Conhecer Papai Noel, fazer ponta em um filme e virar um cadáver. Essas são algumas das recompensas que já foram disponibilizadas em projetos de financiamento coletivo de games. Sites como Kickstarter, Indiegogo e Fig permitem que os criadores coloquem diversas categorias de prêmios para seus apoiadores — e a verdade é que a grande maioria não inventa muito. Só que alguns abusam da criatividade e do bom humor.
Confira a seguir uma lista com as recompensas mais bizarras já oferecidas em sites de financiamento coletivo:
Conhecer a cidade fantasma de Chernobyl
O game de survival horror Chernobylite ganhou fama recentemente por oferecer um prêmio bem inusitado: uma viagem de dois dias para a zona de exclusão de Chernobyl, na Ucrânia, atualmente uma cidade desabitada após o acidente nuclear de 1986. Pagando US$ 1,3 mil (cerca de R$ 5,2 mil), os desenvolvedores do jogo te acompanharão no que eles chamam de “uma aventura para toda a vida”.
Segundo a descrição da página do game no Kickstarter, basta chegar à Kiev, na Ucrânia, que eles providenciarão todos os trâmites do passeio. Por isso, é preciso ter mais de 18 anos e um passaporte válido.
Escolher uma tatuagem para o criador do game
Primeiro jogo do desenvolvedor Alexis Kennedy, Cultist Simulator chamou atenção por seu estilo minimalista: trata-se de um game de estratégia cuja mecânica é baseada em jogos de cartas. Quando o game foi lançado no Kickstarter, o sucesso foi imediato e a empresa arrecadou quase o triplo do que tinha pedido inicialmente.
Além de desenvolver um game criativo, Kennedy ainda criou prêmios no mínimo curiosos para quem financiasse Cultist Simulator. Na opção de 150 libras (R$ 770), ele promete revelar qualquer segredo de algum jogo que ele tenha trabalhado no passado. Já na opção de 5 mil libras (R$ 25,6 mil), o investidor pode escolher um desenho para ser tatuado na pele de Kennedy. Porém, ele avisa: se a namorada não aprovar a escolha, o dinheiro será devolvido. Para a sorte de ambos, ninguém investiu nessa opção.
Ser seguido por Shaquille O’Neal no Instagram
A lenda do basquete Shaquille O’Neal é conhecido por ser fã de games. Tanto que ele próprio se empenhou no projeto de fazer um reboot de Shaq-Fu, originalmente lançado em 1994 para Mega Drive e Super Nes, e que hoje é visto como um dos piores games da geração 16 bits.
Para isso, o ex-pivô não se privou de participar da maioria das recompensas para quem investisse no game. Entre as opções estão assistir a um jogo da NBA ao seu lado, jogar basquete dentro de sua mansão, e até chamá-lo para animar uma festa como DJ. Mas quem não tem tanto dinheiro disponível, há uma opção mais em conta: por US$ 500 (R$ 2 mil), Shaq irá te seguir no Instagram e curtir algumas fotos suas. Ele pode até fazer alguns comentários elogiosos, se for o caso.
Aparecer em um filme de Kevin Smith
Com filmes como O Balconista, Dogma e Pagando Bem, Que Mal Tem? no currículo, o diretor Kevin Smith também assina um projeto que transformará em game os principais personagens de suas obras. O jogo no estilo briga de rua (beat’ em up), Jay and Silent Bob: Chronic Blunt Punch, ainda está em fase de produção, apesar da previsão inicial de lançamento ser fevereiro de 2018.
As recompensas para quem financiou o projeto não são tão diferentes de outros games, como camisetas, artbooks e action figures autografadas. A questão é que todos os financiadores poderão ser sorteados para uma vaga de figurante em uma futura produção de Smith.
Ganhar uma peça real do filme Apocalypse Now
Outro filme que usou o financiamento coletivo para virar game foi o clássico Apocalypse Now. No começo de 2017, o projeto foi anunciado no Kickstarter e contava com a participação ativa do diretor Francis Ford Coppola. Tant
O problema é que o projeto acabou arrecadando menos do que o esperado — apenas US$ 172,5 mil de uma meta de US$ 900 mil. Com isso, o financiamento coletivo saiu do Kickstarter e migrou para uma plataforma própria criada dentro do site de Apocalypse Now, que já não existe mais. Por enquanto, não há informações de que o game tenha sido oficialmente cancelado.
Conhecer Papai Noel
Em 2013, a desenvolvedora finlandesa BugBear — que criou a série FlatOut — lançou no Kickstarter um novo projeto de jogo de corrida. Sob o nome de Next Car Game, a ideia era permitir que seus apoiadores participassem de todas as etapas de desenvolvimento, escolhendo desde os modelos de veículos até o título.
O mais interesse eram os prêmios: pagando US$ 7,5 mil (R$ 30 mil), a empresa oferece um dia de disputas de rachas de rally com a equipe, seguida de uma tradicional sauna finlandesa em Helsinque. E investindo US$ 10 mil (R$ 40 mil) seria possível conhecer, junto com um acompanhante, o Papai Noel na região da Lapônia.
O projeto Next Car Game acabou não atingindo a meta de financiamento, mas posteriormente acabou lançado em 2014 sob o nome de Wreckfest (PC, PS4, Xbox One).
Dar nome a uma vara de pescar
Uma recompensa comum nos projetos financiados coletivamente é poder dar nomes a personagens, magias ou itens. Em Shenmue 3 isso não é diferente. A continuação da franquia da Sega, que se tornou o game mais financiado da história do Kickstarter com mais de US$ 6 milhões em apoios, terá o nome dos financiadores em diversos locais dentro do jogo.
Melhor ainda é que pagando US$ 1,8 mil (R$ 7,2 mil), seu nome será eternizado em uma vara de pescar. Segundo a descrição no site, assim que o jogador compra o item em Shenmue 3, o personagem Ryo poderá reagir de uma certa maneira como agradecimento.
Ganhar um minifliperama
Lançado em 2018, o game Little Bug tem uma mecânica curiosa em que é preciso controlar dois personagens ao mesmo tempo: uma menina chamada Nyah e um espírito de luz que a ajuda a enfrentar criaturas misteriosas.
Little Bug pode ser jogado com mouse e teclado, mas os desenvolvedores criaram uma maneira ainda melhor de aproveitar essa jogabilidade diferente: um minifliperama com joystick e um pedal, e que pode ser jogado com duas pessoas em modo co-op. O preço para esse mimo, porém, é salgado: US$ 3 mil (R$ 12 mil), fora o preço do frete.
Virar um cadáver dentro do game
O game System Shock, lançado em 1994, não fez tanto sucesso na época, mas é considerado um dos marcos nos games de ação em primeira pessoa por sua narrativa densa e complexa — cujas características influenciam títulos até hoje, como a série Bioshock. Por isso, a equipe da Nightdive Studios resolveu reparar essa falha histórica lançando um reboot do game original e que está previsto para sair em 2020.
O projeto, que arrecadou mais de US$ 1,3 milhão no Kickstarter, não poupou no quesito prêmios. Entre eles está uma série exclusiva do notebook gamer Razer Blade com a estética cyberpunk do System Shock, ao preço de US$ 5 mil (R$ 20 mil). Outra opção, dessa vez pagando apenas US$ 350 (R$ 1,4 mil), é ter seu nome eternizado como um dos cadáveres do jogo. Pouco bizarro?
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