Funcionários da Apple poderiam ouvir gravações privadas por meio da assistente virtual do aparelho, a Siri, segundo uma publicação do The Guardian de julho. Sendo considerada uma das empresas que mais prezam pela privacidade dos usuários, juntamente com a Microsoft e o Facebook, a Apple veio a público para confirmar a suspensão do programa. Entretanto, o site Irish Examiner fez uma reportagem em que é possível entender um pouco mais sobre o trabalho real que era feito por esses funcionários, como o de ouvir até mil gravações por dia cada um.
Além de gravar e enviar trechos de voz de volta à Apple para serem estudados e melhorar a Siri, o The Guardian informou que os funcionários também ouvem conversas íntimas, como informações médicas ou até mesmo acordo de drogas e gravações de sexo entre casais.
Um contratado da Globetech pela Apple, empresa irlandesa em Cork, que foi demitido logo após o escândalo, afirmou que as gravações ocasionalmente possuíam dados pessoais ou trechos de conversas. Os funcionários foram contratados temporariamente como "analistas de dados" da Globotech, ou seja, tinham como função basicamente transcrever as gravações.
Além disso, os profissionais classificavam as respostas da Siri se baseando em alguns critérios, como quando a assistente virtual poderia realmente ajudar ou quando a mesma era acionada acidentalmente. Segundo a reportagem, a transcrição de mil comandos de voz significa que, provavelmente, os contratados precisariam fazer cerca de dois comandos por minuto – isso se estivessem trabalhando oito horas por dia.
“Enquanto realizamos uma revisão completa, vamos suspender a avaliação d
... a Siri globalmente. Além disso, como parte de uma futura atualização do software, os usuários poderão optar por participar do programa", afirmou a Apple em comunicado.