A primeira simulação de delivery com drone no Brasil ocorre em São Paulo nesta sexta-feira (11), com autorização do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Com o objetivo de entregar medicamentos, a ação vai utilizar um hexacoptero e um programa desenvolvidos pela marca nacional SMX Systems. A promessa é que o aparelho e a carga sobrevoem uma rota de 500 metros com velocidade máxima de até 32 km/h. A altitude deve ser de 15 metros.
O teste ocorrerá entre 14h e 15h no bairro de Alphaville, na Região Metropolitana de São Paulo. Apesar de ser considerada a primeira simulação oficial, esta não é a primeira vez em que uma entrega é feita com drone no país, já que em 2014 houve um delivery de pizza no município de Santo André (SP). Na época, no entanto, o equipamento não tinha autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para decolar.
Para fazer a entrega dos medicamentos, a SMX vai utilizar o drone SMX-DLV-1 com um software instalado para receber as coordenadas de origem e destino do delivery. Logo após decolar com a rota pré-programada, a empresa responsável pela simulação afirma que é possível monitorar todo o trajeto em tempo real com a ajuda de uma câmera acoplada no equipamento.
Caso tenha algum problema durante o voo, o piloto, que utiliza um controle remoto modificado para melhorar a conexão com o drone, pode pausar ou encerrar a operação a qualquer momento. Isso deve garantir a segurança de todos que estão pr
De acordo com a SMX Systems, a tecnologia que será usada na primeira simulação oficial pode ser útil em áreas de risco ou de difícil acesso. É possível ainda auxiliar na área da saúde com entregas de emergência em hospitais e regiões distantes.
"A ideia é mostrarmos, em primeira mão, como o Brasil já está avançado no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções em drones delivery", ressalta Samuel Salomão, fundador da SMX Systems, em entrevista para o TechTudo. "Esse tipo de tecnologia poderá ser utilizado para transporte de vacinas, desfibrilador portátil e até bolsas de sangue", completa.
Uma das vantagens apontadas é o custo e a redução na demanda por veículos com emissões poluentes. Comparado com o drone, um carro ou um caminhão contaminam a natureza até 200 vezes mais, além de terem gastos 250 vezes superiores ao de um hexacoptero.
Outros detalhes sobre a novidade devem ser apresentados durante a DroneShow, feira que ocorre entre os dias 15 e 17 de maio, no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo.
Crescimento de drones no Brasil
Mesmo com vendas em lojas virtuais e estrangeiras para qualquer consumidor, para realizar um delivery com drone no país é necessário que o aparelho seja homologado pela Anatel, tenha um registro na Anac e operação autorizada pelo DECEA.
De acordo com a Agência Nacional, atualmente no Brasil há duas mil empresas e 34 mil pessoas físicas cadastradas para operar os aparelhos. Nos últimos oito meses, o número de registros cresceu 200%, atingindo 38,4 mil drones. Do total, o órgão aponta que 35% funcionam para uso profissional — o que inclui, por exemplo, fotógrafos e agências de segurança ou de monitoramento.
O Estado de São Paulo, onde será realizada a simulação, está entre os locais com a maior concentração de drones no país, que junto com Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais somam 62% de toda a frota nacional. Bahia, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ficam com 15% e os outros estados com 23%.
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