Confira as novidades confirmadas para Super Mario Odyssey no Switch
“Maaaarioooo”
Super Mario Odyssey começa com o já clássico grito da Princesa Peach, clamando por socorro ao seu amado, frente a um novo rapto do vilão Bowser. Porém, a situação agora parece ainda pior, já que não foi apenas Peach que sofreu com o inimigo. Mario começa a aventura vencido pelo oponente, com sua clássica boina rasgada e jogado em um mundo cinza, abatido e sem vida. O clima é de derrota completa.
O ambiente ruim, porém, dura pouco. Nosso herói azul e vermelho encontra salvação na figura de Cappy, um misterioso aliado em forma de chapéu com consciência – e olhos! – que propõe unir-se a Mario, assumindo forma de sua nova boina para também salvar sua querida, raptada junto com Peach. A dupla parte com um objetivo único, mas para isso terão de passar por mundos diversos e com vários desafios.
Como sempre, a história de um Super Mario é contada em apenas um punhado de cenas. Ao longo do jogo, vamos descobrindo mais sobre o rapto de Peach e sobre os novos aliados de Bowser, bizarros coelhos que usam chapéus mágicos - mas não há nada muito mais além disso. A narrativa singular da Nintendo, sem usar quase nenhuma linha de diálogo, é o que brilha neste tipo de game.
Como um exemplo de jogo de plataforma 3D, Super Mario Odyssey narra seu conto pela diversidade de cenários, pelos personagens do computador encontrados pelo herói em cada mundo, pelas conversas de Cappy, sem falas, apenas com texto na tela, ao longo da jornada. Mario ainda é um protagonista “silencioso”, que só esboça reações e repete suas famosas frases básicas na voz insubstituível de Charles Martinet. Mesmo assim, é algo tão simples capaz de conquistar qualquer pessoa. Uma lição sobre como jogos podem e devem ser narrados em alguns casos.
Mario X GTA
Não é só na narrativa de sua história simples, ainda que cativante, é que Odyssey brilha. Da mesma forma que ocorreu com Zelda, em março deste mesmo ano, o game “reinventa a roda” e traz toda uma nova dinâmica ao já carregado gênero de aventura em plataformas. As fases clássicas não existem mais e Mario agora vive em um ambiente que o aproxima mais do sistema de mundo aberto – quase um GTA. Mas, atenção, citamos “quase” e é preciso observar bem o game para entender esta comparação que beira o absurdo.
Até mesmo em Super Mario 3D World tínhamos o conhecido sistema de mundos e fases – no melhor estilo “Mundo 3, Fase 1”, ou simplesmente “3-1”, por exemplo. Uma fórmula que, se não foi criada pela série, foi popularizada pela mesma. Depois de tanto tempo, é preciso mexer novamente no
O que temos em mãos é um Super Mario que te dá liberdade. Logo na primeira fase após o prólogo, que é em um pequeno e curto ambiente de três níveis de altura, é possível perder mais de uma hora só para caçar todos os segredos e explorar tudo que o cenário tem a oferecer – moedas secretas, passagens escondidas, inimigos que dão habilidades próprias (calma, vamos chegar neste ponto). Isso se repete cada vez mais nos mundos posteriores, que são ainda maiores em tamanho e em termos de colecionáveis, itens, oponentes, etc.
Em vez de avançar por este mundo na base do “fase por fase”, Mario tem uma espécie de “parque de diversões” a seu dispor, no qual a única limitação é o nível da habilidade de quem está com o controle na mão. O objetivo comum em cada mundo, e também o que te faz avançar para o próximo, é ter de coletar um número mínimo de luas, os itens mais importantes da vez. Pense neles como as estrelas de Super Mario 64. Mas, se lá o game completo poderia trazer cerca de 150 delas, aqui é possível chegar a mais de 300 antes da metade da aventura.
Mario e seu chapéu
Chegamos até aqui e comentamos história e novidades na exploração de cenários, mas não tocamos ainda no assunto principal de Super Mario Odyssey: a presença de Cappy. O “chapéu vivo” do personagem dá toda uma dinâmica ainda mais única ao jogo, tendo em vista que nada parecido foi feito até agora na série. Pela primeira vez, na saga principal, temos Mario com uma forma constante de ataque que vai além de seu pulo, garantindo também uma dificuldade um pouco mais alta, para equilibrar as coisas.
Como já foi visto em trailers e ao longo da divulgação do game, Cappy dá a Mario o poder de “possuir” inimigos e objetos pelas fases. Não é tão vasto quanto a Nintendo prometeu – isto é, você não pode possuir absolutamente qualquer coisa –, mas, ainda assim, diverte o suficiente para ser uma mecânica digna de nota. Em alguns casos, só é possível avançar por um obstáculo se Mario tomar posse de um inimigo que dá a ele poder único, como por exemplo nadar mais rápido em um peixe ou assoprar elementos do cenário com uma grande nuvem.
Cappy funciona de forma simples: pressione um botão para lançá-lo para a frente. Como um bumerangue, o chapéu volta para a cabeça do personagem automaticamente, se não tocar nada pelo caminho. Ele também tem o poder de eliminar inimigos, coletar moedas ou interagir com elementos do cenário para tirá-los do caminho, como toras de madeira, veneno ou neve. É possível ainda lançar o item com o sensor de movimento do Joy-Con e aí temos o possível primeiro problema (e talvez único) de Super Mario Odyssey.
A Nintendo decidiu que era melhor jogar Super Mario Odyssey com sensor de movimento para lançar Cappy, e isso talvez não seja tão bom quanto parece. É possível usá-lo pressionando um botão, mas o sensor traz novas manobras e formas de fazê-lo. Ao chacoalhar o Joy-Con, por exemplo, Mario lança Cappy pelo ar, mas uma nova chacoalhada faz com que ele rodeie e elimine inimigos ou colete itens. Poderia parar por aí e estava tudo muito bom, mas há movimentos demais para cada direção em que balançamos o controle e isso confunde um pouco as coisas.
O elo fraco desse elemento com o sensor de movimento é que não é possível desligá-lo totalmente. No máximo, você pode desativá-lo para mover a câmera na hora de mirar em algo – como por exemplo quando possuímos um tanque –, mas não para desligar os movimentos de Cappy. Isso é um pouco chato, pois o sensor é bem sensível e qualquer modificação na posição da sua mão pode influenciar na interação do controle com o personagem.
Há partes do jogo que o sensor é até mesmo requisito para avançar, tendo em vista que certas ações de Cappy só são possíveis com ele. Mas não se engane: os movimentos com sensor funcionam muitíssimo bem e são adições interessantes o suficiente para serem novidade no game, mas a obrigatoriedade é que não se encaixa e tira aquele “brilho de perfeição” que Super Mario Odyssey poderia ter – afinal, estamos falando de um jogo que se destaca em todos os outros aspectos gerais.
É Mario, como um Mario deve ser
Voltando ao cenário geral de Super Mario Odyssey, todo o restante é como deveria ser – e ainda melhor, na verdade. Você avança pelos mundos coletando luas, descobrindo segredos e esbarrando com outros colecionáveis, que vão dar vida extra ao game – como as moedas roxas, únicas em cada ambiente, que permitem comprar roupinhas para nosso herói.
E por falar nisso, trata-se apenas de mais um dos aspectos incríveis que Mario Odyssey tem. A Nintendo foi além de dar um chapéu falante para seu herói e agora você pode personalizar sua aparência, fantasiando-o com roupas de cowboy, astronauta, pirata e até mesmo no estilo retrô. As mudanças são visuais, meramente cosméticas, mas garantem diversão por nos apresentar versões do Mario que nunca vimos, ou ao menos nunca imaginamos em um jogo principal da série.
Há também o modo multiplayer cooperativo para dois jogadores, um comando de Mario e outro com Cappy. Ele não seria necessário, mas foi incluído com alguma maestria. Controlar os dois personagens ao mesmo tempo pode ser confuso no início, mas depois soa natural e ainda dá mais sentido à presença do chapéu falante. O melhor de tudo é que essa modalidade pode ser ativada ou desativada com apenas um clique no menu de pausa. Sem carregar um jogo novo, sem parar desnecessariamente no meio da aventura, nada. Prático e rápido.
Somado a tudo isso ainda temos as incríveis batalhas contra chefes, no geral todas bem simples, mas sempre divertidas, e os elementos de quebra-cabeça que compõem uma aventura de Mario. Há homenagens diversas a jogos passados, desde a época em que o herói era conhecido apenas como “Jump Man”, mas não vamos detalhar por aqui para não estragar sua surpresa, ou sua expressão de felicidade, quando se deparar com todas elas. Temos até mesmo um modo fotografia com elementos clássicos, como filtros no estilo "NES", "SNES" e "Game Boy".
Orquestra Sinfônica do Reino dos Cogumelos
Este também é o Super Mario mais bonito, mas isso não deveria ser surpresa. Ainda que o Switch não seja tão poderoso quanto os modelos mais recentes do PS4 ou do Xbox One, a Nintendo sempre sabe tirar “leite de pedra” de seus próprios aparelhos. Super Mario Odyssey roda com uma leveza ímpar e sempre exibe gráficos de última qualidade. O próprio modelo do herói se destaca bastante, mas serão constantes os momentos nos quais os jogadores ficarão surpresos com os ambientes, em especial aqueles que são bem vastos e imensos, como o mundo do deserto, logo no início.
A trilha sonora acompanha de perto toda a qualidade geral do jogo. Super Mario Odyssey tem som orquestrado em todos os momentos, com músicas sempre vivas, alegres ou tristes, dependendo do cenário atual, e com uma pegada “jazz” em alguns momentos. Isso se mostra já nos trailers, com a canção “Jump Up Super Star”, que pairou nos materiais de divulgação. Trabalho ímpar de todo o time de composição da Nintendo e uma das melhores trilhas de games já feita pela empresa japonesa.
Conclusão
Super Mario Odyssey muda completamente a forma de jogar “Mario” e nos coloca em um ambiente mais aberto, sem fases delimitadas, e com novos poderes incríveis. A presença de Cappy, chapéu “vivo” que te permite tomar controle de inimigos e objetivos, apresenta não só uma nova forma de controle, mas também de ataque. Os gráficos estão em altíssimo nível e a trilha sonora foi composta com todo o cuidado possível. Ainda que apresente pequenas frustrações no controle, trata-se de um dos melhores jogos de toda a série e também do Nintendo Switch.
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