Já pensou viver com um celular com telinha de 3,5 polegadas, câmera de 2 megapixels, memória interna de 8 GB, e sem Facebook ou WhatsApp? O que hoje é inimaginável já foi considerado a “revolução dos celulares” em 2007. Nesta quinta-feira, o iPhone original completa dez anos. O aparelho foi anunciado por Steve Jobs, o legendário CEO da Apple, no dia 9 de janeiro de 2007, mas só chegou às lojas nos Estados Unidos em 29 de junho daquele mesmo ano.

Desde o anúncio do primeiro iPhone, a companhia já apresentou 14 modelos iterações dos celulares – que venderam mais de 1 bilhão de unidades pelo mundo. Muita coisa mudou até chegarmos ao iPhone 7, a geração mais atual, que desembarcou no Brasil em novembro do ano passado. Nas linhas a seguir, confira a evolução do smartphone. Será que você conseguiria viver com um já idoso iPhone 2G?

Design

O iPhone já passou por muitas mudanças no design desde sua primeira geração, mas uma característica sempre presente são os botões físicos. A Apple mantém até hoje os botões de volume, de bloqueio e a tecla de início (Home).

A diferença é que, no iPhone 7, o botão de início se tornou touch. O visual continua o mesmo, mas agora ele não tem componentes internos mecânicos, o que na prática propicia uma vida útil maior. Sem falar que também é capaz de ler impressões digitais, função que vem se aprimorando desde a primeira versão, no iPhone 5S (de 2014).

No iPhone 7, a Apple retirou a tradicional saída de áudio no padrão P2, obrigando os usuários a utilizar o fone com conector Lightning ou com um adaptador. Mas se engana quem pensa que o iPhone original tinha entrada padrão para fone de ouvido. No celular também era preciso usar um adaptador para conectar o acessório. A entrada padrão de 3,5 mm só foi usada no iPhone 3G, em 2008.

Em relação à construção, o iPhone original era feito em policarbonato, um tipo de plástico. O celular estava disponível apenas na cor cinza. Por outro lado, o modelo mais recente tem construção em alumínio e está disponível nas cores ouro rosa, dourado, prateado, preto matte, preto brilhante e, a mais recente, vermelho. O primeiro iPhone era superfino e leve para os padrões da época: suas medidas eram 115 x 61 x 11,6 mm, com peso de 135 gramas. O iPhone 7, apesar de ter tela maior, consegue ser ainda mais fino, com espessura de somente 7,1 mm, além de ter quase o mesmo peso (138 gramas). Já o 7 Plus pesa 188 gramas.

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A tela cresceu bastante

A tela sensível ao toque foi uma das principais novidades introduzidas pelo iPhone no mercado de celulares. A maioria dos celulares touch vendidos até então precisavam da caneta stylus para funcionar. O iPhone eliminou o acessório, permitindo o toque com o dedo – até dez simultaneamente, para ser mais preciso. O telefone tinha display de 3,5 polegadas, com resolução de 320 x 480 pixels e densidade de 160 pixels por polegada.

Já o iPhone 7, o modelo mais recente da Apple, tem tela com alta definição (chamada comercialmente de Retina), com tecnologia IPS: 1334 x 750 pixels, gerando uma densidade de 326 ppi. Sua versão Plus tem 5,5 polegadas, resolução Full HD (1920 x 1080) pixels e 401 ppi.

A Apple considera que o olho humano consegue distinguir até 300 ppi, e por isso a quantidade de pixels presente nos smartphones atuais seria mais do que suficiente para uma boa visualização de conteúdos. O display do telefone tem ainda o 3D Touch, recurso que estreou nos iPhones 6S e 6S Plus e que reconhece a pressão aplicada pelo usuário na tela. A função será muito útil quando o iOS 11 estrear a nova Central de Controle.

Câmera: de 2 para 12 megapixels

Imagine um celular com somente uma câmera traseira de 2 megapixels, com resolução de 1600 x 1200 pixels. Esse era o iPhone 2G. Gravação de vídeos, selfies e flash? Nem pensar. As imagens produzidas pelo celular apresentavam pouc

... a nitidez e estavam longe dos padrões atuais. Ainda assim, o telefone foi uma grande inovação na época.

Já o iPhone 7 tem a câmera como um dos seus destaques. O celular possui sensor traseiro de 12 megapixels, com abertura f/1.8, que permite boa entrada de luz. De acordo com o review do TechTudo, “as fotos são excelentes, com cores equilibradas e fiéis à realidade, além de ficarem com saturação e contraste nos níveis ideais”.

Na versão Plus, a câmera traseira é dupla, com sensores de 12 MP e lentes grande-angular de abertura f/1.8 e teleobjetiva de f/2.8. A tecnologia permite capturar imagens no modo retrato, que confere profundidade de campo às fotografias, semelhante a imagens profissionais.

Ambos os modelos de 2016 fazem gravação de vídeos em 4K a 30 frames por segundo ou em HD a 30 fps ou 60 fps. Os aparelhos ainda possuem flash LED, foco automático, modo HDR, estabilização automática, controle de exposição e Live Photos.

Já o sensor frontal dos telefones registra fotos em 7 MP, com abertura f/2.2. A gravação de vídeos é em HD.

iOS: nada de WhatsApp ou Siri

O primeiro iPhone rodava o também estreante iOS, na época chamado de iPhone OS – só em 2010 ele foi renomeado para a forma que conhecemos hoje em dia. A plataforma trouxe o teclado sensível ao toque e o navegador Safari, mas não permitia personalizar a tela principal, copiar e colar textos e não tinha suporte a redes 3G. Com ele, era possível apenas fazer ligações, enviar SMS e acessar a Internet com conexão 2G. O sistema nem sonhava em rodar aplicativos como Facebook, Instagram e WhatsApp, que são febre hoje em dia.

De lá para cá, o sistema ganhou tela de bloqueio repleta de notificações e uma pujante loja de aplicativos. No iPhone 7, foi a vez de o iOS 10 reforçar a integração com o macOS, sistema presente nos computadores da Apple. Outra adição importante nesta primeira década foi a assistente virtual Siri, ouvida pela primeira vez no iPhone 4 (lá em 2011).

RAM com apenas 128 MB

Por dentro, o telefone levava um processador single-core de 412 MHz, acompanhado de memória RAM de apenas 128 MB. O celular era lento, levando cerca de dois segundos (uma eternidade!) para abrir um aplicativo. No entanto, vale considerar que os padrões da época eram outros e, por isso, o aparelho era considerado fora de série.

Já o iPhone 7 tem processador quad-core A10 Fusion de 64 bits. O modelo com tela menor possui memória RAM de 2 GB, enquanto o Plus tem 3 GB de RAM. As especificações proporcionam um desempenho duas vezes mais rápido do que no iPhone 6.

Outro ponto que sempre foi uma vantagem para os iPhones é o fato de que tanto o processador como o sistema operacional são desenvolvidos pela própria Apple, o que ajuda o celular a ter um desempenho mais fluido.

Sem cartão de memória desde o começo

Atualmente, a Apple disponibiliza versões de 32 GB, 128 GB e 256 GB, sem a possibilidade de expansão via microSD. Se com 32 GB, alguns usuários já reclamam que o espaço não é suficiente para quem guarda muitos arquivos e app, imagine com 8 GB. Essa era a quantidade de memória interna do iPhone 2G. O aparelho também podia ser encontrado em uma versão com 16 GB. Vale lembrar que o sistema operacional consumia 1 GB desse espaço.

Oito horas de bate-papo

O iPhone 2G tinha bateria de 1.400 mAh, com autonomia de 8 horas em ligações ou dez dias em standby. Nesse quesito, até que o telefone não estava tão mal, se considerarmos que o iPhone 7 possui bateria de 1.960 mAh, com duração de até 12 horas no 4G.

Vale lembrar que a tela e o processador mais potentes exigem mais da bateria do smartphone. O Zenfone 3 Zoom, por exemplo, tem 5.000 mAh. Já o iPhone 7 Plus tem 2.900 mAh de bateria, com duração de até 13 horas em 4G.

O preço era alto

O iPhone 2G não chegou a ser vendido no Brasil. Nos EUA, entretanto, seu preço era elevado, de US$ 499, na versão de 8 GB – com contrato de dois anos com uma operadora de telefonia. Ele custava o equivalente a R$ 1.000, pelo câmbio da época. Apesar de ser bem mais barato do que os modelos atuais, o preço já era acima dos valores praticados pela concorrência.

O iPhone 7, por sua vez, custa a partir de US$ 199, o que dá por volta de R$ 660. Ele chegou ao Brasil custando oficialmente R$ 3.499 com 32 GB, e pode chegar a R$ 4.299 se o consumidor quiser armazenamento de 256 GB. Com display maior, o iPhone 7 Plus custa a partir de R$ 4.099.

Considerando apenas os valores nominais, sem levar em consideração a inflação do período, a impressão que fica é de que o iPhone caiu de preço nos Estados Unidos, enquanto ficou mais caro no Brasil. Já as especificações, essas sim tiveram melhoras importantes ao longo da primeira década de iPhone.

Dez anos depois, as atenções se voltam para Cupertino, onde fica a sede da Apple. A expectativa é alta para que a empresa revele, neste ano, um modelo com visualmente completamente novo. Nos últimos três anos o iPhone tem mantido basicamente o mesmo visual – e os clientes da maçã parecem estar cansados dele.

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