Por Daniel Junqueira
Lançado no final de agosto, o Quantum Sky é o novo smartphone top de linha da Quantum, marca brasileira ligada ao grupo Positivo. O aparelho tem especificações intermediárias e promessa de bateria que dura bastante, mas será que ele vale o preço cobrado?
O Olhar Digital testou o Quantum Sky para saber o que ele consegue fazer. O aparelho é bom, apesar de alguns deslizes, mas, no geral, é uma ótima opção de baixo custo na faixa intermediária de preço.
Design, tela e desempenho
O design do Quantum Sky não se destaca muito, e lembra bastante alguns smartphones genéricos. Ele é um retângulo com bordas arredondadas e traseira metálica. A falta de inspiração não prejudica a usabilidade dele. A pegada do Quantum Sky é boa e ele não dá a impressão de que vai cair da mão por pouca coisa. E a boa notícia para os mais desastrados é que a Quantum incluiu na caixa do aparelho uma capinha protetora de silicone e uma película também, itens que muitos usuários vão atrás de qualquer jeito.
Na parte frontal, a tela de 5,5 polegadas ocupa grande parte do espaço, mas as bordas ainda são bastante visíveis, contrariando a tendência de outras empresas em adotar um design de "tela infinita". O display tem resolução Full HD e tecnologia IPS que exibe imagens de qualidade, com cores vivas. A tela é bem visível mesmo sob a luz do Sol, então um dia claro não vai ser um problema para quem quiser navegar pelo aparelho. Está longe de ser o display mais bonito do mercado, mas ele cumpre muito bem o que se propõe e é de qualidade satisfatória para um aparelho intermediário.
O Quantum Sky tem um leitor de digitais posicionado abaixo da tela, e basta posicionar o dedo nele mesmo com a tela apagada para o aparelho ser desbloqueado em pouco tempo.
Por dentro, o Quantum Sky usa um processador MediaTek Helio P10 com 4 GB de RAM. Na prática, ele consegue desempenho excelente para tarefas básicas - como navegar na internet, usar WhatsApp e redes sociais - e ainda se sai bem rodando alguns apps mais exigentes. Testamos o game "Asphalt 8: Airbone" e ele conseguiu rodar sem dificuldades. O processador MediaTek não consegue sempre o mesmo desempenho de um da Qualcomm, mas o escolhido pela Quantum para o Sky cumpriu muito bem o que se espera dele. Não senti engasgos no recurso de multitarefa e a transição de um app para outro era quase instantânea.
O que senti, especialmente depois de passar muito tempo usando apps pesados - como a câmera, por exemplo - foi que o Quantum Sky esquenta bastante. Não cheguei a notar queda em desempenho devido ao calor, mas é fato que ele fica bastante quente, o que pode ser desagradável em certas ocasiões.
O Android foi pouco modificado pela Quantum e o que o usuário encontra no Sky é o sistema do Google quase intocado. Mas existem algumas alterações de software oferecidas pela empresa, mesmo que pequenas: apps como o da câmera e um de gerenciamento de arquivos foram incluídos, por exemplo, além de novos recursos como o Ambient Display, que exibe relógio e notificações quando o usuário pega o aparelho em mãos.
A Quantum permite personalizar os botões de sistema - os capacitivos ao lado do botão Home - da maneira que o usuário desejar. A contrapartida disso é que o Sky não exibe nenhum recurso visual para avisar o que o botão faz, então o usuário precisa lembrar se determinou que o botão multitarefa fica à esquerda ou à direita do Home, ou qual dois dois serve para voltar no Android. Apesar desse pequeno incômodo, no geral o Andro
Ao colocar uma bateria de 4.010 mAh no Sky, a Quantum prometia longa duração para o aparelho. Na prática, não é o que vemos: a bateria não seca rápido, mas um dia de uso intenso (reprodução de música, alguns vídeos, acesso à internet e redes sociais no 4G, captura de algumas fotografias, jogo rodando por alguns minutos) faz com que ele tenha entre 30% e 40% à noite. Não é uma marca ruim, mas é o mesmo patamar conseguido por outros aparelhos do mercado que não usam uma bateria tão grande. Ele pode não precisar ser carregado ao longo do dia, mas ainda vai precisar passar um tempo na tomada todos os dias.
Câmera
A Quantum deu atenção especial às câmeras do Sky, seja para as selfies ou para outras fotografias. A frontal tem 16 megapixels, enquanto a traseira tem 13 megapixels e flash LED. A empresa adicionou diversos recursos de software à câmera, mas infelizmente nem todos eles se mostraram úteis ou práticos. Abaixo listamos rapidamente quais são os recursos, e o que achamos deles em nossos testes:
- Modo profissional: permite ajustes de câmera como exposição, ISO, balanço de branco e mais. Ideal para quem quer controle total das imagens capturadas com o smartphone, e um recuso sempre bem-vindo nos aparelhos.
- Câmera lenta e time-lapse: dois recursos quase complementares: o time-lapse cria vídeos rápidos com grandes passagens de tempo, a câmera lenta faz vídeos longos de pequenas passagens de tempo, com vídeos gravados a 120 fps.
- Foto noturna: ajusta as configurações da câmera para a melhor para baixas condições de iluminação, o que permite capturar imagens de qualidade mesmo à noite.
- Cena inteligente: ajusta para as configurações de luz do momento, para imagens mais adequadas dependendo do lugar em que o usuário está.
- Polaroid: cria uma versão virtual das antigas fotografias Polaroid, o que é bem bacana para compartilhar em redes sociais, ainda que dispensável.
- Digitalização de documentos: um scanner embutido na câmera. Aponte para qualquer documento e o software auxilia na criação de uma versão virtual dele. É um recurso útil, mas não foi bem desenvolvido pela Quantum e não é difícil encontrar soluções mais práticas na Google Play Store.
- Leitura de código de barras: o Quantum Sky reconhece código de barras e faz uma busca no Google pelos números do código. Poderia ser útil, mas não funcionou como devia.
- Tradutor: aponte para uma palavra em outro idioma e veja a tradução dela. Além de não funcionar como devia, o recurso não avalia o contexto da palavra, exibindo traduções que não fazem muito sentido.
A Quantum se esforçou para criar um software de câmera bastante versátil, mas o resultado final não é empolgante. Por mais que alguns recursos se mostrem úteis na teoria, na prática o funcionamento deles deixa bastante a desejar, e existem soluções muito melhores na Google Play Store para praticamente qualquer coisa. Além disso, o processamento das imagens em recursos como Foto noturna e Cena inteligente é bastante demorado, podendo demorar alguns segundos até que sua fotografia esteja pronta.
Deixando de lado o software, a qualidade das imagens não decepciona, e as câmeras do Sky são muito boas, tanto a frontal quanto a traseira. No caso da traseira, mesmo imagens em baixas condições de luz são de qualidade. Talvez não as melhores já capturadas por um smartphone, mas sem dúvidas fotografias boas o suficiente para a maioria das pessoas, e à altura do que outros aparelhos na mesma faixa de preço fazem.
Foto tirada com o modo noturno da câmera do Quantum Sky ativado
Foto tirada com o modo automático do Quantum Sky
Vale a pena?
Por R$ 1.350, o Quantum Sky é uma ótima opção pelo que oferece: desempenho de qualidade, bateria que dura bastante (embora abaixo do esperado), tela de qualidade e boa câmera. Tudo isso com uma versão do Android pouco modificada, o que pode agradar bastante os fãs mais puristas da plataforma do Google.
Ainda há o bônus do armazenamento interno: ele tem 64 GB, o que é espaço para muita coisa, e também conta com entrada de micro SD, ou seja, dá para colocar muita coisa dentro do Quantum Sky.
Mas o Sky está longe de ser perfeito: o design dele é pouco inspirado, o app da câmera conta com uma série de recursos que não entregam o prometido, o processador esquenta demais, e, consequentemente, o aparelho fica quente durante uso constante. Nada grave, mas são pontos que podem ser melhorados em iterações futuras do smartphone.
O Quantum Sky já está à venda no Brasil. Na caixa, além do smartphone, a Quantum colocou uma capinha de silicone e uma película protetora para a tela do aparelho.
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