Há dezenas de vulnerabilidades no Tizen, sistema operacional proprietário da Samsung, baseado em Linux, que opera de Smart TVs a smartphones da sul-coreana. Quem afirma é Amihai Neiderman, pesquisador independente que palestrou no Security Analiyst Summit, evento realizado pela Kaspersky Lab entre os dias 3 e 4 na Ilha de São Martinho (Caribe). O programador israelense não poupou críticas. Para o especialista, o sistema operacional está longe de ser confiável. A Samsung, porém, não confirma as falhas, mas garante que tem fornecido updates periódicos em produtos com Tizen OS.
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"Eu encontrei mais de 40 vulnerabilidades diferentes no Tizen. Algumas afetam todas as versões do sistema. Analisei as que afetam smartphones e também Smart TVs”, disse Neiderman. Para o especialista, era preciso analisar o Tizen já que ninguém estava debruçado sobre isso no momento.
O Tizen é um sistema operacional de código aberto baseado em Linux e desenvolvido pela Linux Foundation e Samsung em parceria com Intel e Panasonic. O esforço é para tornarem-se menos dependentes do sistema operacional móvel Android, do Google — ao menos em celulares e TVs.
Neiderman afirma ter invadido uma Smart TV da Samsung usando falhas encontradas no aplicativo Tizen Store, uma loja de apps para os televisores — equivalente do Tizen para a iTunes, da Apple, ou a Google Play Store, do Android. O especialista explica que a loja de aplicativos tem privilégios de operação como instalar outros apps. Exploradas as falhas nesta aplicação, é possível usar esses privilégios para introduzir códigos maliciosos e controlar o dispositivo remotamente. Neiderman lembra ainda que, nos últimos dois anos, vários relatórios denunciando TVs apontaram para a espionagem.
De acordo com a pesquisa de Neiderman, atualmente, o Tizen OS roda em mais de 30 milhões Smart TVs e está disponível em smartphones da linha Samsung Z1, Z2 e Z3 (vendidos em países como Rússia, Índia e Bangladesh), nos smartwatches da Samsung e wearables (dispositivos vestíveis) da linha Samsung Gear, smart câmeras da família NX e em outros produtos de reprodução de mídia em carros e eletrodomésticos como ar condicionado, aspirador de pó, máquina de lavar e geladeiras.
As vulnerabilidades encontradas permitiriam que hackers assumissem o controle de dispositivos Tizen à distância, sem que fosse preciso estar próximo fisicamente do aparelho. Atualmente, Neiderman é chefe do setor de pesquisas da Equus Software em Israel, cujo foco maior são os problemas encontrados no Android. Entretanto, o especialista começou a analisar o código do Tizen há oito meses. Neiderman não chegou a desenvolver apps para o sistema, mas se aprofundou nas falhas após comprar uma Smart TV.
Os primeiros telefones com Tizen foram vendidos na Índia, chegaram em algumas partes da África e também na Indonésia. Há rumores de que a Samsung planeja trazê-los para países da América Latina como o Brasil — e expandir as vendas para o Oriente Médio, a Europa e até mesmo os Estados Unidos. Enquanto isso, a Samsung se esforça em oferecer prêmios aos melhores apps desenvolvidos para Tizen e marcou para dias 16 e 17 de maio a Tizen Developer Conference 2017, em São Francisco, colocando para frente o projeto de ter um sistema operacional próprio, após abandonar o Bada OS.
De acordo com o especialista, via acesso remoto, em Smarts TVs, é possível que hackers tenham acesso não só a câmeras de videochamadas como também a dados de pagamento de serviços de assinatura como Netflix e PlayStation Network. Nos smartphones, com um volume maior de dados pessoais, o perigo cresce. Ainda segundo Neiderman, com o esforço da Samsung em usar o Tizen em celulares não seria inesperado se a sul-coreana usasse o sistema na linha S — para os próximos Galaxy S9 ou S10 — já que está instalado nos relógios inteligentes da marca.
"Isso [usar o Tizen OS no Galaxy S9 ou
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