Call of Duty: Modern Warfare é o reboot de um dos capítulos mais aclamados da franquia de ação da Activision. Disponível para PS4, Xbox One e PC, o jogo cria uma nova história em cima de elementos e personagens que marcaram o título original de 2007, além de modos multiplayers feitos para sua legião de fãs. Confira o review completo:

Um novo Modern Warfare

Ao lado de Black Ops, Modern Warfare é o capítulo mais aclamado pelos fãs da franquia. Tamanho sucesso fez com que o título original ganhasse uma remasterização em 2016, com gráficos ainda melhores e um modo multiplayer repaginado. Tamanha aceitação do público fez com que a Activision investisse em um novo capítulo da trama. Mas ao invés de uma continuação, a aposta foi em um recomeço para a elogiada trilogia.

Com isso, temos um novo Modern Warfare, com direito a um enredo inédito, mas com a presença de figuras famosas, como capitão John Price. A jogabilidade também traz a mesma base do original, deixando de lado elementos tecnológicos que os últimos capítulos da franquia tentaram empurrar goela abaixo de seus jogadores.

O resultado desse reboot ousado é bem positivo, mostrando que é uma tendência que deve ser ainda mais explorada por outras empresas nos próximos anos. Vale lembrar que este ano tivemos Resident Evil 2 Remake bebendo da mesma fonte e em 2020 teremos o esperado Final Fantasy 7 Remake.

Polêmicas de volta!

Depois de abdicar de uma Campanha em Black Ops 4, Modern Warfare não apenas traz de volta o Modo, como também a polêmica que marcou a série. Para quem não sabe, em MW2, no capítulo No Russian, o jogador é obrigado a participar de um atentado e um aeroporto, onde centenas de civis são assassinados sem dó. A cena é considerada por muito como uma das mais fortes já apresentada em um game.

Visando ou não atualizar essa "conquista", o novo Modern Warfare não traz apenas um, mas diversos momentos onde é preciso ter estômago forte para aguentar as cenas de violência. Desde assassinatos em massa no centro de Londres, procedimentos de tortura contra presidiários, até atentados com bombas químicas, o jogo não poupa os detalhes, trazendo cenas explícitas que me chocaram bastante.

Com isso, posso dizer que o novo Modern Warfare chegou para ser lembrado. Não apenas da qualidade em muitos de seus elementos - que abordarei ao longo do texto - mas também pela polêmica que ajudou a colocar o game em discussões além dos videogame. Seja isso por um lado positivo ou não.

Trama envolvente

Como dito anteriormente, a história de Modern Warfare não é uma repaginação do original de 2007, mas um enredo feito do zero com um outro foco. No jogo, você reveza o controle dos soldados Kyle Garrick e Alex que, sob o comando de John Price, precisam combater terroristas que sequestraram uma perigosa arma de gases químicos. Se já não fosse complexo o suficiente, o grupo ainda precisa lidar com questões diplomática, como evitar uma Terceira Guerra Mundial com a Rússia diante de suas ações.

Em alguns momentos você também assume o controle de Farah Karim. A líder dos grupo rebelde do Urzquistão aparece em partes onde a mecânica também chega inovando na franquia, com elementos de stealth, onde é preciso agir sorrateiramente. Porém, detalhar mais esse funcionamento seria entregar algumas surpresas da história.

É intensa a forma com que o enredo se desenvolve ao jogador. Desde os diálogos (curtos e diretos) até a forma com que a história se conclui, tudo foi pensado para fazer com que o jogador não perdesse o clima tenso que a Campanha de Modern Warfare impõe. Confesso que foi difícil parar de interromper o jogo até o desfecho final, o que me fez terminar a campanha - que dura cerca de 7 horas - no mesmo dia.

Outro elemento que merece destaque é a forma com que os personagens são apresentados no enredo. Se nos outros capítulos da franquia Call of Duty muitos del

... es eram apenas jogados na tela com a função limitada de atirar e cumprir objetivos, no novo Modern Warfare é possível acompanhar um pouco mais de cada personalidade. Desde Price fazendo o que for preciso para cumprir sua missão, até Kyle questionador e fiel aos seus princípios. A exploração de cada um deles é fundamental para que o game tenha novos personagens marcantes e até um bom motivo para reutilizá-los no futuro.

Jogabilidade que virou referência

Ao contrário da história, que foi totalmente reformulada na nova versão, a jogabilidade se mantém praticamente a mesma do game original. Claro que o tempo fez com que muita coisa pudesse ser ajustada, desde a precisão da sua mira, até outro elementos que o leque de configuração traz. Mas é tudo basicamente a mesma coisa, o que é uma notícia boa!

As novidades surgem ao longo do enredo, em fases onde é preciso utilizar elementos inovadores para a franquia. Além de uma mecânica stealth para determinados capítulos, há pequenas inserções inéditas em determinados pontos, como uma mira precisa para a função de sniper. Nesse momento é preciso se adaptar ao vento da região e se acostumar ao posicionamento do alvo a metros de distância.

Há espaço para a inclusão de novas armas, mas todas possuem praticamente um funcionamento que já foi visto na franquia, seja na série Modern Warfare ou em outras. A boa notícia é que o jogo, mesmo se passando nos dias atuais, não abusa da tecnologia, fazendo com que não seja preciso controlar drones, robôs ou outro elementos que fogem da realidade. Caso a tendência de novos capítulos se concretizem, esperamos que isso seja mantido para o bom funcionamento do jogo.

O único ponto a ser questionado é a linearidade que o Modo Campanha traz ao jogador. Apesar de ser uma marca registrada da franquia, e fazer sentido para o que o enredo propões, o próprio "rival" Battlefield mostrou nos últimos capítulos que há espaço sim para um meio termo entre fases, com objetivos que precisam ser seguidos à risca, mas com um mapa amplo que pode ser explorado e permitir criar uma estratégia diversificada para o cumprimento das missões.

Realismo que impressiona

Além de sempre ter sido uma referência no quesito jogabilidade, Modern Warfare também reinou quando o assunto era gráficos. O título original de 2007 foi um dos primeiros do gênero na geração Xbox 360 e PS3, e marcou, principalmente, por apresentar um visual muito realista rodando a lisos 60 frames por segundo.

A nova versão não poupou esforços para ampliar esse realismo, e traz personagens que parecem atores de verdade, cenários repletos de detalhes, e um sistema de iluminação de cair queixo. O resultado é um dos jogos mais belos da atual geração de consoles - PS4 e Xbox One.

A versão para PC ainda traz suporte a tecnologia Ray Tracing, das placas GeForce RTX da NVidia. Ela proporciona um visual ainda mais belo, principalmente em relação aos reflexos e efeitos de luminosidade, tudo isso com suporte a uma resolução em 4K. E assim como nos videogames, Modern Warfare também figura a lista dos jogos mais belos já desenvolvidos para PCs.

Multiplayer afiado e Cooperativo que agrada

O grande carro-chefe da franquia não iria ficar de fora de Modern Warfare. O Multiplayer do game traz um leque de diferentes modos de jogo, que agradam desde os fãs mais assíduos da franquia, até outros jogadores sem tanta simpatia por jogar contra outros oponentes ou amigos, de forma local ou no online.

Destaque para os novos Guerra Terrestre e Atirador. O primeiro traz uma gigantesca batalha, nos moldes de Battlefield, onde 64 jogadores duelam pela disputa de diferentes pontos em um gigantesco mapa, vencendo aquele que obter a pontuação final primeiro. Já o segundo traz partidas rápidas de confrontos em duplas, em mapas bem apertados, onde prevalece a estratégia e agilidade para eliminar seus inimigos.

Os outros modos seguem o que já foi apresentados em outros títulos da franquia. Partidas de Times contra Times e Todos Contra Todos, por exemplo, continuam presentes, contanto com melhorias para o balanceamento das partidas, como o Sistema de Classe e a recompensa por baixa em sequência, dando uma vantagem para o jogador que obter um bom número de eliminações de inimigos.

Ainda sobre o Sistema de Classes, ele segue à risca o progresso por Pontos de Experiência. Conforme o jogador avança no nível de sua classe, maiores as recompensas, além da possibilidade de personalizar seus personagens com skins e outros tipos de adereços. E, é claro, também é possível gastar dinheiro de verdade para incrementar armas e equipamentos na parte estética.

Já o Modo Cooperativo permite que você continue a história do Modo Campanha junto a aliados. O Sistema de Classe também é utilizado neste modo, fazendo com que você escolha um soldado cuja habilidades seja mais propícias para o tipo de jogador que você é.

O único elemento a ser questionado é a ausência do Modo Zumbi. A opção de deixar o popular mata-mata contra mortos-vivos foi da própria desenvolvedora que, segundo eles, foi necessário para que pudessem se concentrar na Campanha e nos outros modos. Apesar de sentir uma falta enorme, particularmente achei o conteúdo bom o suficiente para não me tornar refém dos Zumbis, pelo menos nesse título.



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