais detalhes e incluir acessórios.
As interações básicas com outros usuários do Facebook, quer eles tenham o Spaces ou não, incluem compartilhamento de fotos ou videochat em tempo real. Se a pessoa do outro lado não for usuária do Facebook Spaces, ela apenas verá o seu boneco virtual, mas você a verá com a imagem comum da câmera.
Também é possível convidar amigos que possuem o Oculus Rift e o Facebook Spaces instalado para chat em tempo real dentro do espaço virtual, com seus respectivos avatares. As bocas se mexem quase que em tempo real, de acordo com quem fala, e é possível utilizar o sensor de movimento do Touch para movimentar os braços e dedos das mãos — simulando movimentos reais.
O Facebook Spaces permite ainda interagir com pequenas ferramentas virtuais, como um lápis capaz de desenhar objetos ou palavras no ar, um “pau de selfie” para registrar fotos dentro do espaço, espelho para checar sua aparência ou objetos pré-desenhados, como uma espada ou coroa, anexados ao seu avatar.
Por ora, a interação é limitada a essas opções de diversão, mas o usuário pode ainda modificar o ambiente em 360 graus ao seu redor, abrindo fotos ou vídeos dentro do Facebook que são compatíveis com essa ferramenta. Até o momento, qualquer conteúdo produzido em 360 graus, mesmo antes do lançamento do Facebook Spaces, pode ser visualizado por aqui como parte da experiência.
Vale a pena?
Para quem já tem o Oculus Rift, com Touch, além de um computador compatível com esses equipamentos, o Facebook Spaces é apenas um “plus”, que pode ser testado sem grande dificuldade. Porém, a própria loja do Oculus já oferece ferramentas similares, e mais interessantes, como o Rec Room, que possui até mesmo minigames para os visitantes jogarem entre si no ambiente online.
Como ainda está em “acesso antecipado”, que é apenas uma fase de testes com nome diferenciado, o Facebook Spaces carece de mais ferramentas para justificar uso de forma mais massiva, ou até mesmo de forma que substitua sua versão padrão plenamente. Por conta disso, e se os amigos do usuário ainda não possuírem um Oculus Rift, o investimento não se justifica por mera curiosidade.
Com a futura popularização dos visores de realidade virtual e compatibilidade maior do Facebook Spaces para outros equipamentos, é possível que a aposta “VR” de Mark Zuckerberg torne-se mais relevante no futuro, o que ainda isso deva demorar um pouco. Portanto, o Spaces já realidade, mas ainda é distante do alcance da maioria dos seus quase dois bilhões de usuários da plataforma.
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