Life is Strange foi um um dos grandes sucessos de 2015. O jogo surpreendeu por apresentar temas controversos, como bullying, suicídio e a maneira na qual as pessoas lidam com uma perda. A cidade de Arcadia Bay se expandiu em cinco episódios para narrar a história de Max, uma garota com poderes para voltar no tempo. Before the Storm é o novo jogo que vem para recontar, em três partes, como foi a calmaria antes da tempestade. Com versões para PC (Steam), PS4 e Xbox One, o primeiro capítulo de Life is Strange: Before the Storm, "Despertar", revela novos detalhes sobre Chloe e Rachel. Mas com tamanha expectativa dos fãs, será que o prelúdio manteve a essência da série? Confira em nossa análise.
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A calmaria antes da tempestade
Para quem não conhece, Life is Strange é uma aventura episódica que narra os dias da personagem Max Caulfield na cidade de Arcadia Bay. Após cinco anos morando em Seattle, a garota retorna a sua cidade natal para estudar fotografia e descobre ter poderes para voltar no tempo. Seu novo dom a coloca, novamente, no caminho de Chloe, sua melhor amiga com a qual perdeu o contato cinco anos atrás. A trama se complica quando Max se depara com a morte prematura de Chloe e decide usar seus poderes para salvá-la.
Com personagens marcantes e finais questionáveis, Life is Strange conquistou uma legião de fãs que certamente não se contentaram com apenas cinco capítulos. No entanto, em vez de receber uma continuação, Before the Storm surgiu para suprir dúvidas e contar em detalhes a saga de Chloe Price, muito polêmica e querida na série. Desta vez, a aventura a insere como protagonista ao lado de Rachel, a garota que desaparece misteriosamente no começo de Life is Strange.
“Despertar” apresenta ao jogador os conflitos que levaram Chloe a se tornar a pessoa arrogante e egoísta do primeiro game; entre a morte de seu pai, a raiva que sente Max por abandoná-la e o desgosto de ver sua mãe se relacionando com um homem que ela desgosta, a protagonista só consegue odiar tudo e a todos. Contudo, ainda podemos ver outra faceta dela, mais nova e inocente, e bem mais consciente sobre seus atos.
O episódio acerta em mostrar a história de uma perspectiva diferente. Além de Chloe, também somos apresentados a um lado novo de nomes já conhecidos - e odiados -, como Victoria e Nathan. Há outros novos que, provavelmente, devem se encaixar em pontos-chave da trama para revelar detalhes importantes - e obscuros - da série.
O diálogo (não) é a solução
A primeira diferença marcante em Before the Storm é a ausência da mecânica de tempo. Como houve mudança na protagonista, temos um jogo mais simples e focado na narrativa. Contudo, a jogabilidade se mantém praticamente a mesma, incluindo os colecionáveis - que agora são grafites que a personagem principal pode pichar nas paredes. O que há de novo é uma mecânica de discussões, com um mini game de escolhas rápidas. Se Chloe acertar as opções, ela pode vencer a discussão da maneira que mais gosta: xingando e quebrando tudo.
Em troca dos poderes do tempo, temos o poder de persuasão. A troca não é exatamente equivalente, já que os poderes do tempo de Max geram uma sensação de impacto maior em suas escolhas, o que deixou um pouco a desejar em “Despertar” - mas que ainda pode mudar durante os próximos dois capítulos que encerram o prelúdio.
Chuva de verão
Before the Storm têm períodos diferentes entre suas três poucas horas de duração. O começo é relativamente lento, com diálogos que são, no mínimo, desconexos e não parecem se encaixar bem com a personalidade que conhecemos de Chloe. A narrativa melhora consideravelmente a partir do momento que Rachel aparece. A dinâmica entre as duas parece natural e temos a oportunidade de ver uma Chloe mais introvertida que se perde na contradição de querer se enturmar e não saber o que falar. Ela é apenas uma adolescente revoltada que quer ser "descolada" e acaba seguindo pior caminho para chamar a atenção.
O destaque, porém, está nos diários da protagonista. Assim como em Life is Strange, o jogo nos apresenta um diário pessoal, além de informações adicionais sobre outros personagens em fotos e as mensagens pessoais dela no celular. O diário é, na verdade, uma carta para Max; ao ser ignorada pela sua melhor amiga, o caderno evita que ela crie expectativas em cima de uma possível resposta da amiga - que nunca chegará.
O ponto negativo disso é que, se o jogador não prestar atenção periodicamente no diário, ele perderá uma parcela importante da narrativa e da construção da personagem. Grande parte desses detalhes não é inserida durante o jogo em diálogos ou em pensamentos.
Em essência, Before the Storm é Life is Strange a todo momento. Os cenários, ângulos, as pausas para ouvir música, as escolhas, tudo certamente está lá. O único problema é que do meio para o final do primeiro capítulo a qualidade da narrativa se perde um pouco.
Ao invés da formação lenta de uma tempestade, acabamos com uma chuva rápida de verão, em que a aproximação de Chloe e Rachel acontece de maneira muito acelerada. De uma cena para a outra, as duas parecem ter um nível de intimidade maior do que foi possível observar no episódio, o que quebra a naturalidade entre ambas. O que fica é uma sensação de buraco, que algo aconteceu entre aquele meio tempo e não apareceu.
“Tamo junto”
Outro ponto que merece destaque é a localização de Before the Storm para o português. Um dos elementos que marcam a série é a linguagem coloquial e as gírias usadas. Além de contar com legendas para o português brasileiro, a localização adaptou gírias e até mesmo xingamentos de maneira exemplar. Tanto que, em determinados momentos, podemos sentir um certo desconforto ao ler algumas expressões bobas e bem típicas de adolescentes - afinal, quem nunca sentiu vergonha do jeito que falava quando era mais novo, não é?
Em termos visuais, o jogo mantém o mesmo estilo do primeiro. Há algumas melhorias gráficas, como efeitos de luz e cenários mais vivos, mas nada muito significado. Já a trilha sonora continua impecável como de costume. Há momentos em que o jogador pode simplesmente parar para apreciar as músicas em curtas animações durante o jogo.
Conclusão
Apesar de correr na parte final, Before the Storm ainda é Life is Strange em sua forma, essência e imersão. A trama de Chloe e Rachel está no início e ainda podemos esperar por grandes reviravoltas nos próximos dois capítulos. A vantagem de ser um prólogo é que mesmo aqueles que não jogaram Life is Strange podem experimentar o começo dessa saga sem se perder. Já para os fãs, o game tem potencial para alcançar as expectativas e responder perguntas que ficaram no ar durante os primeiros cinco episódio da série. O jogo também é uma oportunidade de mergulhar novamente em assuntos recorrentes e conhecer um pouco mais sobre Chloe, amando ou odiando a nova protagonista.
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