Com o lançamento da dupla de celulares Google Pixel 3 e Google Pixel 3 XL, o Google afirma ter criado o smartphone Android mais seguro do momento. A razão disso está na inclusão do chip Titan M, um coprocessador de segurança trazido dos datacenters da empresa. Ele fica isolado do restante do sistema operacional e pode armazenar senhas, prevenir ataques e impedir que vírus tenham acesso aos dados dos usuários.
Nas linhas a seguir, saiba como funciona o coprocessador de segurança e descubra a diferença do Titan M para o Enclave Seguro da Apple e o Samsung Knox. O chip marca presença nos novos smartphones, cujos preços começam US$ 799 (cerca de R$ 2.950 em conversão direta) nos Estados Unidos. Por ora não se sabe se os produtos virão para o Brasil.
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Coprocessador de segurança
Titan M e outras iniciativas de segurança funcionam como pequenos computadores dedicados a trabalhar proteger a segurança do smartphone. Coprocessadores rodam seu próprio sistema e possuem sua própria área de memória para que realizem operações sensíveis sem nenhum risco de que dados e informações possam ser interceptadas externamente, seja por alguma alteração no Android ou iOS, seja por um hack de hardware.
A ideia aqui é a seguinte: mesmo que seu celular seja infectado por um malware poderoso e agressivo, os conteúdos do chip de segurança estarão todos isolados e protegidos. Desta forma, é razoável dizer que um ataque como o Spectre, que causou terremotos em toda a indústria ao longo do ano, seria infrutífero contra o Titan M. Isolado, o chip de segurança do Google não poderia ser alvo de um ataque famoso por extrair informações da memória do sistema.
O Titan M
O Titan M é um chip controlador que promove uma série de recursos de segurança nos Pixel 3 e Pixel 3 XL. Entre suas funções estão a de guardar chaves criptográficas, proteger o Android durante a inicialização para impedir que código malicioso seja executado no processo de acionamento do sistema, além de impedir que apps adulterados sejam executados e tomem controle do celular.
Somam-se ainda ferramentas de autenticação e segurança para garantir que todas as atividades sejam autorizadas pelo usuário, o que inclui desbloqueio do telefone, transações financeiras e compras.
Esse perfil básico – um chip extra que protege o sistema de vulnerabilidades – não é novidade. É o caminho que a Apple vem perseguindo há alguns anos com o Enclave Seguro. A iniciativa também deve dar vantagem aos novos Pixel diante de seus rivais com Android: os celulares anteriores do Google eram muito mais seguros que a média por receberem atualizações mensais e novas edições do Android, ao contrário da endêmica fragmentação do Android, sistema cheio de celulares que nunca ou raramente recebem atualizações.
Titan M e seus recursos
Cada um dos recursos mencionados acima representa uma série de proteções importantes. Um exemplo: no passado, criminosos costumavam forçar celulares com Android a reinstalar uma edição mais antiga, e vulnerável, do sistema operacional para assim poder explorar as brechas com maior tranquilidade. Agora, atualizações não serão baixadas em oculto e sem autorização.
Essa precaução de atualizações diz respeito aos eventuais updates que o Google possa liberar para o Titan M: o sistema que controla o chip de segurança só será atualizado mediante autorização concedida pelo usuário por meio de uma senha. Dessa forma, hackers não poderão enganar o Titan M, fazendo com que ele rode um sistema desatualizado, ou alterado, que pudesse expelir suas senhas e chaves criptográficas indevidamente.
Senhas, aliás, que passam a contar com uma camada de proteção extra no telefone do Google. O Titan M as armazenará de forma criptografada, o que equivale dizer que invasores terão muita dificuldade em adivinhá-los. O mesmo vale para a autenticação biométrica, já que, aos olhos do celular, suas impressões digitais
Outra forma de proteção importante está relacionada com apps de terceiros que podem precisar de níveis de segurança maior, como bancos e instituições financeiras. O Titan M permite que cada um desses aplicativos crie sua assinatura criptografada dentro do aparelho, conferindo à interação do usuário um tipo de assinatura única para impedir que um malware assuma o controle e se comporte como se fosse você ao realizar um pagamento ou transferência indevida.
Semelhanças e diferenças em relação a Apple
A Apple faz algo parecido com o Enclave Seguro, que também consiste num coprocessador exclusivo presente nos iPhones. Ele guarda senhas criptografadas, protege o iOS no processo de inicialização e se coloca como barreira extra diante de algum aplicativo que possa ser usado para explorar uma eventual brecha de segurança.
O Enclave Seguro é tão bem sucedido na tarefa de proteger os dados do usuário, criptografando o armazenamento interno do celular e aplicando chaves de alta segurança, que órgãos de combate ao crime organizado e terrorismo do mundo todo vivem em constante atrito com a Apple: eventualmente, um suspeito é aprendido com um iPhone e as autoridades simplesmente não conseguem ter acesso aos dados guardados no aparelho.
Assim como o Titan M, o Ssecure Enclave guarda suas senhas e padrões biométricos de forma criptografada. Além de tornar a autenticação mais segura, esse cuidado tem o desdobramento de tornar praticamente impossível que alguém descubra as suas impressões digitais (ou senhas, traços do rosto etc), mesmo tendo roubado o seu celular.
Há uma diferença central entre a abordagem do Google a da Apple. Enquanto o Titan M é um chip físico de verdade, soldado na placa-lógica do celular, o Enclave Seguro é um componente do processador A12 Bionic (também presente em chips mais antigos).
E o Knox?
Knox é a plataforma de segurança da Samsung, encontrada na maioria dos smartphones da linha Galaxy. Embora promova uma série de recursos de proteção integrados ao sistema da Samsung, o Knox tem uma diferença central diante do Titan M e do Enclave Seguro: ele não conta com um coprocessador de segurança exclusivo, usando em lugar disso o TrustedZone, coprocessador de segurança da ARM presente em qualquer chip Snapdragon.
Pixel 3 e Pixel 3 XL com Android mais seguro
Além da segurança reforçada, o lançamento dos novos Pixel veio recheado de novidades interessantes. Com designs diferentes – o celular menor, de 5,5 polegadas não tem tela com topete e o modelo maior, de 6,3, tem –, os dois aparelhos foram apresentados pelo Google em Nova York no última terça-feira (9).
Outra curiosidade é a ausência de câmera dupla na traseira: o Google preferiu equipar os celulares com dois sensores de selfies e deixar a qualildade de imagem da câmera principal como tarefa de um sofisticado app de fotos que, com inteligência artificial, busca compensar a ausência de um segundo sensor. Com Snapdragon 845 e fica técnica de respeito, os celulares já vem causando impacto: a tela OLED está entre as melhores do mundo e o celular tem assistente virtual que se encarrega de atender ligações de telemarketing.
Via Google, Cnet, XDA Developers, Apple, How To Geek
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