A gente já está cansado de falar: a internet mudou tudo. Se antes a informação levava dias para circular entre o público, hoje em dia as redes sociais aproximaram muito mais as pessoas das notícias. Tudo é instantâneo e entregue diretamente na sua mão, pelo celular ou, em alguns casos, até pelo relógio. Mas tudo isso também tem um lado ruim.

Em 2016, o Facebook foi atacado de todos os lados por conta do fenômeno das notícias falsas. A bolha de informação criada pela rede social pode enganar até o mais esperto dos usuários, mostrando apenas aquilo que ele quer ver. Isso inclui, é claro, muitos boatos e informações desencontradas, que podem ganhar proporções imensas no mundo real.

Uma pesquisa feita recentemente pela Advice Comunicação Corporativa e pela BonusQuest revelou que 42% dos brasileiros já compartilharam notícias falsas nas redes sociais. Além disso, 78% afirmam que utilizam as mídias sociais para se informar, sendo que o Facebook aparece em primeiro lugar entre as plataformas mais utilizadas. Ou seja, tem muita gente sendo enganada por manchetes que parecem de verdade, mas não são.

No começo de toda essa polêmica, o Facebook tentou se manter afastado. Numa conferência realizada em novembro nos Estados Unidos, o CEO e fundador da empresa, Mark Zuckerberg, negou que notícias falsas pudessem ter influenciado o resultado das eleições americanas. Ele chegou a dizer que essa ideia era "bem maluca".

O problema, na verdade, era mais delicado do que isso. Afinal de contas, identificar uma notícia falsa não é uma tarefa tão simples quanto parece. O Facebook também foi acusado de manipular a seção de "assuntos mais populares" para privilegiar notícias contra Donald Trump, o candidato Republicano que venceu as eleições para presidente nos Estados Unidos. A empresa negou, mas o assunto deu o que falar. Isso indicava que qualquer pessoa dentro do Facebook poderia, se quisesse, influenciar a opinião pública com base nas suas próprias opiniões.

Provavelmente por isso o Facebook não quis assumir a responsabilidade de decidir o que é notícia falsa e o que é verdade na rede social. Foi só em dezembro que o Facebook finalmente decidiu tomar uma atitude mais enérgica para tentar resolver o problema. A empresa anunciou uma parceria com agências de checagem de fatos para avaliar todos os posts que foram denunciados pelos usuários. Se uma mesma notícia for denunciada muitas vezes, o link vai ganhar um sinal de alerta, explicando que aquela história está sendo avaliada e pode não ser real.

O assunto é bem complexo que não inclui só o Facebook: at�

... � o Google já foi acusado de facilitar o acesso dos usuários a boatos sem muito fundamento. Enquanto as empresas de tecnologia buscam soluções para isso, fica a dica do Olhar Digital: tome cuidado com o que você lê e compartilha na internet. Busque fontes confiáveis e sempre duvide de manchetes bizarras demais. As redes sociais estão aí para nos ajudar, mas se não formos cuidadosos, elas podem muito bem nos atrapalhar.


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