O Centro de Transparência de Brasília, inaugurado pela Microsoft na última quarta-feira (19), é um importante passo para a segurança digital no Brasil e na America Latina. A instalação conta com equipamentos de ponta e propostas ousadas: integrar os sistemas da empresa às necessidades dos governos e ser a ponta de lança no combate ao cibercrime.
Confira dicas de segurança na Internet
A iniciativa foi criada em 2014, e o primeiro Centro foi inaugurado em Redmont, nos Estados Unidos. Em seguida, vieram Bélgica, Cingapura e, agora, Brasil. Mas, afinal, para que serve uma Central de Transparência da Microsoft? O TechTudo foi a Brasília para conferir todos os detalhes da missão.
Antes de tudo, esqueça a idéia de um bunker subterrâneo ou de salas secretas. A instalação fica em um movimentado shopping do Distrito Federal. A diferença está nos protocolos de segurança. É praticamente impossível entrar sem credencial, as visitas precisam ser agendadas com (muita) antecedência e estão sujeitas, claro, à aprovação.
O ambiente é bem iluminado e você nem imagina estar num local com paredes reforçadas com metal, vidros resistentes, bloqueador de sinais de celulares, monitoramento em 100% das áreas comuns e outras dezenas de medidas de segurança. É como se fosse uma extensão do coração da Microsoft, mas em um lugar onde é possível ter acesso a informações de altíssimo sigilo, porém com uma bela vista para o Planalto Central, café quentinho e balinhas.
Missões: segurança, parceria e nova imagem
Uma Central de Transparência Microsoft tem dois objetivos principais: permitir que técnicos de quaisquer governos interessados analisem o código-fonte de qualquer produto Microsoft e centralizar as investigações de crimes digitais, tanto contra empresas quanto contra pessoas.
Até alguns anos atrás, era praticamente impossível ter acesso às linhas de código dos produtos da Microsoft. Mas, conforme a empresa foi mudando – hoje seu negócio principal é o armazenamento e processamento de dados na nuvem – surgiu um enorme problema: por que os governos iriam confiar seus dados a uma empresa dos Estados Unidos, com fama de “Império do Mal” e Bill Gates, o “homem mais rico e poderoso do mundo”?
Por isso, Microsoft precisou se reinventar. Afinal, técnicos de governos precisavam avaliar se os sistemas da MS eram seguros e, assim, colocar seus dados (na verdade, os nossos dados, dos cidadãos), na nuvem da empresa. Para isso, todos os códigos-fonte de produtos MS precisariam ser revirados, testados, analisados e avaliados. Basicamente, transparência ou “morte”.
Vale lembrar que a competição com produtos “open-source” (os software livres), também colocavam pressão na empresa. Windows, Microsoft Office e demais produtos para usuário final já não davam tanto lucro quanto antes. Abrir significaria deixar de ser a “empresa que queria colocar um PC na casa de cada pessoa” para ser a empresa que “hospeda dados e sistemas das empresas e governos”.
E é aí que entram os Centros de Transparência. Nos espaços, os técnicos de governos poderiam ter um acesso nunca antes concedido aos códigos-fonte e aos sistemas da Microsoft. Tudo isso em um ambiente isolado, estanque, com uma supersegurança. Basta uma prévia negociação e tudo vai estar lá, à disposição de quem quiser.
Cibercrime: produtos Microsoft como principal alvo
Mas, alem da missão primordial, os Centros de Transparência também executam uma importante função: ser o “quartel general” da empresa no combate ao cibercrime. Com malwares cada vez mais complexos, não respeitando fronteiras, um espaço central, com acesso tanto aos órgãos governamentais (polícias, judiciário, empresas) quanto à tecnologia de ponta da Microsoft, se tornou indispensáv
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