Ninguém gosta de se imaginar em uma situação de emergência, mas todos concordam que, em um caso assim, o importante é contar com um atendimento rápido. Com esse foco surgiu a Mooh Tech, startup com cinco anos de existência que desenvolveu uma ferramenta de comunicação de emergência que une os serviços de atendimento tradicionais como 190, 192 e Disque Denúncia.
"Nossa meta é contribuir para uma sofisticação na resposta desses serviços públicos. Fazemos isso triangulando as informações. O cidadão, ao invés de ligar via telefone, usa um aplicativo que é capaz de mandar vídeo, texto, áudio ou imagem. Essa chamada pode ser anônima ou não - quem define é ele. Enquanto isso, na outra ponta, o operador consegue a geolocalização da chamada e já encontra os agentes de campo mais próximos", explica Everton Cruz, CEO e sócio-fundador da startup.
Entre as vantagens apresentadas estão a redução de trotes em mais de 50% e a diminuição do tempo de resposta, oferecendo à população um feedback melhor. “O tempo médio de resposta no Brasil é de 13 minutos. O aceitável internacionalmente são 3 minutos. Em alguns casos, baixamos esse tempo para 2:42 minutos”, revela Everton, cujo aplicativo trabalha com serviços públicos e integração de IoT (internet das coisas), como câmeras, radares e rádios - georreferenciando todos no mesmo sistema.
"Nossa plataforma já foi utilizada, por exemplo, para denunciar casos de violência em estádios de futebol, com integração nos jogos das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro no Rio de Janeiro. Além disso, a cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo, usa o nosso sistema desde dezembro de 2017", conta o CEO.
REVOLUÇÃO NA SEGURANÇA PÚBLICA
Na cidade da Baixada Santista o aplicativo atua diretamente com a CCO (Central de Controle e Operação da Secretária de Defesa e Convivência Social). É ela quem recebe os chamados referentes a ocorrências policias, de trânsito e defesa civil. A plataforma de recebimento de chamados dessa central é operada pela equipe que atende as ocorrências enviadas pelo cidadão. Ela verifica se o posicionamento coincide com a localização informada pelo cidadão (para evitar trotes e emboscadas), filtra e categoriza os dados, classificando a ocorrência.
"O operador verifica o georreferenciamento dos policiais, guardas, agentes de trânsito e da defesa civil, para indicar o mais próximo ou o melhor agente para a situação do atendimento. Ele entra em contato com o APP, que é mais um módulo da nossa ferramenta, e encaminha a ocorrência em atendimento para esse agente de campo - que aceita e vai até o cidadão ou recusa o chamado, caso tenha algum tipo de impeditivo para tal ação. Com isso geramos dados que mensuram a eficiência também do agente", diz Everton.
Na central do operador também é verificada a base de dados de criminosos. Essas informações são utilizadas com uma tecnologia de reconhecimento facial capaz de identificar criminosos foragidos ou em situação de regime de soltura especial. Se detectado, é emitido um alerta automaticamente enviado pelas câmeras que possuem essa tecnologia e estão integradas a central. E assim o operador notifica o agente mais próximo para essa captura.
A TECNOLOGIA
O principal ativo da Mooh Tech é a tecnologia big data, que permite o tratamento e a análise de grande volume e variedade de dados com rápida velocidade e maior veracidade. "Big data é a principal ferramenta que temos no nosso negócio. Sem ela não temos a tecnologia preditiva, que nos permite prever crimes, salvando vidas", salienta.
LEIA TAMBÉM: como o big data tem revolucionado a análise de dados – e o que isso significa para VOCÊ
Graças aos dados enviados, como o georreferenciamento de policiais em serviço, a startup consegue apontar soluções para o problema da violência sem a necessidade de aumento do contingente, mas sim com uma melhor alocação de recursos.
Além do eixo Rio-
A população não paga nada para usar o aplicativo, que ainda disponibiliza um localizador de celulares com auxílio direto do sistema de big data. Tal funcionalidade permitiu que dezenas de aparelhos roubados fossem recuperados em seis meses só no estado de Pernambuco.
REFERÊNCIA NO ASSUNTO
Há quase um ano, a Mooh Tech integra o inovabra habitat, ecossistema colaborativo criado pelo Bradesco que reúne algumas das startups mais promissoras do país. O intuito do espaço é promover a coinovação e gerar negócios de alto impacto. A integração tem rendido conexões e novas oportunidades. "Além de fazer networking com outras startups, já fechamos negócios com possíveis investidores e criamos novos produtos para outras empresas - tudo dentro do habitat”, explica o CEO.
Isso também ajudou a Mooh Tech a conhecer mais o próprio negócio. "O Bradesco nos colocou em contato com a indústria automobilística, com a qual não sabíamos que tínhamos sinergia. Em conversas lá dentro ficamos por dentro de dois projetos (um brasileiro e um europeu), que consistem em enviar notificações de posição e chamado de emergência para os órgãos responsáveis em caso de acidente com veículos que tenham essa tecnologia", contextualiza Everton, que já havia estudado isso anteriormente com a BYD, a maior empresa de carros elétricos do mundo. "Não avançamos porque éramos muito verdes. No habitat a oportunidade ressurgiu”.
Além dessas oportunidades, dentro do inovabra habitat a Mooh Tech entrou em contato com outros países, como o Paquistão, e já possuem sondagens para atuar com um grupo de startups brasileiras em Marselha, na França.
ASSISTA
Confira a entrevista com o Everton Cruz, CEO e sócio-fundador da Mooh Tech:
SAIBA MAIS
O big data, tecnologia usada pela startup, é um dos eixos tecnológicos do inovabra habitat, que também fomenta o desenvolvimento de soluções de API, blockchain, inteligência artificial, computação imersiva e internet das coisas (IoT). Conheça também a startup que tem aplicado realidade aumentada à capacitação de profissionais e a que está usando inteligência artificial para acabar com a burocracia.
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