A Plague Tale: Innocence é um game de suspense com elementos de furtividade que chega para PS4, Xbox One e PC. Ambientado na Era Medieval, você controla Amicia, uma jovem que precisa proteger seu irmão Hugo de soldados da Inquisição e de uma praga que assola o lugar: ratos e mais ratos. Confira o review completo do game:
Enredo forte que impressiona
Grande parte dos jogos com uma temática ambientada na Era Medieval trazem sempre os mesmos elementos: combates de espadas, sistemas de RPG e poderes mágicos. A Plague Tale: Innocence chega para fugir um pouco da mesmice e mostrar que o período é rico demais em enredos, e que os títulos não precisam seguir sempre estas regras.
Nele você controla Amicia, uma jovem que, após ter sua família destruída por soldados da inquisição, precisa sobreviver junto ao seu irmão Hugo. O problema é que o pequeno nunca foi uma criança saudável, sem nunca ter sequer ter saído de seu quarto durante todos seus cinco anos de vida. Os motivos de tudo são revelado ao longo do enredo, que tem seus pequenos furos, mas convence e até surpreende em muitos momentos.
Ainda sobre o enredo, chama atenção a forma impiedosa com que muitos elementos são apresentados. Em outras palavras, mesmo não sendo uma pessoa que se impressiona fácil com cenas mais pesadas em games e filmes, confesso que A Plague Tale: Innocence me deixou de estômago revirado ou de olhos marejados em muitos momentos. Uma bela construção da narrativa que merece destaque.
Furtividade funciona, mas sofre com personagens "desobedientes"
A Plague Tale: Innocence é um jogo em terceira pessoa que não investe muito no combate direto. Grande parte de sua jogabilidade é voltada para ações furtivas e a resolução de pequenos quebra-cabeças. Mas isso não deve ser encarado como um problema, pelo contrário, é um dos elementos que mais agrada no contexto do jogo.
Amicia conta com uma espécie de atiradeira, cujo projétil é usado em 80% do tempo, seja para atacar seus inimigos ou para solucionar puzzles. Com um sistema de criação de itens, é possível combinar elementos e criar "munições" diferentes que, por exemplo, queimam ou atordoam seus oponentes. Esse sistema de criação também se expande para ampliar o armazenamento de itens e cargas da sua atiradeira, fazendo com que o jogador tenha o hábito de explorar os ambientes para recolher itens.
Já na parte furtiva, ela funciona muito bem em boa parte do tempo. No controle de Amicia, não tive dificuldade para esgueirar por becos, embrenhar na grama alta, e usar a atiradeira para chamar atenção ou acertar seus inimigos.
Mas no controle de Hugo, há uma enorme dificuldade para que o personagem obedecer suas ordens. Senti falta de uma opção de você mesmo controla-lo, mesmo que ele conte com controles mais complexos. Pois, no controle da CPU, há um delay enorme para que o pequeno cumpra suas ordens, o que em muitas vezes chega a comprometer e lhe custar a vida. Para completar, outros aliados também sofrem com esse problema e tornam os puzzles complexos de serem solucionados não pela sua dificuldade em resolver a questão, mas pela falta de I.A. dos personagens não controlados.
Visual deslumbrante em meio a ratos e seus bugs
Os testes de A Plague Tale: Innocence foram realizados em um PC com uma GeForce 1080 TI, Processador Intel Core i7 8700, 16GB de RAM (XPG DDR4 Spectrix D41), rodando a uma resolução de 1980x1080.
A ambientação do game agrada bastante. Há muita diversificação de elementos e a proposta de te levar à Era Medieval funciona, com um cenário que reproduz muito bem o período, junto a elementos que remetem a antiga época, como vestimentas, moradias, costumes, entre outros fatores.
Os personagens são bem caracterizados e contam com uma bela estruturação. Mas confesso que suas feições e expressões faciais não me convenceram, principalmente em momentos de dor e sofrimentos, cujo seus rostos não conseguem reproduzir o que a cena propõe.
E os ratos, que são o ponto principal do debate, dividiram as minha opiniões. Ao mesmo tempo em que achei sensacional a sensação de medo e pavor quando as ratazanas surgem quebrando paredes, rachando o chão e com uma raiva incontrolável para lhe devorar, em muitos momentos vi bugs que fazem com que esse sentimento deem lugar para uma risadinha marota. Posso citar casos de ratos se aglomerando e pegando fogo sem nenhum contato com chamas, e outro que embora estejam sedentos para me atacar, passar por dentro do personagem como se estivessem com outro objetivo ou em outro plano.
É de se admirar a proposta e execução da produtora de trazer essa quantidade de elementos para um jogo. Por outro lado, a mesma precisa aprender com erros e, caso tenha uma sequência em mente, ou alguém na indústria resolva copiar a fórmula, será preciso rever o mecanismo de inserção para que esses momentos de angústia e pavor não se tornem uma cena de comédia pastelão.
Som que dá calafrios!
Os elementos sonoros do jogo também me dividiram em relação às opiniões. A dublagem dos personagens se diversifica muito, por exemplo, enquanto a voz de Amicia conseguem reproduzir os sentimentos da protagonista nas mais variadas situações, Hugo e seus aliados sofrem com a falta de tonalidade para o momento. Em outras palavras, por diversos a voz do pequeno mais parece de afobação do que quem está diante da morte ou sofrendo de dor.
Já os efeitos sonoros merecem muitos elogios. Se a cena com milhões de ratos já assusta aos olhos, imagine o som de todos eles ao seu redor onde um mínimo deslize fará você ser comida de camundongo? É realmente apavorante os guinchos dos ratos, e nesse momento, mesmo longe do jogo, me dá arrepios só de lembrar o barulho!
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