O evento “Imprimindo o Futuro”, que ocorreu ontem no Museu de Arte Moderna de São Paulo, reuniu especialistas para conversar sobre a nova economia e os desafios impostos às marcas, especialmente em relação à geração de lucro com respeito aos aspectos socioambientais.

Já de início, em uma conversa envolvendo o fundador e CEO da Boomera, Guilherme Brammer, e o head da aceleradora de startups ACE, Luís Gustavo Lima, o público presente no auditório do MAM percebeu a importância de transformar resíduos pós-consumo em matérias matéria-prima para outros produtos. “A partir da Revolução Industrial, as corporações se acostumaram a produzir para uma vida única. Os produtos têm de forma geral vida útil muito curta”, disse Brammer.

Ainda de acordo com o empreendedor, que se dedica na Boomera a reciclar produtos diversos de cápsulas de café a fraldas, a sociedade precisa abraçar a economia circular. Nela, as empresas avaliam os impactos socioambientais que seus produtos vão ter na vida das próximas gerações. Nesse contexto, o conceito “job to be done” assume importância. Por meio dele, os empresários passam a se preocupar com a solução oferecida por suas companhias, e não com o produto em si. “Em vez de vender lona que rasgue rapidamente, pois foi concebida para ter vida útil curta, a empresa oferece ao mercado a proteção, cobrando, por exemplo, pelo aluguel da lona, o que faz com que o produto seja resistente”, complementou Brammer.

Na sequência, a codiretora do escritório da Interbrand em São Paulo, Daniella Bianchi, destacou a importância do branding para que as empresas demonstrem seu modelo de negócio, muitas vezes desconhecido da maioria ainda que realmente inovador, e criem vínculos emocionais com o consumidor. Para isso, trouxe exemplos das empresas mais bem posicionadas no estudo Breakthrough Brands 2017 elaborado pela Interbrand.

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A diretora-executiva do Sistema B Brasil, Anna Sarkovas, explicou como se tornar uma empresa B, ou seja, ser certificada por ter seu modelo de negócio pautado no desenvolvimento sustentável - 2.400 companhias no mundo têm o selo, sendo 98 delas brasileiras.

Para fechar o “Imprimindo o Futuro”, destaque para as tecnologias desenvolvidas no espaço. O CEO da Made in Space, Andrew Rush, interagindo com o diretor global de Inovação e Tecnologia da Braskem, Patrick Teyssonneyre, falou sobre a parceria com a empresa petroquímica brasileira para permitir uma vida autônoma dentro da Estação Espacial Internacional (ISS na sigla, em inglês).

A partir do ano que vem, os astronautas poderão reutilizar plástico, incluindo o de embalagens de alimentos, será transformado, por meio de uma recicladora, transformando o material que seria descartado em objetos úteis para o dia a dia no espaço. Esse relacionamento entre Braskem e Made in Space não é novo. Os tripulantes da Estação Espacial Internacional já usam impressora 3D para imprimir diferentes tipos de ferramentas e utensílios com Plástico Verde da Braskem, produzir a partir de etanol de cana-de-açúcar.

“Viver fora da Terra é muito difícil porque há poucos recursos e não existe possibilidade de levar na espaçonave tudo que os tripulantes precisam”, disse Rush. “O que estamos fazendo é possibilitar maior segurança e conforto aos astronautas com o desenvolvimento no espaço de objetos úteis e o reaproveitamento deles”, finalizou.



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