A sugestão "abrir portas" do roteador busca melhorar a conexão com determinado aplicativo ou jogo. No entanto, é preciso cuidado ao decidir sobre a questão. Há vantagens e desvantagens em permitir essa ação. O redirecionamento de portas pode favorecer o desempenho de uma conexão com a Internet. No entanto, o procedimento também tem riscos e nem sempre é indicado, pois atualmente roteadores e aplicações são compatíveis com o UPnP, espécie de encaminhamento automático de portas. A seguir, o TechTudo vai explicar melhor o que é essa história de "abrir portas" e se a prática vale a pena.

Afinal, o que são essas portas?

Portas são uma forma do sistema operacional do seu roteador endereçar pacotes de informação que chegam da Internet ao seu computador ou qualquer dispositivo conectado à rede, de forma correta. Basicamente, se um aplicativo tem a porta "x", e está em execução no dispositivo com o IP "y", o sistema do roteador tem capacidade de saber que os dados recebidos por aquela porta dizem respeito a esse aplicativo e àquele aparelho.

Quando se fala em “abrir portas", na verdade, o que se faz é catalogar portas de rede específicas para um IP pré-determinado na sua rede. Assim, seu roteador não se ocupará de verificar o destino dos pacotes de informação e, em tese, a conexão entre dispositivo e Internet será mais rápida.

Por que abri-las?

Embora você ouça a expressão “abrir portas”, na verdade, o que se faz é o redirecionamento de portas, algo que no inglês se chama de “port forwarding”. Há um total de 65.536 delas, embora os primeiros 1.024 números são bloqueados para uso. Ao redirecionar uma dessas, você aponta, na verdade, um dispositivo e um determinado serviço de rede para uma porta especial.

Um exemplo: seu PlayStation 4 tem o IP 192.168.1.105 na sua rede e você decide redirecionar as portas da PlayStation Network para melhorar o desempenho durante os jogos. Na prática, o que você faz é dizer ao roteador que o tráfego das portas usadas pela PSN deverá ser endereçado sem obstrução para o IP referente ao PS4.

Talvez a expressão “abrir portas” venha do fato de que as portas estão efetivamente bloqueadas no seu roteador, como uma medida de segurança. Ao redirecionar, se cria entrada e saída de dados irrestritas, que contorna inclusive mecanismos de segurança embutidos no roteador.

UPnP é uma melhor saída

Portas redirecionadas sem cuidado podem sim representar riscos graves de segurança. Ciente disso, a indústria desenvolveu o UPnP. Essa ferramenta é um tipo de “redirecionador de portas” automático, que faz o procedimento de abrir e fechar portas conforme a necessidade dos dispositivos da rede. Em geral, se o roteador tem UPnP ativado, abrir portas manualmente se torna desnecessário. Além de mais prático, o UPnP tem a vantagem de ser mais seguro que uma porção de portas abertas manualmente.

Quando e como fazer a “abertura” de portas?

Há casos em que alguns dispositivos e serviços de rede não funcionam corretamente com UPnP — especialmente se forem mais antigos. Por exemplo, servidores associados a jogos online com algum tempo de vida, ou mesmo roteadores mais velhos. Nesse caso, para que você tenha uma boa taxa de transferência, redirecionar portas no roteador se torna uma saída interessante para contornar o UPnP ineficiente.

O procedimento não é difícil, mas a execução varia muito de roteador, inclusive, existe casos em que a prática está inacessível na interface de controle do aparelho por decisão do fabricante ou do provedor de acesso.

No TechTudo, você encontra instruções que auxiliam na realização do processo em modelos da TP-Link, do Vivo Box e do Intelbras.

Existem riscos?

Um dos riscos em abrir uma porta de rede está no redirecionamento para uma aplicação maliciosa: nesse caso, o malware terá acesso livre de firewall ao sistema

... . Por isso, antes de tudo, tenha cuidado com o que é instalado no computador e questione certas dicas de Internet: abrir portas para um cliente torrent, por exemplo, pode ser muito perigoso — conforme a origem desse cliente.

A Internet é povoada de grupos que vagam em busca de vulnerabilidades de rede e isso envolve, de forma central, a exploração de portas abertas nas redes domésticas. Diante disso, se considera a abertura de portas para serviços como algo arriscado, pois PCs são dispositivos mais vulneráveis e sucetíveis à execução de código enviado por bandidos. Entretanto, aparelhos mais simples, ou cujo uso seja muito mais focado, como consoles de vídeo, game e e-readers são mais seguros, já que não possuem brechas claramente exploráveis.

No fim das contas, se é necessário abrir portas manualmente para um PC, tenha um firewall robusto e de extrema qualidade, além de um ótimo antivírus.

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