O Moto Z2 Play é a segunda geração do celular avançado que foi o lançamento da Motorola em junho deste ano. Com tela de 5,5 polegadas e câmera de 12 megapixels, o smartphone chegou ao mercado com a tarefa de substituir o elogiado Moto Z Play. Modelo do ano passado, ele vinha com um pacote de especificações completo, aliando bom desempenho e bateria duradoura por um preço menor do que o praticado nos modelos premium.
O Play de 2017 passou por mudanças consideráveis tanto no design quanto na ficha técnica. Entre os destaques está a polêmica redução na capacidade da bateria. O design do telefone ficou mais refinado e houve melhorias no processador e memória RAM, como você verá nas linhas a seguir – acompanhe a análise completa.
Moto Z2 Play vs Galaxy A7 (2017): compare a ficha técnica dos smartphones
Desempenho
Eis aí um telefone que não deixou a desejar: o Moto Z2 Play não travou nem engasgou durante o teste prolongado conduzido pelo TechTudo. Isso se deve ao processador octa-core de 2,2 GHz (Snapdragon 626), uma evolução do modelo presente no Moto Z Play de 2016. Ele funciona bem em conjunto com a memória RAM de 4 GB e a placa gráfica (GPU) Adreno 506.
A experiência de uso foi bastante fluida, da maneira que se espera de um telefone com boa ficha técnica. A troca entre apps é rápida, mesmo no modo multitarefa, em que são executados dois programas ao mesmo tempo. As modificações no sistema feitas pela Motorola são pontuais e não prejudicam o desempenho. O aparelho teve fôlego suficiente para rodar bem os jogos mais atuais disponíveis na Google Play Store, como Asphalt 8: Airbone e Plants vs. Zombies 2, por exemplo.
O armazenamento subiu de 32 GB para 64 GB, o que é bastante conveniente, pois alguns aplicativos só funcionam quando são instalados na memória interna do celular. Descontando a memória utilizada pelo sistema, ficam disponíveis aproximadamente 50 GB para o usuário. Há também a possibilidade de expansão da memória via cartão microSD de até 2 TB – pena que isso não existe no mercado.
O leitor de impressões digitais multiuso também chama a atenção. Com resposta muito rápida, o sensor permite o desbloqueio instantâneo e preciso. Para quem nunca teve um smartphone com biometria, o uso dessa função faz com que ela se torne um requisito a partir de agora.
O sensor também funciona como um painel sensível ao toque, capaz de reconhecer alguns gestos, de maneira parecida com os trackpads dos notebooks. É possível voltar para a tela anterior; bloquear a tela; ir para a tela inicial; e exibir os apps em segundo plano. A função tem utilidade dupla, pois libera espaço na tela anteriormente ocupado pelos botões virtuais e também dá mais dinamismo ao uso do smartphone.
O bom desta função é que além de poupar o espaço utilizado na tela pelos botões, a usabilidade do aparelho ficou mais dinâmica.
Tela
A tela do Moto Z2 Play tem dimensão de 5,5 polegadas e resolução Full HD (1920 x 1080 pixels). A concentração de pixels por polegada é da ordem de 400 ppi, o que garante boa legibilidade. O painel construído em AMOLED exibe cores equilibradas, sem exagerar na saturação. Os tons escuros são bastante realistas e mesmo sob luz do sol, as imagens são bastante nítidas
A proteção contra riscos da linha Gorilla Glass 3 se mostrou ineficaz, já que mesmo que o aparelho não tenha sofrido nenhuma queda, apresentou marcas consideráveis, sendo indispensável o uso de película de proteção.
Além disso, o smartphone tem a função Moto Tela, que exibe notificações e permite responder mensagens mesmo com o aparelho bloqueado.
O smartphone também conta com um sensor de proximidade, que reconhece a aproximação da mão do usuário, acende a tela e exibe as notificações sem precisar encostar no aparelho.
Design
O Moto Z2 Play ficou mais resistente e estiloso do que o modelo do ano passado. Agora ele é construído todo em metal, ao contrário do Moto Z Play 2016, que tinha revestimento de vidro na parte traseira – isso o deixava mais frágil e também repleto de marcas de dedos.
Ainda sem resistência à água, a fabricante promete um revestimento que protege contra respingos acidentais e chuva. Utilizamos o aparelho em ambientes úmidos e ele não apresentou problemas. O celular mede 76,2 mm de largura e 156.2 mm de altura, e diminuiu significativamente a espessura, de 7 mm para 5,9 mm. O Z2 Play também ficou mais leve.
Um ponto intrigante no design é a protuberância da câmera. O contraste entre o refinamento do restante do aparelho e a câmera saltada é notado à primeira vista. Vale lembrar que essa protuberância é parte fundamental do sistema de fixação dos acessórios da linha Moto Snaps, então ela ainda se faz necessária.
Quem se sentir muito incomodado tem a opção de pagar R$ 99 por uma das capinhas magnéticas que a Motorola chama de Style Shell. Elas vão igualar a diferença causada pela câmera saltada e protegerão o aparelho de arranhões na parte de trás.
A pegada do aparelho é bastante confortável, já que agora ele é leve e fino. Ainda assim, é bom tomar cuidado pois em algumas situações pode ser que ele escorregue da sua mão com facilidade.
Bateria
A Motorola recebeu críticas quando anunciou a capacidade da bateria. O Moto Z Play (de 2016) ostentava um potente componente de 3.510 mAh, com promessa de duração de até dois dias. A nova geração do smartphone chegou com bateria de 3.000 mAh, o suficiente para um dia e meio de autonomia com uso moderado do telefone.
A Motorola promete perto de 45 horas de uso, mas não foi o que vimos em nossos testes. Com uso moderado de aplicativos de música, redes sociais, ligações e com o brilho da tela configurado no automático, conseguimos um dia e meio de autonomia, até a bateria se esgotar completamente. Agora, com uso mais intenso da rede móvel e com brilho da tela no máximo, a bateria pode durar menos de um dia. Vai depender da forma que o dono vai usar o aparelho. A bateria é menor, isso é uma fato, mas dependendo do uso, ainda pode render bem.
A Motorola também promete um carregamento rápido que proporciona ao telefone até seis horas de autonomia em apenas 15 minutos de recarga. Vale lembrar que estas seis horas estimadas são de uso moderado.
Quem precisar de uma bateria potente, para mais de um dia de uso intenso fora da tomada, pode adquirir Moto Snap PowerPack 2, que aumentou em 40% o nível da bateria do Z2 Play rapidamente. Ela custa R$ 399.
Câmera
A câmera principal do smartphone também sofreu downgrade: a resolução do sensor caiu de 16 para 12 megapixels. Mesmo com a significativa redução em megapixels, a Motorola garante que a versão de 2017 faz fotos melhores que as do modelo de 2016 devido ao sistema de foco a laser (com detecção de rostos). A abertura de lente aumentou para f/1.7, possibilitando maior entrada de luz.
Em nossos testes a câmera teve desempenho regular. Ora capturava boas fotos, ora não. O modo HDR tende a auxiliar na produção de imagens melhores, mas isso vem a um custo: perda de foco e fotos tremidas ficaram mais frequentes. Não estamos dizendo que se trata de uma câmera ruim; ela é ok.
Em fotos noturnas, o desempenho foi abaixo do esperado, mesmo com a abertura f/1.7. Só foi possível salvar algumas das fotografias quando apelamos para o modo profissional, aquele que permite maior controle sobre os parâmetros da câmera.
Nos vídeos, o Moto Z2 Play trouxe suporte à gravação em resolução 4K (2160p) a 30 quadros por segundo (fps), além de 1080p a 60 fps e em câmera lenta em HD (720p).
Na câmera frontal o sensor continua o mesmo de 5 megapixels com lente grande angular de 85, para enquadrar mais pessoas na selfie, abertura de f/2.2 e flash LED dual tone para iluminar fotos noturnas. A câmera conta com um recurso que a Motorola chama de ''Modo Beauty", em que as fotos recebem retoques para eliminar imperfeições e rugas na pele.
Moto Snaps
Os Moto Snaps são capinhas inteligentes que se encaixam através de imãs na traseira do celular. Cada Snap adiciona uma função específica, como projetar filme ou aumentar a autonomia da bateria. A promessa da fabricante é que ao longo do tempo, novos Moto Snaps com outras funções serão lançados.
Moto Insta-Share Projector - R$ 1.499,00
O Moto Snap de projeção talvez seja um dos mais interessantes. Em condições específicas de iluminação, o acessório permite ao usuário ver filmes e séries em uma tela de até 70 polegadas numa resolução 480p. O projetor tem uma bateria interna com autonomia de até 1:30h e o ajuste da angulação é feito com a parede é feito automaticamente.
True Zoom Hasselblad - R$ 1.499,00
Aumentando o peso do smartphone em 145g, Com outro conjunto de sensor e lentes, este Moto Snap turbina as fotos feitas com o aparelho entregando um zoom ótico de ate 10x mais também adiciona 145g no peso.
PowerPack 2 - R$ 399,00
Este talvez seja o Moto Snap mais útil, porque pode te salvar no momento que a bateria do smartphone se esgotar. O PowerPack 2 recarrega até 40% da bateria do aparelho de forma rápida.
JBL SoundBoost - R$ 699,00
Para quem gosta de ouvir música no celular, este Moto Snap da JBL entrega 6 watts de potência, aumentando consideravelmente o volume. Sentimos falta dos graves. Pelo mesmo preço, comprar um caixa de som Bluetooth, talvez seja uma uma escolha mais inteligente.
Conclusão
No conjunto da obra, o saldo é positivo: as qualidades do smartphone superam os pontos fracos. Com design refinado, inovador leitor de impressão digital multiuso, hardware rápido e sistema rodando com fluidez, o Moto Z2 Play é uma boa opção de compra para quem não quer investir muito dinheiro em um modelo premium, mas não abre mão do desempenho (ainda mais se ele vier aliado a design e inovação).
Por outro lado, o consumidor poderá se decepcionar com a câmera. Aqueles que compraram um Moto Z do ano passado e pensam em pular para a geração mais nova também precisam pensar se a redução na bateria se justifica.
O smartphone tem preço sugerido de R$ 1.999 e está disponível nas cores prata (platinum), dourado (ouro) e azul.
Moto Z Play vale a pena? Usuários opinam no Fórum do TechTudo
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