A Apple TV 4K é a solução da fabricante do iPhone para transformar qualquer TV em smart. Como o próprio nome diz, o principal destaque do novo modelo, em comparação com o aparelho de 2015, está na reprodução de conteúdos em 4K (resolução de 3840 × 2160 pixels) e HDR10 (High Dynamic Range, ou Grande Alcance Dinâmico). Para início de conversa, temos que dizer que ela cumpre com louvor seu objetivo de exibir imagens incríveis.
Mas nem tudo são flores e há algumas ressalvas: o produto não traz compatibilidade com vídeos 4K do YouTube e o valor salgado pode afastar usuários. O dispositivo chegou ao Brasil em outubro de 2017 pelo preço de lançamento de R$ 1.299, mas já é possível encontrá-lo mais barato em lojas online, por R$ 976 à vista. Para saber se vale a pena comprar a Apple TV 4K, confira os prós e contras no review a seguir.
Seis dicas e recursos pouco conhecidos para Apple TV
Design
Por fora, é difícil perceber a diferença entre a Apple TV 4K e o modelo de 4ª geração. O visual de ambas é muito semelhante – uma pequena caixinha preta com cantos arredondados e parte superior fosca.
A primeira mudança fica por conta das entradas que ficam na parte de trás do produto. No novo aparelho, a Apple resolveu retirar a porta USB-C, o que impossibilita a conexão com um MacBook, por exemplo. Agora, a Apple TV só oferece três tipos de conectividades: uma HDMI 2.0, um conector Gigabit Ethernet atualizado e a conexão de energia. É importante dizer que o media center não acompanha um cabo HDMI na caixa – por isso, o usuário deve comprar um acessório que seja 2.0 (compatível com 4K/HDR10).
Como está mais poderoso e tende a esquentar mais, a Apple encontrou uma solução para realizar o resfriamento do produto: uma entrada/saída de ar na sua parte inferior.
O tamanho e o peso são bem portáteis: 35 mm de altura, 98 mm de largura e 98 mm de espessura, com 425 gramas. Dito isso, vale a pena citar que o dispositivo deve encaixar facilmente em qualquer lugar, além de ficar bem discreto no rack da sala ou do quarto.
Também não mudou muita coisa no Siri Remote, o controle remoto da Apple TV. A única diferença é que o botão de menu ganhou uma borda em alto relevo na cor branca, novidade que ajuda a localizar a opção no escuro. Segundo a Apple, a marca em volta do botão permite identificar com mais rapidez se o controle está ou não virado para cima.
Porém, não adiantou muito em nossos testes. O novo formato não ajudou tanto em ambientes de pouca luz ou quando usamos o controle sem olhar diretamente para ele. Apesar de a parte touch ser feita com um material diferente, diversas vezes tentamos deslizar o dedo no lado contrário, que é feito de vidro. O tamanho de ambas extremidades é o mesmo, por isso é mais fácil confundir.
Aliás, sobre o material, vale um adendo: como o controle é feito de vidro, é necessário cuidado redobrado para não deixá-lo cair no chão. Se ele se espatifar, obviamente, as chances de rachar inteiro são grandes.
Se você não se acostumar com o controle, a Apple disponibiliza o app TV Remote para iOS (iPhone e iPad). Assim, é possível controlar o dispositivo pelo seu celular ou tablet facilmente. No mais, os botões para voltar para a tela inicial, controle de voz (Siri), play/pause e controles de volume não mudaram nada.
Configuração e funcionalidades
A configuração da Apple TV 4K é bem fácil e rápida. O usuário deve escolher o país e idioma, colocar a senha do Wi-Fi e digitar a conta do iCloud (serviço de backup na nuvem da empresa). Caso você tenha um aparelho iOS, basta escolher a opção "Configurar com Dispositivo" e seguir as etapas sugeridas na tela do celular e da Apple TV.
O tvOS, sistema operacional da Apple para o set-top box, é bem intuitivo, especialmente para quem já é usuário de iOS. Entre as novidades da plataforma, está uma função que permite sincronizar os aplicativos e a configuração de outras Apple TV. O recurso deve ser útil para quem tinha o modelo anterior do media center, pois evita o trabalho de encontrar e organizar todos os seus aplicativos novamente.
A Apple TV 4K está disponível em versões de 32 GB ou 64 GB no Brasil, mas vale lembrar que filmes e séries não ficam salvos na memória interna do aparelho. Em vez disso, o espaço é usado para armazenar dados de aplicativos e também as fotos do usuário. O resto fica sincronizado por meio do iCloud. Por isso, a não ser que você baixe muitos jogos e apps pesados, 32 GB devem ser mais do que suficientes.
Em relação às funcionalidades, a Apple TV 4K também é compatível com som surround Dolby Digital, além de ganhar em breve suporte ao áudio Dolby Atmos com a atualização do tvOS 12. Com isso, o dispositivo deve oferecer uma qualidade de som superior – principalmente para usuários que utilizam o aparelho em conjunto com um sistema independente, como home theater. O Dolby Atmos simula áudio em 3D para disponibilizar maior imersão em músicas, filmes e séries.
Um ponto negativo é a incompatibilidade com o 4K e o HDR do YouTube. Infelizmente, a nova Apple TV não suporta o codec VP9 que é usado pelo app de vídeos para reproduzir conteúdos em 4K. Mesmo assim, vale a pena citar que os vídeos em alta resolução do aplicativo ficam incríveis na TV. Se você quer um aparelho para ver o YouTube em 3840 × 2160 pixels, é recomendável procurar outra opção, como importar o Chromecast Ultra ou o Roku.
Apple TV 3 ou 4: qual geração vale a pena comprar? Confira dicas no Fórum do TechTudo.
Desempenho e recursos
O responsável por dar vida à caixinha preta é o processador A10X Fusion – mesmo chip do iPad Pro –, que promete processamento e gráficos mais rápidos do que o A8 do modelo 2015 (4ª geração). Na prática, o poderoso componente conseguiu lidar com comandos sem qualquer travamento. Testamos diversos apps, jogos e espelhamento com iPhone – tudo rodou sem nenhuma lentidão.
A principal diferença entre a Apple TV 4K e a 4ª geração é, claro, a compatibilidade com conteúdos 4K e HDR. Para começo de conversa, o 4K refere-se à resolução de 3840 x 2160 pixels, exatamente o dobro de "pontos individuais" do Full HD (1920 x 1080). Ou seja, com uma maior quantidade de pixels, a imagem deve exibir mais detalhes e maior nitidez. Vale a pena reforçar que só é possível testar o salto de qualidade com a Apple TV se o seu televisor for compatível com a tecnologia.
Testamos o dispositivo na smart TV The Frame, da Samsung, de 55 polegadas, além de um outro modelo mais simples da marca sem tecnologia 4K (nas fotos). A qualidade das imagens foi incrível: filmes, séries, ícones, enfim, todo o conteúdo na tela foi reproduzido sem pixels visíveis ou qualquer outra falha. O suporte ao HDR10 e ao Dolby Vision deve garantir imagens com maior alcance de cores e iluminação otimizada para TVs compatíveis com as tecnologias.
Em relação ao conteúdo disponível, a iTunes Store vende filmes em 4K pelo mesmo preço que você pagaria na versão HD. Além disso, caso você tenha baixado antes na resolução inferior, a Apple atualiza o conteúdo gratuitamente para a versão de 3840 x 2160 pixels.
Outro ponto importante que devemos ressaltar é que a Netflix só exibe filmes e séries em 4K caso o usuário pague a mais pelo recurso. Enquanto a assinatura comum fica entre R$ 19,90 e R$ 22,90, o plano mais caro, que oferece quatro telas e resolução Ultra HD, custa R$ 37,90 por mês. Já outros serviços, como Google Play Filmes, não costumam cobrar a mais pela resolução extra.
Quer conferir o poder da Apple TV e ainda não decidiu qual conteúdo 4K assistir? É fácil: basta ficar sem usar o aparelho por alguns minutos até que os protetores de tela apareçam. As imagens são realmente impressionante e dão um gostinho do que o dispositivo é capaz.
A partir da atualização 11.3 do tvOS, o aparelho ganhou suporte à Siri em português. Antes do update, a função estava indisponível para o Brasil, o que era um inconveniente gigante. Agora, porém, tudo mudou e funcionou a mil maravilhas. Conseguimos buscar filmes, séries e outros conteúdos por meio de comandos de voz somente clicando no botão em formato de microfone do controle remoto. Foi possível pedir "Mostra-me filmes em 4K na Netflix" e "Abra o YouTube", por exemplo, sem qualquer dificuldade. O recurso é realmente útil e pode poupar algum tempo de digitação.
Preço e custo-benefício
Finalmente, a pergunta que não quer calar é: vale a pena comprar a Apple TV 4K? Bom, a resposta depende de quanto dinheiro você tem disponível para investir. O set-top box da Maçã é realmente muito bom: vídeos e filmes em alta definição, menu intuitivo, controle elegante e integração com o iOS. Porém, o preço de R$ 1.299 pode assustar alguns consumidores – ainda mais levando em consideração a existência de rivais mais baratos.
O Chromecast Ultra, da Google, por exemplo, também reproduz conteúdo em resolução de 3840 x 2160 pixels e custa aproximadamente R$ 420, embora não esteja à venda de forma oficial no Brasil. Outra opção interessante é importar o Xiaomi Mi Box, que sai por US$ 69 (equivalente a R$ 260 na cotação atual e sem impostos). Mesmo assim, vale repetir que, se você tem o dinheiro para investir na Apple TV 4K, se arrepender deve não ser uma possibilidade.
Ficha técnica da Apple TV 4K:
Dimensões e peso | Altura: 35 mm // Largura: 98 mm // Espessura: 98 mm // Peso: 425g |
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Capacidade | 32 ou 64 GB |
Portas e interfaces | HDMI 2.0, Wi-Fi 802.11ac com MIMO; duas frequências simultâneas (2,4 GHz e 5 GHz), Gigabit Ethernet, Bluetooth 5.0, Receptor de infravermelho e Fonte de alimentação integrada |
Processador | Chip A10X Fusion com arquitetura de 64 bits |
Preço | A partir de R$ 1.299 na loja oficial da Apple |
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