Age of Empires: Definitive Edition é uma versão remasterizada do clássico game para PC. Um dos "pais" do gênero de estratégia volta com um visual repaginado e suporte à resolução 4K. O jogo mostra que a saga continua viva e agradando - pelo menos aos fãs antigos. Confira a nossa análise:

Panela velha é que faz comida boa

Quando foi lançado, Age of Empires revolucionou o gênero de estratégia. Na época, era preciso um PC robusto para se ter uma experiência completa. Isso porque AoE trazia uma aparência que encantava e dezenas de construções e personagens que interagiam a todo momento.

E, por mais que a ideia de evolução dos anos já tivesse sido adotada em outros jogos, como Civilization, Age of Empires soube implementar isso de uma forma sutil. Nele, a população evolui de uma forma manual, e é preciso adquirir determinados itens para avançar no tempo, cabendo ao jogador a responsabilidade de aumentar seu contingente e mão de obra, ou acumular recursos visando a evolução.

Para completar, ainda é preciso estabelecer parcerias ou declarar guerra a outros povos. Mais uma tarefa árdua, já que é difícil conter os impulsos de atacar povos de outras regiões e colher recursos em sua área na maior cara de pau. Tanto que, boa parte das vezes, seus subordinados atacam esses indivíduos sem dó e piedade.

Esses são alguns dos elementos que fizeram de Age of Empires uma inspiração para tantos outros títulos que impulsionaram o gênero. Isso sem falar na elogiadíssima continuação do jogo que, para muitos é considerada a melhor da franquia e até mesmo o melhor game de estratégia de todos os tempos.

De roupa nova

A grande novidade de Age of Empires: Definitive Edition é em relação à sua parte visual. O título foi totalmente repaginado e agora conta com gráficos que possuem suporte a resolução 4K. Claro que, para isso, é preciso ter uma máquina que permita essa resolução, além de um monitor compatível.

O resultado desse nova aparência é nítido, desde os personagens que deixam de ser meros conjuntos de pixel para ter uma feição mais real até estruturas que podem ser melhor identificadas. Também encantam os simples efeitos especiais, como da movimentação de embarcações na água, heróis em combate, estruturas sendo destruídas, etc. Tudo foi feito de uma forma que pareça com que o jogo tenha sido criado nos dias atuais.

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Entretanto, todo esse visual está limitado a um zoom que, mesmo ampliado em relação a versão original, quando no máximo, ainda mantém boa parte dos elementos longe do foco. Em outras palavras, seria mais interessante se o game permitisse visualizar tudo de mais perto, facilitando até mesmo em combates ou áreas de exploração que contam com limitações de espaço.

Um tapinha na jogabilidade não ia cair mal

A jogabilidade de Age of Empires: Definitive Edition também recebeu mudanças, mas bem limitadas. Por exemplo, agora é possível ter mais pessoas em seu povoado, graças ao poder dos PCs de hoje em dia que permitem esse tipo de ação, uma vez que quantos mais elementos, maior o processamento de informações. Também é possível ter uma fila de aprimoramentos e criação de personagens, além de outros pequenos ajustes na hora de criar estruturas.

Todo o trabalho de remasterização poderia ceder alguma parte dos esforços para que problemas do passado fossem corrigidos. O mais grave deles é em relação aos combates, nos quais seus subordinados insistem em não cumprir as ordens, o que resulta em boa parte das vezes em ataques atabalhoados sem um alvo específico.

O mesmo vale para a movimentação dos bonecos. Não é difícil se deparar com barcos pesqueiros batendo uns nos outros em caminhos que poderiam ser facilmente contornados, ou em construtores que acabam travados atrás de suas obras ou outros elementos. Erros que, em games de hoje em dia, seriam severamente criticados.

Mas vale a pena?

Age of Empires: Definitive Edition é voltado para os fãs nostálgicos que querem reviver aqueles momentos do primeiro contato com a franquia. Apesar de um visual que o deixa com uma cara de "jogo novo", a jogabilidade conta com poucas e quase imperceptíveis melhorias. O mesmo vale para os eventuais problemas, que não foram corrigidos e permanecem, deixando a sensação que essa remasterização funcionaria melhor em Age of Empires 2.

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