Acho que todo mundo já imaginou como seria incrível parar no tempo e simplesmente não envelhecer... Ou, para os mais velhos, já pensou como seria bom poder voltar no calendário? Rejuvenescer! Ganhar tempo de vida! Amadurecer sem ficar velho. Se a conversa parece coisa de maluco ou um sonho muito distante, para o pesquisador inglês formado em ciências da computação Aubrey de Grey, curar o envelhecimento é uma meta de vida. Enquanto muitos cientistas falam em aumentar a longevidade, o doutor Grey acredita e trabalha há anos na busca da imortalidade.
“Envelhecer causa sofrimento. Deixa as pessoas doentes, miseráveis e, por fim, mortas. A maioria das pessoas considera isso ruim. Então não faz sentido pra mim. Como as pessoas podem não achar ruim envelhecer?", diz o pesquisador Aubrey de Grey.
O inglês de barba longa é dono de uma teoria que diz ser totalmente possível evitar o envelhecimento e, consequente, a morte causadas pelas doenças da velhice. Para isso, seria necessário limpar nosso organismo do acúmulo de danos e imperfeições que dão origens às doenças da idade avançada. Ao acabar com o envelhecimento, o cientista acredita que pode, ao mesmo tempo, exterminar doenças como o câncer, demências, doenças degenerativas, problemas cardiovasculares e muitos outros que fazem tanta gente sofrer a partir da terceira idade.
Recentemente, o doutor Grey esteve no Brasil para propagar mais uma vez seus ideais. Ele participou do FIRE, um grande evento de empreendedorismo, marketing e inovação realizado em Belo Horizonte pelo terceiro ano consecutivo. Em uma apresentação que deixou muita gente com os neurônios fervendo durante quase uma hora, o inglês contou detalhes intrigantes sobre os avanços dos seus estudos. Segundo ele, ainda existe muita coisa a ser feita e para isso são necessários investimentos altos. Ainda assim, a chance de sua teoria ser colocada à prova nos serem humanos em forma de terapia nos próximos 15 e 20 anos é de 50%.
Se engana quem desconfia do barbudo e acha que ele está sozinho nessa viagem. Um estudo publicado recentemente no European Heart Journal revelou que o uso de células-tronco cardíacas retiradas de corações jovens ajudou a reverter sinais de envelhecimento quando injetadas diretamente nos corações de ratos idosos. Além de revigorados, após a injeção, os animais mais velhos apresentaram um aumento de resistência bastante significativa. Uma possível fonte da juventude: células-tronco do coração.
O interessante é que esses passos mais largos e concretos da medicina são dados em paralelo ao avanço da tecnologia.
“A tecnologia faz parte das pesquisas médicas de várias maneiras. Em primeiro lugar, ela aparece no nível de hardware. Hoje temos robôs que automatizam muitos dos aspectos mais repetitivos dos estudos da biologia molecular e celular. Em níveis de interpretação, a tecnologia permite que possamos usar cada vez mais informações biológicas para desenvolver formas de entender os dados e extrair significados que não poderiam ser extraídos por um ser humano manualmente. Mas eu acho que a maneira mais importante que a tecnologia impacta na pesquisa médica é na psicologia. Na mentalidade das pessoas. As pessoas que fizeram pesquisas médicas a vida inteira pensam de uma maneira particular. Mas aqueles que foram treinados em tecnologia da informação e mudaram para a área da medicina têm uma perspectiva diferente. A combinação dessas duas formas de ver vai fazer a gente ir muito mais longe”, conta Aubrey de Grey.
Ou seja, o avanço da tecnologia vai além das redes e o fácil intercâmbio de informações, da própria precisão dos instrumentos e da velocidade de processamento de qualquer tipo de análise. Para o doutor Grey, o sucesso do mapeamento do genoma humano ainda vai produzir avanços rápidos e incríveis na tecnologia, como drogas inteligentes e projetadas para cada indivíduo até robôs microscópicos capazes de viajar pela corrente sanguínea curando o que for preciso. Na
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