Uma história polêmica tem estampado os noticiários russos nos últimos dias. Tudo começou após a morte da ativista de direitos LGBT+, Yelena Grigoryeva, cujo corpo foi encontrado no último domingo (21/07) perto de sua casa. O nome dela e de outros militantes da comunidade estariam na lista de um site, inspirado em Jogos Mortais, para promover a caça de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais na Rússia.

Três dias antes de ser brutalmente assassinada, por golpes de faca e estrangulamento, Yelena, que tinha 41 anos, fez um post no Facebook denunciando que o site "Saw" estaria incentivando a execução e perseguição de membros da comunidade russa LGBT+. Para familiares e amigos da vítima, a morte dela estaria associada às frequentes ameaças que vinha recebendo, principalmente desde que o site, que trazia o nome completo, telefone, endereço e fotos de ativistas da causa, voltou ao ar. Segundo eles, o simulador de Jogos Mortais sempre conseguia retornar após ser derrubado.

Em um post no Facebook, o amigo de Yelena e também ativista, Dinar Idrisov, contou que pediu para que ela fizesse uma cópia da chave de sua casa e entregasse para ele, mas que não houve tempo. "Lena pediu a um amigo em comum para cuidar de seu gato no caso de sua morte, quando ela foi ameaçada de assassinato. Ele prometeu fazer isso para acalmá-la, embora não acreditasse na realização das ameaças", escreveu Idrisov.

À CNN, uma porta-voz da comunidade LGBT russa, que não quis se identificar, confirmou que o nome de Yelena estava no site, assim como o de outros ativistas. "Não sabemos quem está por trás do projeto, mas eles coletaram informações pessoais sobre ativistas LGBT, como seus nomes, fotos e endereços, publicaram e pediram que as pessoas os caçassem ou matassem", disse.

Ao New York Post, outra ativista LGBT+ russa, Svetlana Zakharova, comentou a persistência dos criadores do site "Saw" em manterem o portal no ar. "As pessoas estão muito preocupadas. Bem, eu diria que o fato deste site existir por tanto tempo sem qualquer reação das autoridades é muito revelador", declarou.

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Um homem de 40 anos foi detido pelo crime, que ainda segue sob investigação, segundo a NBC. De acordo com o portal, a polícia de São Petersburgo, que assumiu o caso, confirmou que Yelena havia sido ameaçada repetidas vezes, mas alegou que as ameaças não pareceram um risco para sua vida. Os investigadores defenderam que elas poderiam estar ligadas a pessoas que a vítima conhecia ou a problemas familiares.



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