Yakuza 6: The Song of Life é o mais novo título da já enorme série de jogos de ação e aventura da SEGA, que chega novamente ao PS4 e, finalmente, teve seu lançamento no ocidente. Este é um game especial, pois ele, em teoria, finaliza a história de Kazuma Kiryu, personagem central da saga. Com ambiente bem mais expandido, personagens adicionais e uma história cada vez mais complexa, o Yakuza 6 não cansa de surpreender mesmo quem já espera algo mais tradicional deste capítulo. Leia nossa análise e descubra o que esperar:
Conheça os pontos de diversão no jogo Yakuza 0 e o que fazer neles
Kazuma, mais uma vez
O enredo de The Song of Life pode parecer bem familiar, pois ele começa com Kazuma Kiryu preso, como foi no primeiríssimo game. Mas nem tudo é tão simples. Agora, Kiryu está no topo. Ele é o grande líder da família mafiosa após passar por maus bocados e ficar ao lado de sua protegida, Haruka, depois de tantos anos. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e nada sai como planejado na maioria dos casos - nem mesmo para um chefão de gangue japonesa.
Confira a análise de Yakuza 6: The Song of Life (Foto: Divulgação/SEGA)
Enquanto estava se recuperando de sua última luta, Kazuma Kiryu é novamente preso. O mafioso achava que iria, finalmente, se reunir com as crianças que estavam sob seus cuidados, mas se deparou com mais esta surpresa do destino. Com uma série de acusações, ele é preso por três anos, o que leva Haruka a uma pressão social. Como uma ídolo pop, ela cede e decide sumir, abandonando também os jovens na ilha.
Tudo muda quando Kiryu é solto e decide visitar os meninos e Haruka, sem saber que ela havia deixado o local. Chegando lá, ele é recepcionado por todos, agora já mais crescidos, e descobre que sua protegida fugiu. Com novo fôlego, Kiryu decide voltar a Kamurocho mais uma vez, não apenas para procurar Haruka, mas para resolver uma possível disputa de poder que está se desenrolando no local. No meio disso tudo, em um prólogo, descobrimos que há ainda um bebê, um suposto filho de Haruka, mas onde ele se encaixa nisso tudo?
Yakuza 6: The Song of Life apresenta novos personagens (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Podemos dizer que a história de Yakuza 6 talvez seja a mais “humana” de todas. O uso constante de crianças, apresentando uma “geração inédita de personagens”, faz com que o jogo seja amigável aos novos jogadores – vale lembrar que Yakuza nasceu duas gerações atrás. Porém, a narrativa não mudou, então quem está acostumado com a série vai se sentir em casa.
O grande problema com o enredo de Yakuza 6: The Song of Life é que ele não se decide. O game tem seus momentos sérios, mas são poucos. Na maior parte dos casos, você vai esquecer deles. Se for um veterano da saga, talvez leve um pouco mais em conta e se concentre de forma mais adequada, mas isso será raro, levando em consideração que a marca não é tão popular por estas bandas do globo.
Há muitos minigames em Yakuza 6: The Song of Life (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Ainda assim, é impressionante ver os cuidados que a SEGA tem com a parte narrativa. Há inúmeros astros japoneses famosos no elenco e eles estão representados de forma fiel tanto em gráficos, quanto nas vozes. Um deles é Takeshi Kitano, ou “Beat Takeshi”, que é famoso, inclusive, por ter feito alguns filmes em Hollywood, como o recente Ghost in The Shell. Porém, é algo que só deve empolgar entusiastas da cultura japonesa e de atores locais.
Vamos aos controles
The Song of Life é jogado como qualquer outro game da série. Assim como nos anteriores, ele continua sendo um título de ação e aventura, com alguns poucos elementos de RPG. A exploração ainda é o ponto forte e os inúmeros conteúdos ditam o ritmo do jogo – vamos chegar a eles, logo, logo. Porém, a jogabilidade básica é realmente bem básica e não te atrapalha em nada. Na verdade, ela é até bem boa, e firme.
Takeshi Kitano, ou “Beat Takeshi”, está em Yakuza 6: The Song of Life (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Kazuma Kiryu continua sendo controlado pelo analógico básico, enquanto movemos a câmera pelo outro. Os botões frontais servem para os ataques e os demais são apoio – blo
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queio, esquiva, golpes especiais e por aí vai. Há uma gama de combinações para variar comandos durante combates. Outra boa novidade é que não há mais a transição de tela para entrar na luta, e sim algo mais direto. É sempre bom ver que um jogo evoluiu entre uma plataforma e outra, não é mesmo? Sem falar na própria evolução do movimento de Kiryu, muito mais “leve”, fácil de controlar, menos “durão”, mais natural.
Ver a preocupação da SEGA nestes aspectos mais técnicos é também ver que Yakuza não é apenas um game repleto de recheio, mas que acompanha a evolução por onde passa. Mesmo se comparar Yakuza 6: The Song of Life com Yakuza Kiwami ou Zero, os títulos anteriores lançados no PS4, as mudanças são bem gritantes e notáveis na jogabilidade – para a melhor no caso, com pouquíssimas reclamações.
O combate foi o elemento que mais recebeu melhorias em Yakuza 6: The Song of Life (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
O combate foi o ponto que mais recebeu melhorias, bem como a evolução de Kiryu, que funciona de maneira muito mais natural. As lutas não são exatamente o foco, ainda que sejam uma constante para quem ronda as ruas da cidade fictícia que serve de cenário. O que importa aqui, na real, é se divertir.
Vamos brincar
Yakuza 6: The Song of Life é um enorme parque de diversões. Se você for fã da série, já sabe como ela é recheada de conteúdo para te distrair. Não é raro ver pessoas levarem 200 ou 300 horas para terminar o modo história, apenas por ter ficado muito tempo no fliperama ou no karaokê, perdendo dias nos minigames com Kiryu. E não é ao acaso: é sempre muito divertido!
Yakuza 6: The Song of Life é o jogo com mais conteúdo da série (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Podemos dizer, com muita segurança, que Yakuza 6 é o jogo da série com o maior conteúdo. Há minigames de todos os tipos: comida, karaokê, baseball, fliperamas, bar, dança, boliche, luta, prática de discurso. Há até mesmo réplicas inteiras de antigos jogos modernos da SEGA, como Virtua Fighter 5 e Puyo Puyo.
É incrível ver o quanto de conteúdo que a empresa conseguiu colocar dentro do game e o tanto de esforço para fazer com que tudo soe bem natural. Isto é: os minigames e atividades extras destoam, sim, da história principal. Em base, temos Kazuma Kiryu preocupado, tentando cuidar de sua protegida, de seu bebê e também escapar das intrigas da máfia de Kamurocho, como ele teria espaço para se divertir? Mesmo assim, as atividades estão naturalmente espalhadas pela cidade para quem quiser ir atrás.
Há minigames espalhados pela cidade em Yakuza 6: The Song of Life (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Você é obrigado a se divertir? Não. Há algum bônus para quem quiser fazer? Também não. Na verdade, apenas dinheiro, em algumas delas, mas com valores bem baixos, comparando a outras. The Song of Life te recompensa apenas com a diversão, como foi com toda a série, e isso é bom. Como um “GTA japonês”, mas de forma bem mais limitada do que seu irmão ocidental em termos de mapa, Yakuza é um jogo que preza pela liberdade e te incentiva a explorar, mas tudo bem se você se ater à campanha e quiser promover uma réplica de um filme mafioso japonês.
Complementos do jogo – modo RTS?
Se isso tudo já não fosse suficiente, Yakuza 6: The Song of Life tem ainda mais novidades. Uma das melhores é o modo de batalha de clãs, que você destrava mais adiante, e te permite fazer um clã do zero e criar batalhas de estratégia em tempo real, similar a StarCraft, mudando o gênero do game totalmente. Os embates comportam até 100 unidades em cada lado e a experiência é insana, pois usa, basicamente, o mesmo mapa que é visto no jogo principal. Não funciona muito bem, mas é criativo. Ele te dá certa liberdade na criação dos personagens, mas nem tanto, então você fica com alguns bonecos genéricos.
Yakuza 6: The Song of Life apresenta o novo modo de batalha de clãs (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Outras melhorias fazem deste um dos melhores Yakuza já lançados. The Song of Life acompanha não só a evolução dos consoles mas também dos anos. A aventura se passa em 2016, então Kiryu tem acesso a um celular para salvar o progresso onde quiser, quando quiser. O mapa também tem indicação que te fala para onde ir para realizar missões da história. O dispositivo tem quase tudo que você precisa para se guiar, então é literalmente pausar o jogo para se achar. Bem mais amigável, como no mundo real. Kiryu pode até, veja só, tirar selfies.
Os gráficos estão a par do que foram os games passados, Yakuza Kiwami e Zero. Há algumas melhorias aqui ou ali, mas elas só são mais notadas quando os personagens estão em movimento, graças à física aprimorada. Os ambientes em si continuam com quase a mesma qualidade visual, não que isso seja uma reclamação.
Os gráficos de Yakuza 6: The Song of Life estão a par do que foram os games do passados(Foto: Reprodução/Felipe Vinha)
Na dublagem, as mesmas vozes japonesas de sempre. Quem está acostumado, vai adorar, quem não, ainda vai ter certo desconforto em não ter, pelo menos, uma opção em inglês. Já a trilha sonora continua com enorme destaque, dando o tom certo nos combates e em momentos épicos da narrativa, seja ao longo da campanha, seja nas horas vagas do karaokê de Kiryu.
Conclusão
Yakuza 6: The Song of Life é um dos melhores jogos da série, que chega a seu ápice para concluir a saga de Kazuma Kiryu, ao menos por enquanto. Ainda que sua história seja bem similar aos primeiros títulos da saga, ela traz seus bons momentos. The Song of Life brilha de verdade quando o jogador tenta explorar suas atividades extras, que são (muito) numerosas. O título se esforça para te entreter e suas horas de jogos podem ultrapassar, facilmente, as 300, se perdendo pelas ruas de Kamurocho e outros cenários disponíveis.
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