Naruto to Boruto: Shinobi Striker é o lançamento mais recente da franquia Naruto para o PS4, Xbox One e PC (Steam). Ao contrário do que já estamos acostumados nos jogos da série Storm, Shinobi Striker entrega uma experiência focada em batalhas em grupo tanto PvP (jogador contra jogador) quanto contra inimigos controlados pela máquina. O jogo escolhe não incluir um Modo História e focar em mecânicas inéditas, como a customização do seu personagem ao invés de jogar com os já conhecidos do anime, além de trazer uma movimentação dinâmica pelo mapa. Será que essa mudança foi boa ou ruim para os jogos do ninja da Vila da Folha? Confira no review a seguir:

É melhor que os jogos da série Ultimate Ninja Storm?

Se você está esperando mais um jogo de luta tradicional do Naruto no nível dos anteriores, sinto dizer que irá se decepcionar. Shinobi Striker prometeu ser o game que fãs do ninja pediram há anos, em que o jogador teria seu próprio personagem com a opção de escolher habilidades e estilos de luta que quisesse. Porém, na prática, o sistema se mostrou bastante enjoativo e desbalanceado, e, junto dos problemas recorrentes de travamentos e bugs, considero que somente fanáticos pela série vão se interessar pelo jogo.

Os jogos Storm, em especial Naruto Shippuuden Ultimate Ninja Storm 4, também têm seus erros, mas eles foram corrigidos conforme os títulos foram sendo aprimorados e com o lançamento do DLC Road to Boruto. Naruto to Boruto: Shinobi Striker não é necessariamente um jogo ruim, mas ainda tem muito a caminhar para se tornar um game imperdível.

Customize desde a aparência até os jutsus dos ninjas

A ideia de customizar seu próprio ninja é excelente. Sempre tive vontade de criar combinações de jutsus e estratégias diferentes das conhecidas. Além das opções de customização visual, há também a possibilidade de escolher a classe - que pode ser ataque, ataque à distância, tanque e cura - e os golpes que serão utilizados.

Naruto to Boruto: Shinobi Striker permite customizar desde aparência do personagem até habilidades (Foto: Reprodução/TechTudo)


Mas a execução caiu no problema comum a jogos como este: o metagame. Na maioria das partidas PvP (jogador contra jogador) que joguei era certo ver combos de habilidade e armas específicas que já estão consagradas como as melhores. Esse problema de desbalanceamento, aliado ao matchmaking (ferramenta que escolhe os aliados e adversários) que me colocava contra jogadores 50 níveis acima do meu, não deu muita vontade de continuar tentando vencer partidas.

Matchmaking de Shinobi Striker coloca o jogador contra oponentes mais fortes (Foto: Reprodução/TechTudo)

Para aprender novas técnicas e bater de frente com os jogadores mais fortes é necessário se aliar a um mestre ninja. Eles são separados por estilo de luta, então, se você preferir um estilo mais de ataque à distância, por exemplo, Sasuke é a única opção de escolha no início. O ruim é que o game não te informa qual mestre é melhor para cada estilo. A escolha é aberta e você tem que se basear na intuição e no conhecimento dos personagens dentro do mangá/anime para associar o estilo de luta à classe que ele representa. Eu, que conheço a série, treinei com mestres como Yamato e Naruto, sendo que ambos não ofereciam habilidades para a minha classe, que é de ataque à distância.

... ente-conteudo"> Os mestres ninja de Shinobi Striker precisam ser liberados evoluindo o personagem (Foto: Reprodução/TechTudo)

Modos limitados para desafiar outros jogadores e missões repetitivas

Os modos de jogo e os mapas são bastante limitados. Como não há combate 1 vs 1, os modos PvP se resumem a: capturar a bandeira, controlar pontos, lutas 4 vs 4 e um modo em que uma equipe ataca um chefe e outro o defende. As missões PvE são mais variadas, mas sofrem do problema de haver apenas 5 mapas diferentes para serem jogados, tornando o gameplay repetitivo.

Modos PvP de Naruto to Boruto: Shinobi Striker (Foto: Reprodução/TechTudo)
As missões de Shinobi Strikes se repetem em mapas diferentes (Foto: Reprodução/TechTudo)

No final de cada missão, o jogador é presenteado com pergaminhos de diferentes raridades. Estes devem ser analisados na loja de armas da Ten Ten e são convertidos em itens aleatórios, como em um sistema de loot boxes. Um dos pontos positivos é a quantidade de itens e as combinações de efeitos que eles proporcionam, além de poder conseguir todos de graça, o único fator de diferenciação é a sorte. 

Shinobi Strikes tem sistema parecido com loot boxes para conseguir itens (Foto: Reprodução/TechTudo)

Combates desbalanceados e frustrantes

Como citado anteriormente, o combate do jogo é prejudicado pelo desbalanceamento e matchmaking precário, já que o nível influencia diretamente na quantidade de itens desbloqueados e estes aumentam o dano dos personagens de acordo com a raridade. Além disso, o lag presente em todas as partidas fazia com que eu errasse alguns golpes, mesmo com a mira travada no inimigo. Entretanto, a mecânica de andar pelas paredes e usar a kunai com fio para se recuperar de quedas torna a movimentação dinâmica e explorar os mapas dessa forma é uma das coisas mais divertidas no game.

É normal encontrar inimigos muito mais fortes que você em Shinobi Striker (Foto: Reprodução/TechTudo)

Em alguns casos, o dano que eu levava de adversários era tão alto que eu não tinha tempo de revidar. Além disso, a resistência deles também era muito alta para qualquer dano de ataque que eu usava. Passar por isso quando se está começando um jogo pode ser desafiador para uns, mas para outros pode ser muito frustrante. Em contrapartida, o combate nas missões é bastante divertido, ainda mais se você gostar de ação frenética acontecendo na tela. Em algumas lutas, depois de pegar o ritmo, não é difícil sentir como se fosse realmente um ninja.

Gráficos 

No quesito gráficos, Shinobi Striker perde muito para os jogos anteriores. Os modelos dos personagens são parecidos com os de Storm 4, mas as expressões faciais travadas e as texturas utilizadas tanto nos mapas quanto nas roupas deixa o game parecendo que foi lançado no início da geração. O ponto positivo fica para os efeitos dos jutsus, que são brilhantes e chamativos, como um jogo de anime deve ser. Lançar um Jutsu de Bola de Fogo ou um Rasengan enche os olhos de alegria.

Os gráficos são inferiores aos jogos da franquia Storm, mas os efeitos compensam (Foto: Reprodução/TechTudo)

Faz falta não ter modo História?

Como Shinobi Striker foi lançado depois do final da história de Naruto, não há o que adaptar para um modo singleplayer. A alternativa seria criar um enredo inédito, mas preferiram manter a estrutura de combates em equipes. Para mim, o modo história era uma forma bacana de mostrar acontecimentos do anime por outros ângulos e com maior interatividade. Há a possibilidade de jogar algumas missões sozinho, mas nada se compara a seguir uma narrativa linear como foi com os jogos de PS2 e os Storms.

Algumas situações do anime são reproduzidas em missões no jogo, como roubar os sinos de Kakashi (Foto: Reprodução/TechTudo)


Conclusão

Naruto to Boruto: Shinobi Striker é um jogo com grande potencial, mas ainda precisa do polimento necessário para oferecer a diversão que Storm 4 proporcionou. Acredito que, por ser a primeira tentativa nesse estilo, Shinobi Striker deve evoluir muito quando o próximo for lançado, ou até mesmo com alguns DLCs.

 


>>> Veja o artigo completo no TechTudo