Spider-Man: Miles Morales é um jogo da Insomniac Games disponível para PlayStation 4 (PS4) e PlayStation 5 (PS5), lançado em 12 de novembro pelo preço de R$ 249. O lançamento é uma continuação direta do Marvel’s Spider-Man, game de 2018 que tinha Peter Parker como personagem principal e que introduziu Miles Morales ao universo dos videogames. Agora, Miles é a estrela do jogo, e se desenvolve como um herói muito interessante ao longo da história. Confira, no review do TechTudo a seguir, a nossa análise sobre gráficos, jogabilidade, diversão e outros detalhes sobre o título.
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História
O tema central do game é a vida de Miles Morales, que ganhou recentemente seus poderes e está aprendendo a atuar como um herói ao lado de Peter Parker. No começo do jogo, os Homens-Aranha trabalham em dupla, com o mais velho coordenando as ações e explicando as coisas.
É aí que, de cara, surge uma das partes mais legais do jogo, quando o Rhino e vários bandidos fogem enquanto estão sendo transportados para a cadeia, e os heróis precisam contê-los. O Rhino acaba dando trabalho, e precisa ser perseguido por toda a cidade de Manhattan – o que já se torna uma ótima forma de você começar explorando o mapa.
Em certo ponto, porém, Peter Parker avisa que vai precisar fazer uma viagem e o novo Aranha vai precisar cuidar da cidade sozinho. É aí que o jogo se inicia para valer, e começa a se desenrolar a trama de Miles. Com a ajuda do seu amigo Ganke Lee, ele começa a resolver os crimes da cidade (por meio de um app desenvolvido por Lee), ao mesmo tempo que a megacorporação Roxxon e os terroristas da Underground começam a arrumar muitos problemas.
O mais interessante disso tudo é que os poderes do Miles vão bem além dos do Peter, dando uma nova dinâmica à história e ao game em si. O “poder Venom” faz com que Miles possa conduzir eletricidade e dar golpes explosivos, além da invisibilidade, que faz o herói ficar escondido por alguns segundos e atuar de forma bem mais furtiva.
O lado negativo é que a história é frequentemente "interrompida" para que você possa ter tempo para fazer as diversas missões secundárias pelo mapa. Essas tarefas ficaram muito pouco fluidas no jogo, já que às vezes você está no calor do momento e precisa esperar para a história principal voltar a te chamar para a ação.
Gráficos e visual
O Spider-Man: Miles Morales traz muitos detalhes e cenas impressionantes. Como já dito, a própria representação de Nova York é um espetáculo, que ainda vai variando entre diferentes climas e horários, então te permite ver tudo de dia, de noite, com o sol se pondo, no meio da neve...
Além disso, os detalhes dos personagens e dos cenários se destacam bem. As expressões das pessoas são muito bem feitas, sem contar a sutileza das roupas e dos objetos, mostrando muito bem as texturas de tudo. Isso com o jogo rolando, viu? Nas imagens cinemáticas o visual também é muito bom, mas nada além do que já estamos acostumados nos games mais recentes.
Os uniformes do Homem-Aranha, desbloqueáveis ao longo do jogo, apesar de terem designs um pouco esquisitos, são uma parte bem interessante do jogo. E vários deles remetem a momentos icônicos do personagem, como uma versão baseada no Universo 2099 dos quadrinhos e o uniforme do filme Aranhaverso.
Outro ponto que explora bem os gráficos é o Modo Fotografia presente no game. Com ele, você pode congelar a imagem a qualquer momento, percorrer com a câmera em qualquer ponto da tela, de qualquer direção, e ainda adicionar iluminação extra para pegar o take perfeito. A função, já presente no Marvel’s Spider-Man, voltou com tudo e valoriza ainda mais o visual do jogo.
Durante os testes, pudemos conferir as mudanças entre o game no PS4 e no PS5. Apesar de não serem gritantes, as novidades do PlayStation 5 são interessantes, trazendo ainda mais texturas e detalhes pequenos, mas principalmente adicionando muito mais luzes e sombras às cenas. Apesar disso, a experiência não chega a ser modificada, e os gráficos se mostram de alto nível em ambas as plataformas.
Jogabilidade
Spider-Man: Miles Morales tem uma jogabilidade bem interessante. Os controles básicos, tanto para se movimentar pela cidade quanto nas batalhas, são intuitivos e claros. E aí, para quem quer se aprofundar em golpes mais complexos ou movimentos mais difíceis (que podem ser desbloqueados em missões), pode treinar e se desenvolver por conta própria.
É interessante como é possível jogar bem sem precisar das combinações extras, sendo possível vencer qualquer luta ou passar de qualquer desafio sem eles. Fica mesmo apenas como uma opção para quem quer jogar ainda melhor e passar mais facilmente. Aliás, os próprios uniformes também dão habilidades diferentes, mas que não chegam a ser tão interessantes na prática.
A esquiva nas lutas também é muito fácil e interessante de usar. O “sensor” na cabeça do Homem-Aranha mostra quando algum golpe vai te atingir, então você pode basicamente fugir do golpe e já está posicionado imediatamente para voltar à luta. Isso faz com que você possa lutar com vários inimigos sem ficar apanhando demais. Demora um pouquinho para dominar totalmente, mas depois que você consegue, a dinâmica das lutas fica excelente.
Além disso, todo o jogo é bastante pensado para variar entre tipos de ações. Em alguns momentos você vai precisar fazer coisas muito simples, como andar entre cômodos da casa para pegar objetos, em outros você vai precisar enfrentar muitos inimigos ao mesmo tempo sem ter para onde correr. Simultaneamente, ainda vai ter horas em que você precisa procurar coisas pela cidade ou encarar os vilões de forma furtiva, sempre escondido e batendo um por um. Isso cria uma dinâmica muito boa, que deixa o game mais instigante e evita que você enjoe de fazer missões ou de praticar estilos de luta muito repetitivos.
As novas habilidades do Miles Morales, como a invisibilidade e o “poder Venom” também abrem uma nova gama de jogabilidade, não presentes no primeiro game da franquia. Ao ganhar a skill da invisibilidade, você pode ser muito mais furtivo nas suas ações (o que é uma escolha sua) ou até ter tempo de recuperar a saúde antes de voltar a uma batalha. Já o poder Venom adiciona inúmeros golpes muito bacanas – que, além de terem ótimas animações, paralisa os adversários e permite diversos combos.
A única parte estranha neste aspecto é o golpe de “finalização”. Depois de acertar os inimigos algumas vezes, você enche uma barra que permite finalizá-los em uma animação especial. O problema é que, muitas vezes, essas “finalizações” não acabam com o adversário, então você precisa fazer várias vezes, o que tira um pouco a fluidez das lutas.
Diversão
O game do Miles Morales é extremamente divertido e consegue te absorver para passar horas sem pensar em outra coisa. Só de se locomover pelo mapa já é um atrativo a parte, já que você pode usar diferentes formas de viajar e que vão te mostrar o show que é a ambientação do game. É possível chegar aos locais jogando teias, correndo pelas paredes, no meio das pessoas da cidade, usando o metrô ou pulando de prédio em prédio – você é quem decide. Essa dinâmica faz o jogador se sentir o próprio Homem-Aranha.
As batalhas também são destaques muito positivos. Com a enorme variedade de golpes, a esquiva muito bem feita e as habilidades de invisibilidade e “poder Venom”, você vai torcer para encontrar muitos inimigos e poder colocar seus poderes em prática. Ainda existe uma grande interação com o cenário do jogo, já que você pode arremessar praticamente qualquer objeto da rua nos adversários, dando ainda mais opções na hora da dificuldade, e tornando tudo muito fluido e divertido.
As missões principais são bem legais e com uma ótima duração (não muito curtas, mas também sem se alongar demais). Muitas vezes elas parecem um pouco forçadas para se conectar à história, como quando o Homem-Aranha descobre um segredo bem pessoal sobre um de seus inimigos, mas logo depois do fim da missão volta tranquilamente ao seu quarto ou a algum telhado aleatório da cidade. Mas, no geral, são bem legais de se jogar, levando a desafios diferentes na jogabilidade.
Já o gosto pelas missões secundárias depende muito do estilo de jogo de cada um. Se você tem paciência e gosta de fazer coisas bem banais (como encontrar maletas muito mal escondidas ou gravar sons pela cidade), é possível se esbaldar com a variedade de atividades que pode fazer pelo jogo. Mas, como já foi dito, se o seu interesse principal for seguir a história e saber o que acontece em seguida, essas missões só vão te atrapalhar e deixar as missões principais mais demoradas de aparecer.
Além disso, o jogo é bem curto se você não for um gamer que quer platinar tudo. A história principal pode ser concluída em menos de 10 horas de jogo, e as missões secundárias também não chegam a ser o suficiente para transformar em um game longo. Em pouco dias, você vai acabar com Spider-Man: Miles Morales.
Conclusão
O game é muito bem feito e tem tudo para ser um dos principais desta primeira geração para PS5. Deu para ver que a Sony trabalhou com muito cuidado para esse ser um dos seus carros-chefe, e não economizou em questão de gráficos, missões extras e conteúdos escondidos. Além disso, apesar de a história ser simples, é suficiente para te manter interessado até o fim, até porque as lutas são tão boas que você mal pode esperar pela próxima.
Para os fãs do herói nos quadrinhos e nos filmes, o jogo tem tudo para agradar. A presença do Peter Parker no começo da história, fechando bem o link com o game antecessor, e o desenvolvimento do Miles são muito interessantes para quem acompanha o personagem.
Além disso, Spider-Man: Miles Morales traz alguns pontos que remetem à mitologia clássica do Aranha, como a presença do vilão Rhino, a introdução do Gatuno (Prowler), os uniformes, entre outras surpresas. Porém, como Miles é um personagem relativamente novo e se desenvolvido muito nas diversas mídias, o game tem tudo para agradar em cheio a nova geração de fãs do Aranha.
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