Destiny 2, título de FPS, chega nesta terça-feira (24) aos PCs após seu lançamento no PS4 e Xbox One. Uma produção da Bungie e Activision, o jogo foi dublado no Brasil pela companhia Sérgio Moreno Filmes, que também trabalhou com Assassin’s Creed 4 e Call of Duty: Black Ops. Mesmo pertencendo ao gênero de ação, Destiny 2 traz uma atmosfera mais lúdica que os outros títulos, o que interfere na dublagem.
Na verdade, o tipo do game não interfere na localização. Seja RPG ou MMO, o que interessa para realização do trabalho é o universo e o contexto. Para explicar o que isso significa, a diretora de localização Rosangela Malimpensa pega como exemplo Call of Duty. “São pessoas comuns fazendo coisas espetaculares, como aquele garoto do Texas, Daniel, que veio sem saber nada, pegando 5 minutos em uma arma e vai pra guerra. Todos os parceiros que fazem ele crescer. É todo em cima disso. Já o Destiny vem de mundos”, disse.
É essa aura fantasiosa que atinge diretamente a hora de dublar. Dudu Fevereiro, diretor de localização e dublagem, diz que Destiny tem um estilo mais artístico quando comparado, novamente, a Call of Duty. “Às vezes, quando os personagens falam e citam o Viajante, em suas crenças, ele já tem poderes mágicos, o que já mostra uma certa diferença. Call of Duty é, basicamente, tiro e guerra. É um pouco mais de realismo. Destiny às vezes trabalha com uma linguagem um pouco mais poética”, falou.
Outro ponto debatido durante a conversa foi a questão da “voz origina
Quando perguntados se preferiam jogar em modo dublado ou legendado, a resposta foi quase imediata: dublado. Fevereiro ainda evocou a ousadia brasileira na hora do trabalho de localização. Ele lembrou o caso de tradução da Família Dinossauro, no qual, na versão em inglês, o protagonista se chama “ Earl Sinclair”, traduzido por “Dino da Silva Sauro”. “A gente ousa, inova e isso acaba se tornando divertido. Às vezes é compreensível quando uma pessoa diz que quer ver o filme legendado, porque você vai ver o filme do Al Pacino e ouvir a voz do Al Pacino, por mais que o dublador faça esplendidamente bem o seu trabalho. É compreensível. Mas desenho e game, eles vão ser dublados da mesma maneira. Como a gente já tem um trabalho de arriscar e inovar, eu sempre prefiro jogar dublado”, contou.
Moreno diz que, no caso de jogos e animações, a dublagem, ao pé da letra, não existe mais. Isso porque “dublagem” teria a ver com sincronismo labial de uma imagem já pronta. “No videogame, a gente não vê as imagens - é muito difícil, por uma série de motivos, a principal delas, confidencialidade. A gente não trabalha com a imagem, então, não tem sincronismo labial. A gente tem uma manifestação artística, uma locução artística que sincroniza com o áudio. Você ouve uma referência e tenta fazer junto: começa junto, termina junto”.
Sobre a briga entre dublados e legendados, Moreno frisou que o importante é ter opção de escolha. “Dublagem é maravilhosa, é um serviço de utilidade pública em um país em que há níveis de analfabetismo e deficientes visuais gigantescos e inimaginável. Estamos em um país em que a dublagem é necessária, é utilidade pública, mas não deve ser obrigatória, tem que ser opcional”, falou.
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