Lançamento de 2018, o Samsung Galaxy Note 9 tem preço sugerido a partir de US$ 999 (cerca de R$ 3.799 em conversão direta) nos Estados Unidos. Consumidores americanos poderão comprar o telefone a partir de 24 de agosto. Entre as especificações estão a bateria mais potente, a caneta eletrônica S Pen e o Snapdragon 845. Enquanto o produto não chega ao Brasil, o TechTudo esteve com ele diretamente do anúncio global em Nova York. Confira o test drive e a ficha técnica completa nas linhas a seguir.
Voltado para profissionais. Esta é a impressão que a série Galaxy Note sempre me passou. Parte disso tem a ver com a mensagem que a fabricante veiculava no material de divulgação. Desta vez é diferente: a própria diretora de marketing Loredana Sarcinella reconhece que o objetivo é tornar seu público-alvo mais amplo. Será possível? As adições recentes à vitoriosa ficha técnica do telefone dão a entender que sim.
O Note 9 é o rival mais completo daquele que se tornou o sonho de consumo de parcela importante dos consumidores dispostos a desembolsar mais de R$ 5 mil reais num smartphone: o iPhone X (Apple). O dispositivo para trabalho agora apresenta recursos antes voltados para o lazer e entretenimento.
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Tome como exemplo a caneta eletrônica S Pen. Não há nenhuma novidade numa stylus que permite desenhar ou rabiscar sobre a tela. A inovação está na presença do Bluetooth de baixo consumo de energia capaz de conversar com o telefone à distância, o que favorece cenários de uso doméstico.
Digamos que você esteja com o Spotify ligado, aproveitando os speakers estéreos, mas precise deixar o Note 9 carregando. Moleza: a caneta deixa pular as músicas chatas mesmo que o dispositivo esteja mais distante.
O mesmo vale para o controle da câmera, que dispensa o sempre problemático gesto de esticar o braço e pressionar exatamente o obturador para fazer o registro. Novamente a S Pen entra em cena: um toque no botão – onde quer que a caneta esteja – garante a foto.
Como trabalho é importante, o telefone também mostra-se interessante para passar ou voltar slides no PowerPoint. Em tese, é possível conectá-lo diretamente na TV pela porta HDMI e usar a stylus como passador de apresentações. A autonomia é de 30 minutos. Acabou a bateria? A recarga ocorre ao colocá-la novamente no interior do telefone por apenas 40 segundos (sim, menos de um minuto).
A precisão da S Pen inclui 2.048 níveis de pressão. Alguns trabalhos disponíveis na internet comprovam que ela é competente em atividades criativas e de design. Além disso, continua existindo a possibilidade de rapidamente ejetá-la do compartimento secreto e escrever uma nota com a tela ainda apagada.
Observando a evolução do acessório de escrita, percebemos que os engenheiros sul-coreanos se concentraram em melhorar os pilares do telefone. O campo fotográfico é outro exemplo disso. Há um ano, o Note 8 foi o primeiro telefone da Samsung com câmera dupla. No primeiro semestre de 2018 veio o Galaxy S9, desta vez com abertura variável. O Note 9 repete o hardware, porém com a adição de inteligência artificial.
Na prática, o telefone reconhece diversos momentos (comida, pessoas, paisagem etc) e faz ajustes automáticos de saturação, exposição e brilho, entre outros, para gerar uma foto facilmente compartilhável no Instagram. Um simpático cãozinho caramelo ganhou pelagem mais vibrante nos meus testes, enquanto os alimentos ficaram com uma textura mais apresentável.
Na comparação direta com o modelo do ano passado, percebi um progresso importante no nível de detalhes quando há baixa luminosidade. A foto acima ilustra a situação: o segundo registro tem carros mais bem desenhados nas vias da cidade. Este é o tipo de melhoria incremental que faz mais diferença não para quem trocou de celular no ano passado, mas há dois ou três anos.
As câmeras continuam extremamente rápidas tanto na inicialização quanto na efetiva captura das imagens. Eis aí um telefone que provavelmente não deixará o consumidor na mão.
O único porém fica por conta da resolução das imagens: 12 megapixels na câmera principal e 8 megapixels nas selfies com a câmera frontal. Apesar de os pixels serem de alta qualidade, no mercado vemos concorrentes elevando tanto a resolução quanto os atributos técnicos de suas câmeras.
Outro avanço acontece na tela, agora de 6,4 polegadas. É isso mesmo: o Galaxy Note 9 está ligeiramente maior do que antecessor, cujo display Super AMOLED era de 6,3 polegadas. A diferença é mínima e permanece a crítica sobre o tamanhão do telefone – ele é grande demais para pessoas com mãos pequenas. Fica cansativo usar o polegar para acessar a cortina de notificações. Portanto, pense bem ao cogitar este modelo – estamos falando de uma verdadeira lapa de visor, bem acima do iPhone X (5,8 polegadas) ou do Galaxy S9 Plus (6,2 polegadas).
Os cantos são arredondados, as laterais direita/esquerda são curvas e a proteção Gorilla Glass marca presença. Ou seja, neste telefone está o que há de quase tudo de mais avançado na indústria. Só fica devendo o leitor de impressões digitais diretamente na tela, uma tecnologia que por ora não foi implementada por nenhuma fabricante de renome.
Chegamos a um dos momentos mais esperados por dependentes do smartphone: a bateria. Dá para dizer que os criadores do dispositivo tiveram trabalho para fazer caber um componente 21% mais potente do que o visto no ano passado. O Galaxy Note tem bateria com capacidade para 4.000 mAh e autonomia para “o dia todo”.
A Samsung não deixa claro como esta promessa se traduz em números (se seriam 24 horas de uso do aparelho). Futuramente voltarei a abordar este tópico quando publicar a análise completa do aparelho.
O desempenho geral é veloz, ao menos numa primeira olhada, sem registros de engasgos ou travamento. Isso se deve a interessantes decisões sobre o que colocar dentro do telefone. O processador escolhido para o Brasil é o Snapdragon 845, cuja velocidade máxima é de 2,7 GHz. O diretor de produto André Varga explicou que o chip funciona melhor nas redes de telefonia da América Latina, em detrimento do Exynos de fabricação própria. Com isso, os brasileiros contam com o motor mais poderoso já criado pela Qualcomm – pelo menos até o fim do ano, quando novo topo de linha deve ser anunciado.
Há combinações de produto para satisfazer clientes exigentes e também aqueles muitíssimo exigentes. O modelo básico traz memória RAM de 6 GB e armazenamento de 128 GB, enquanto o modelo parrudo conta com RAM de 8 GB e armazenamento de 512 GB. Este último lembra alguns notebooks com SSD; nem parece que estamos falando de um telefone para levar no bolso. Também é o mais caro por causa do preço sugerido de US$ 1.249,99 (cerca de R$ 4.760 em conversão direta) no mercado americano.
Ainda não se sabe quais desmembramentos do Galaxy Note 9 chegarão ao país. Entusiasta da tecnologia que sou, eu espero que tragam o modelo cor cobre com RAM de 8 GB + 512 GB de espaço, tendo em vista que Fortnite vai desembarcar no Android e requer uma performance acima da média. Está confirmada somente a cor azul (com caneta amarela, uma particularidade deste acabamento) no mercado nacional. Em outros países há ainda as opções de lavanda (rosa) e pretinho básico.
A Samsung faz bonito ao descobrir fortalezas de uma linha tida como workaholic e inovar a ponto de torná-la interessante para usuários casuais. Com isso, o Note 9 passa a ser o telefone com a mais alta tecnologia da fabricante, tendo em vista os recursos exclusivos da caneta S Pen. Acrescente aí o sistema Android 8.1 (Oreo) com ferramentas de software adicionais que fazem isso tudo funcionar e você tem um produto bem diferente do que outros fabricantes têm feito, com aposta no chamado "Android puro" e poucas personalizações.
Nas próximas semanas haverá muito mistério sobre a data de lançamento do Galaxy Note 9 e o posterior início das vendas. Convém lembrar que a fabricante não costuma demorar em relação aos Estados Unidos, onde o produto chega às lojas na última semana de agosto.
“Primeiras impressões” oferecem um primeiro olhar sobre produtos e serviços recém-anunciados. Testes mais aprofundados costumam ser necessários para avaliar quesitos como duração de bateria, experiência de uso ou qualidade de câmera fotográfica.
O jornalista viajou para os Estados Unidos a convite da Samsung.
Ficha técnica do Samsung Galaxy Note 9
- Tamanho da tela: 6,4 polegadas
- Resolução da tela: QuadHD+ (2960 × 1440 pixels)
- Painel da tela: Super AMOLED
- Câmera principal (dual): grande angular de 12 MP e abertura variável (f/1.5-2.4); teleobjetiva de 12 MP e f/2.4
- Câmera frontal (selfie): 8 MP e f/1.7
- Sistema: Android 8.1 Oreo
- Processador: Qualcomm Snapdragon 845 (8 núcleos)
- Memória RAM: 6 GB ou 8 GB
- Armazenamento (memória interna): 128 GB ou 512 GB
- Cartão microSD: compatível
- Capacidade da bateria: 4.000 mAh
- Dual SIM: sim (comercialmente chamado de Samsung Duos)
- Telefonia: LTE de até 1,2 Gb/s
- Peso: 201 gramas
- Cores: preto, azul, lavanda (rosa) e cobre (marrom)
- Preços: US$ 999,99 (128 GB) e US$ 1.249,99 (512 GB)
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