A mais recente leva de celulares de ponta, com bordas mínimas, fez com que as fabricantes buscassem novos locais para o leitor de impressões digitais, utilizado para desbloquear o sistema, substituir senhas e confirmar pagamentos. Para dar uma alternativa prática a esse problema, a fabricante chinesa Vivo lançou o primeiro smartphone com biometria diretamente na tela: o Vivo X20 Plus UD consegue ler o dedo do usuário mesmo sem que ele esteja num botão específico para este fim.
Nas linhas a seguir, aprenda como a tecnologia funciona. Ela pode se tornar uma tendência, tendo em vista que as empresas do setor precisam reduzir ainda mais as bordas. Na linha Samsung Galaxy, o sensor foi levado para a traseira dos celulares, enquanto nos novos modelos da Apple, a partir do iPhone X, eles deixaram de existir, dando espaço apenas para o Face ID.
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Como funciona
A Vivo utiliza o sensor Clear ID FS9500, criado pela Synaptics, empresa americana fornecedora de suprimentos tecnológicos. O dispositivo é posicionado atrás da tela do aparelho e, ao detectar a presença de um dedo, faz uma leitura ótica pelo vidro, criando uma imagem de alta resolução. A tela ilumina a impressão digital, o sensor digitaliza a imagem e envia para a CPU fazer o reconhecimento, comparando com a leitura salva previamente.
Apesar de ser um procedimento instantâneo, os leitores são um pouco mais lentos do que a biometria física utilizada por gigantes como Apple e Samsung, mas não chega a atrapalhar o uso. Em contrapartida, a fabricante do sensor diz que o Clear ID é duas vezes mais rápido que o reconhecimento facial 3D.
De acordo com a Synaptics, os sensores funcionam em qualquer posição, e também em ocasiões em que os dedos estiverem úmidos, secos ou frios. O leitor também oferece tecnologias para garantir a segurança do serviço de autenticação de impressões digitais, incluindo criptografia e um serviço de inteligência artificial capaz de diferenciar digitais falsas de dedos reais.
Concorrência
A japonesa JDI, especialista em tecnologias para LCD, também trabalha em leitores biométricos internos, e anunciou um leitor voltado para esse tipo de tela – o que abre mercado para outras fabricantes interessadas na tecnologia. A vantagem estaria no material utilizado - por funcionar em telas de LCD, esse tipo de biometria poderia ser incluída em aparelhos mais baratos. A marca também promete abranger a tecnologia para telas OLED, criando uma concorrência direta com a Synaptics, mas o projeto não tem data definida.
Em 2016, a Samsung chegou a registrar a patente de uma tecnologia semelhante. O recurso foi aprovado em 2017 e era esperado no Galaxy Note 9, lançado em agosto, mas até então não foi disponibilizado pela sul-coreana. Rumores apontam que o leitor estará presente no Galaxy S10, previsto para 2019.
Apesar de também ter registros de um leitor biométrico interno com uma tecnologia ultrassônica, que identificaria detalhes da pele utilizando ondas através do vidro e seria ainda mais rápida, a Apple parece estar satisfeita com o Face ID e não tem planos de lançar o recurso. Após o lançamento dos novos modelos da marca,
Oppo, Nokia e Huawei também já apresentaram projetos de sensores biométricos internos em seus aparelhos, mas não definiram ou anunciaram datas de lançamento.
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