Antes dos serviços de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music, escutar músicas era um processo que dava algum trabalho. Nessa época, os usuários não pensavam em ouvir as canções de forma instantânea, enquanto elas eram transmitidas pela Internet. A mecânica para ouvir músicas em formato digital incluía, no mínimo, três passos: pesquisar, baixar e, só então, reproduzir.
No início dos anos 2000, mais importante do que clicar e ouvir uma canção, criar sua própria biblioteca musical no computador era motivo de orgulho. Manter um acervo com milhares de músicas não era fácil, mas era possível. A seguir, o TechTudo relembra como era o processo de baixar e ouvir música antes dos aplicativos de streaming.
MP3 e outros formatos
Apesar de existirem outros formatos disponíveis para download, as músicas eram preferencialmente baixadas em MP3. Esse formato trazia uma qualidade de áudio aceitável e ocupava pouco espaço na memória dos aparelhos. Antes do MP3, o WAV era muito utilizado, mas o grande espaço que ocupava nos discos fez com que fosse substituído pela opção mais popular.
No auge dos downloads de MP3, a Microsoft tentou ganhar o mercado com o lançamento do AAC, formato que tinha uma qualidade melhor. Entretanto, protagonismo do formato mais popular só acabou com o surgimento do streaming. Atualmente, com a "morte" do MP3, arquivos de áudico como FLAC e AAC dominam o mercado.
Baixando as músicas
Antes de baixar as músicas, era necessário instalar programas ou acessar sites específicos para isso. Entre os mais populares no Brasil, estavam o Kazaa, eMule e Ares, que funcionavam por meio da tecnologia P2P. O usuário procurava músicas pelo nome da faixa ou do artista e tinha que esperar o download terminar para escutá-las ─ em outro programa, vale lembrar. Álbuns inteiros também eram disponibilizados, compactados em formatos .RAR ou .ZIP, para um download menos demorado.
Um dos maiores desafios ao baixar músicas era justamente aguardar o fim do download. A baixa velocidade da Internet da época fazia com que arquivos hoje considerados pequenos, de 4 MB ou 5 MB, tamanho médio de uma música em M3, demorassem muito para serem baixados. Era muito comum iniciar um download, abandonar a tela do computador e esperar o término fazendo outra atividade. Outro problema grave era a quantidade de vírus e malwares espalhados entre as músicas para download.
Baixei as músicas. E agora?
Não bastava somente fazer o download. Para reproduzir as canções era necessário um player. Alguns clássicos da época eram o Winamp, o Real Player e o Windows Media Player, que permitiam reproduzir músicas e vídeos, criar playlists de reprodução, visualizar capas de discos e brincar de DJ com equalizadores que controlavam a qualidade das faixas. Em alguns deles, com a ajuda de plugins, era possível ver as letras das músicas e colocar temas estilizados, com cores personalizadas.
Música em qualquer lugar
Como não havia acesso à Internet em qualquer smartphone, ouvir as músicas favoritas na rua só era possível armazenando as faixas nos pequenos e desejados aparelhos MP3 players. Os modelos mais populares tinham capacidade para armazenar, em média, 40 músicas. Além disso, o usuário tinha que transferir os arquivos do computador para o dispositivo por meio de uma conexão USB no computador e as faixas só eram reproduzidas com um fone de ouvido.
Houve ainda uma evolução do MP3 Player: o MP4 Player que, além de músicas, reproduzia vídeos em uma pequena tela. Paralelamente às versões mais baratas, a Apple tinha o iPod, com armazenamento muito superior e um design muito mais atrativo. O aparelho foi aperfeiçoado e teve várias versões até chegar ao modelo atual, com acesso à Internet e funcionalidades parecidas com as de um iPhone.
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