O ano de 2018 foi cheio de controvérsias no dos celulares. Além de diversas falhas de software e hardware em aparelhos da Apple, do Google e da Motorola, algumas empresas se envolveram em disputas na Justiça. A Vivo reivindicou seu nome, que aparecia nos modelos da Blu. Qualcomm e Apple deram continuidade a uma batalha legal que estende por vários países. Já a Huawei teve sua diretora financeira presa sob suspeita de fraude. Confira essas e outras histórias, a seguir, na lista preparada pelo TechTudo com oito polêmicas das marcas de celulares em 2018.
1. Motorola: apagão do GPS
Donos de diversos smartphones da Motorola relataram, no meio do ano, dificuldades na detecção do sinal de GPS, causando problemas no uso de aplicativos como Google Maps e Waze. A falha parece ter atingido modelos como Moto G4 Play, Moto G4, Moto Z2 Force, Moto G6 e Moto G6 Plus. A empresa admitiu o defeito apenas no G4 Play e lançou uma correção de software.
Segundo alguns usuários brasileiros, o update resolveu o bug na localização do aparelho. Questionada sobre como seria o procedimento de reparo caso o produto não esteja mais na garantia, a Motorola afirmou que o consumidor deve levar o celular a uma assistência autorizada ou entrar em contato com o SAC. Se for constatado problema de software no GPS, o conserto será gratuito.
2. Blu vs Vivo
A fabricante de celulares norte-americana Blu anunciou em novembro a retirada do nome “Vivo” dos modelos lançados no Brasil. Assim, os smartphones Blu Vivo XI e Blu Vivo XI Plus passaram a se chamar, respectivamente, Blu V XI e Blu V XI Plus. A decisão, de acordo com a companhia, veio após oposição criada pela operadora Vivo. O Grupo Telefônica declarou por meio de nota ser “a única empresa que pode utilizá-la [a marca Vivo] comercialmente”.
A medida não afeta outros países e as fichas técnicas dos dispositivos também não foram alteradas. A empresa voltou ao mercado nacional em setembro, com o lançamento do Blu V XI Plus, aparelho de tela 6,2” e recorte, processador MediaTek Helio P60, memória RAM de 4 GB e armazenamento de 64 GB, vendido por R$ 1.299. Depois, foi anunciado o Blu X VI, de especificações mais simples, disponível por R$ 899. Diferentemente das outras marcas estabelecidas no Brasil, os telefones da Blu são importados e não há rede física de assistência técnica.
3. Bugs no iOS 11
O iOS 11 trouxe uma série de novidades, mas também apresentou muitas falhas. Nos primeiros meses de 2018, os usuários relataram bugs que variavam de pequenos travamentos até o encerramento de apps. Os erros foram tantos que um deles até escapou em um anúncio do iPhone X sobre o Face ID, recurso de desbloqueio facial. Com atenção, é possível ver uma mensagem fora do lugar no iMessage.
Entre os problemas do sistema operacional – a maioria já corrigidos por atualizações – estiveram sequências específicas de caracteres que congelavam o celular, como um ponto preto cercado de texto invisível e um caractere em outro idioma. Também teve bug de corretor automático.
Uma brecha de segurança na Siri permitiu a leitura das mensagens em dispositivos bloqueados, afetando Telegram e Signal. Outra falha prejudicou a conectividade do telefone, de modo que conexões Wi-Fi, Bluetooth e AirPlay eram interrompidas. Houve ainda reclamações sobre a duração da bateria nas primeiras versões do iOS 11, a performance dos iPhones em temperaturas muito baixas e um bug da calculadora que dava 24 como resultado para a soma 1 + 2 + 3.
4. Notch extra no Pixel 3 XL
Desde que se proliferaram a partir do iPhone X, os recortes na tela dos smartphones, conhecidos como notch, são controversos – há quem ame e há quem odeie. De qualquer forma, trata-se de uma popular solução de design para acomodar câmera e sensores, enquanto o display ocupa o máximo de espaço possível na frente do dispositivo. Em outubro, p
Para parcela dos usuários, bastou virar o aparelho para solucionar o problema, enquanto outros precisaram de um reboot completo. A empresa reconheceu a falha e disse que incluiria uma correção em futura atualização de software.
5. Huawei e Samsung pegas no flagra
Não é de hoje que fabricantes de smartphones são pegas utilizando fotos feitas por câmeras profissionais como se fossem tiradas por seus aparelhos, e neste ano foi a vez da Huawei e da Samsung.
Em agosto, devido a um deslize de uma atriz que participou de um anúncio do Nova 3 no Egito, a Huawei foi descoberta. No comercial, um homem tira uma selfie com sua namorada usando o celular. No entanto, Sarah Elshamy postou em seu Instagram uma foto de bastidores em que o ator aparece com a mão estendida em direção a um fotógrafo com uma DSLR em um tripé – claramente simulando a selfie do vídeo.
Em resposta, a companhia afirmou que “o propósito do anúncio é demonstrar como os consumidores podem usar as funções do Huawei Nova 3 e Nova 3i”. As imagens seriam apenas de referência.
Já em dezembro, a Samsung usou em seu site oficial na Malásia uma foto de um banco de imagens para simular o modo retrato do Galaxy A8 Star. Autora da imagem, a fotógrafa sérvia Dunja Djudjic descobriu a farsa quando recebeu a notificação do licenciamento e decidiu fazer uma busca reversa.
A fotografia foi amplamente editada, com um fundo diferente, na intenção de demonstrar o “antes e depois” da ferramenta que desfoca o fundo para proporcionar sensação de profundidade. Após a repercussão negativa do caso, a empresa colocou na página um aviso em letras pequenas: “Imagem simulada para fins de demonstração”.
6. Qualcomm vs Apple
Uma batalha judicial entre Apple e Qualcomm se arrasta em seis países e, recentemente, levou a restrições nas vendas da empresa da maçã na China e na Alemanha. De um lado, a dona do iPhone contesta o direito da fabricante de chips de cobrar royalties elevados pelo uso de sua tecnologia, o que criaria um monopólio no mercado de modems de internet. Do outro, a Qualcomm acusa a Apple de usar suas patentes sem a compensação apropriada e entregar segredos comerciais para melhorar os chips da Intel.
São mais de 50 processos em 16 diferentes jurisdições. Nos Estados Unidos, a Apple está processando a rival em ação avaliada em US$ 1 bilhão, enquanto a Qualcomm afirma que a companhia de Steve Jobs deve a ela US$ 7 bilhões em royalties. A Qualcomm também pede o bloqueio das importações de iPhone.
Enquanto isso, na China, um tribunal proibiu a venda de modelos mais antigos do smartphone, mas a Apple está recorrendo e até agora não suspendeu as vendas. Já na Alemanha, também em dezembro, uma liminar levou a Apple retirar de suas lojas no país os iPhones 7 e 8.
7. iPad Pro torto
Vários exemplares do iPad Pro (2018), o tablet recém-lançado e mais poderoso da Apple, estão apresentando uma leve curvatura. Segundo a companhia, isso não é um defeito, mas apenas um efeito colateral do processo de fabricação que não deve piorar com o tempo nem prejudicar a performance do dispositivo. O problema surpreendeu os consumidores, acostumados com a boa reputação da Apple em relação ao acabamento de seus produtos.
Em explicação ao site The Verge, a empresa da maçã afirmou que o efeito é resultado resfriamento dos componentes de metal e plástico durante a produção. O novo iPad Pro custa entre R$ 6.799 e R$ 15.599 no Brasil, dependendo das especificações.
O site 9to5Mac publicou um e-mail do vice-presidente de engenharia Dan Riccio defendendo a companhia. Ele diz que o iPad Pro “atende ou supera todos os padrões de qualidade”, pois a superfície do tablet pode ter variação de até 0,4 mm, o que é ainda mais rígido que gerações anteriores. “Nós o projetamos cuidadosamente e todas as partes do processo de fabricação são precisamente medidas e controladas”, declarou.
8. Huawei: tensões com governo americano e diretora presa
Os líderes de seis agências de inteligência dos Estados Unidos, incluindo FBI, CIA e NSA, recomendaram aos cidadãos americanos que não utilizem produtos e serviços da Huawei e da ZTE. Eles temem as ligações das empresas chinesas, gigantes da tecnologia, com o governo da China. O receio é de que elas roubem informações e pratiquem espionagem.
As desconfianças dos americanos não são recentes. Uma licitação da Huawei para contratos com o governo dos Estados Unidos em 2014 foi embargada.
No início de dezembro, mais uma crise atingiu a fabricante chinesa. A diretora financeira foi presa no Canadá, acusada de fraude em violação a sanções impostas pelo governo norte-americano ao Irã. A executiva foi liberada, mas usa tornozeleira eletrônica e luta contra o pedido de extradição para os EUA.
Apesar do ano marcado por polêmicas, a Huawei parece não ter sentido impacto financeiro. Pelo contrário: a companhia produziu e entregou a varejistas um total 200 milhões de smartphones no mundo todo, com aumento de 31% em relação a 2017. Ela se tornou a segunda maior fabricante global de celulares, atrás apenas da Samsung.
Via Gizmodo, Android Police, Peta Pixel, The Verge (1, 2 e 3), 9to5Mac, Android Pit, iDropNews, Digital Trends, Toms Guide e Reuters
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