O WhatsApp admitiu, pela primeira vez, o envio ilegal de mensagens em massa nas Eleições de 2018, com sistemas automatizados contratados por empresas. A disputa presidencial foi protagonizada pelos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), com vitória do primeiro. As informações são de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira (8).
"Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", disse Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, em uma palestra no Festival Gabo. Desde o período eleitoral, o aplicativo tem feito mudanças que buscam combater a disseminação de fake news.
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O executivo do WhatsApp criticou os grupos públicos acessados por meio de links que disseminam conteúdo político e aconselhou os usuários a denunciá-los. "Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático", afirmou. "Nossa visão é: não entre nesses grupos grandes, com gente que você não conhece. Saia desses grupos e os denuncie".
Supple disse ainda que a empresa desencoraja o "uso de grupos como listas de transmissão de conteúdos", como ocorre em muitos grupos de apoiadores de políticos. Ele explicou, no entanto, que o uso do WhatsApp por campanhas políticas não viola os termos de uso da plataforma, desde que não sejam utilizados métodos de automação e envio massivo. Vale ressaltar que disparar mensagens em massa a partir de sistemas automatizados é uma prática proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O executivo reconheceu a influência do app em processos eleitorais. "Sabemos que eleições podem ser vencidas ou perdidas no WhatsApp", afirmou Supple, que destacou as medidas que a empresa tem adotado para bloquear contas que infringem as normas ao fazer envios automatizados em massa. Segundo ele, desde que o número de encaminhamentos de uma mensagem foi limitado a, no máximo, cinco pessoas ou grupos, a taxa total de reencaminhamentos caiu 25%.
O TechTudo entrou em contato com a assessoria do WhatsApp, que respondeu com a seguinte nota, do porta-voz do aplicativo:
“Antes do segundo turno da eleição do ano passado, o WhatsApp anunciou que já tinha banido centenas de milhares de contas por tentativa de envio em massa ou automatizado de conteúdo durante o período eleitoral. Nós também notificamos empresas que diziam oferecer serviços de envio em massa de mensagens, uma violação dos nossos termos de serviço. Estamos sempre trabalhando para aperfeiçoar nossos sistemas para prevenir abusos no WhatsApp.“
WhatsApp x fake news nas eleições brasileiras
Durante o último período eleitoral brasileiro, o WhatsApp baniu centenas de milhares de contas suspeitas de compartilhar notícias falsas. A lista incluía números de agências que comercializam disparos de mensagem em mass
Em agosto de 2018, como medida para combater as fake news, o app restringiu o limite de encaminhamentos de textos, fotos e vídeos para, no máximo, 20 pessoas simultaneamente. Até então, o WhatsApp permitia o envio de um mesmo conteúdo para mais de 200 contatos. Em janeiro, passadas as eleições, foi anunciado o limite atual, de apenas cinco contatos por vez.
Via Folha de S.Paulo
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