O Magnavox Odyssey foi o primeiro console de videogame lançado na história, em 1972. Mesmo sendo o primeiro produto da indústria, o Odyssey acabou atingindo relativo sucesso, graças ao inédito dispositivo para interagir com a televisão. Bastante rudimentar, o aparelho não reproduzia sons, tinha compatibilidade com somente dois tamanhos de TV e teve apenas 27 games lançados.

Veja como os gráficos dos jogos em 3D evoluíram nos principais consoles

Como surgiu?

Em 1966, Ralph Baer começou a trabalhar na ideia de criar um aparelho com o qual os usuários pudessem interagir com conteúdos na TV. O primeiro protótipo, batizado de Brown Box (caixa marrom) ficou pronto em 1968.

Odyssey inaugurou a indústria dos consoles em 1972 (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Ralph Baer, William Harrison e William Rusch, responsáveis pela criação do console, apresentaram o dispositivo para potenciais fabricantes. No fim das demonstrações, a Magnavox, uma subsidiaria da Philips comprou a ideia e decidiu fabricar o videogame.

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O preço da inovação

O Magnavox Odyssey foi anunciado em abril e lançado comercialmente em agosto de 1972. Nos primeiros seis meses, vendeu 100 mil unidades, número bastante representativo - levando em consideração que o produto era desconhecido e só funcionava em televisores Magnavox, além de custar US$ 100, na época, equivalente a US$ 550, ou R$ 2.120, em valores atuais.

O console era mudo, pois os games não transmitiam som e, mesmo com a possibilidade da criação sonora, a Magnavox nunca trouxe a funcionalidade ao Odyssey. Além disso, dada a simplicidade dos processadores disponíveis, os jogos não tinham cores e ambientes complexos.

O jogador precisava colocar um filtro plástico, vendido com os game cards, na frente da tela da TV para dar a ilusão de linhas, cenários, cores e contornos durante o gameplay. No comercial acima, transmitido nos Estados Unidos na época, você consegue ter uma ideia mais clara de como o console funcionava:

Jogo de tabuleiro digital

O Odyssey era vendido com dados, fichas de poker, dinheiro de mentira e tabelas de pontuação. A ideia era que os jogadores encarassem o game como um tipo de jogo de tabuleiro digital, daí a necessidade desses acessórios curiosos.

Dinheiro no estilo Banco Imobiliário, fichas de poker e dados faziam do Odyssey um tipo de jogo de tabuleiro digital (Foto: Divulgação/Magnavox)

Sucesso

O Magnavox Odyssey foi descontinuado em 1975, com 330 mil unidades vendidas. Nos dias atuais, em que PS4 e Xbox One atravessam a casa do milhão de unidades vendidas em um só mês, pode parecer muito pouco.

Para a época, considerando as limitações, o fato de ser um produto inovador e o preço alto, o Odyssey pode ser considerado um console de sucesso. Seus jogos e modelo de negócio deram origem à indústria dos games eletrônicos como conhecemos hoje.

Um caso bastante simbólico é o game Pong. A Atari basicamente copiou a criação do Odyssey, usando o jogo como chave para seu sucesso anos mais tarde.

Esse episódio gerou um processo milionário na justi

... ça norte-americana, que acabou sendo o primeiro de muitos: ao longo de 20 anos, a Magnavox ganharia mais de US$ 100 milhões em indenizações pelas infrações às patentes.

Os jogos do Odyssey

O console da Magnavox usava um tipo rudimentar de cartucho, o game card. Ele servia para armazenar instruções que eram decodificadas pelo aparelho e convertidas nos games. Alguns jogos precisavam de vários cards para funcionar. O “Shooting Gallery”, por exemplo, usava 10 deles.

No total, o Odyssey teve 27 jogos lançados, todos com grande foco nos esportes e em disputas para dois jogadores, já que consoles da época não conseguiam simular a inteligência artificial para disputar contra o jogador.

Rifle "Light Gun" foi um dos principais acessórios do Odyssey (Foto: Reprodução)

A própria simplicidade dos jogos explica porque os nomes eram tão genéricos: o jogo de futebol é o “Soccer”, esqui é “Ski” e assim por diante. Títulos que fugiam desse padrão apresentavam gameplay um pouco mais evoluído, como “Haunted House”, um título de terror que usava filme plástico colocado diante da televisão para criar uma mansão assombrada, cheia de cômodos e compartimentos que o jogador precisava visitar.

Outros jogos mais criativos usavam a “Light Gun”, rifle do console desenvolvida para games de tiro. Em “Shooting Gallery”, o objetivo era acertar os alvos estáticos. Em “Shootout”, a missão era atirar em janelas, conforme elas acendiam, sistema usado também em “Dogfight”.

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