O reCAPTCHA é uma tecnologia do Google que se faz presente em sites e aplicativos comuns na vida dos usuários. Páginas de lojas, aplicativos como o Caixa Tem, NuBank, sites de redes como Pinterest, Zoom ou fóruns e grupos de suporte estão entre alguns dos exemplos de espaços que aplicam a ferramenta. O objetivo é limitar o acesso e tráfego criado por bots e outros tipos de robôs que vasculham a Internet todos os dias gerando tráfego artificial, disparando spams e produzindo ataques. Confira, na lista a seguir, todos os detalhes sobre a ferramenta reCAPTCHA e como utilizá-la.
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O que é reCAPTCHA?
O reCAPTCHA é um serviço de CAPTCHA atualmente mantido pelo Google e que consiste em uma aplicação do teste de Turing: um desafio de simples solução por humanos, mas que se mostra insolúvel, ou muito difícil de resolver, por um computador, robô de Internet ou mesmo uma inteligência artificial.
A principal utilidade do reCAPTCHA, bem como de outros sistemas parecidos, é a de filtrar tráfego em websites e apps, impedindo que softwares que vasculham a Internet criem tráfego artificial ou mesmo sobrecarreguem um serviço, tornando o seu acesso mais difícil por usuários reais. Essa preocupação se faz necessária, pois a Internet é cheia dos chamados crawlers, e outros softwares automatizados, encarregados de vasculhar e indexar conteúdo de forma automática, acessando milhares de páginas por segundo. A medida impede spam, torna a Internet mais segura e aumenta a eficiência de sites do mundo todo.
O termo CAPTCHA é, na verdade, uma sigla em inglês para “Teste de Turing Público Completamente Automático para Diferenciar Humanos e Computadores”. O teste foi criado em 2003, pelo então doutorando guatemalteco Luis Von Ahn, como uma medida para impedir que robôs de Internet criassem contas de e-mail falsas para disparar spam. Na época, ele consistia em uma série de caracteres destorcidos que o usuário precisava identificar sozinho.
Com o tempo, Ahn percebeu que o esforço conjunto de milhões de pessoas identificando caracteres poderia ser direcionado para algo útil além da segurança. Com isso, foi criado o reCAPTCHA que passava a mostrar palavras escaneadas de jornais antigos e livros que não eram facilmente reconhecidas por computador. Cada vez que um número grande de usuários identificava determinada palavra corretamente, esse esforço tornava possível a digitalização de documentos importantes, acervos centenários de jornais como o The New York Times ou obras literárias fruto de processos de impressão mais imprecisos e precários.
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Em 2011 pelo menos 100 milhões de palavras foram corretamente identificadas e digitalizadas por dia. Com o tempo, para aumentar a acessibilidade, a ferramenta passaria a contar com áudio para pessoas com problemas de visão, ou ainda configurações para auxílio de daltônicos.
Na sua forma atual, o reCAPTCHA, que foi vendido ao Google em 2009, usa imagens obtidas do Google Street View e testa o visitante de um site ou app que precisa identificar, ou assinalar corretamente, elementos dentro da imagem, como chaminés, montanhas, entre outros.
O que significa reCAPTCHA?
O termo "CAPTCHA" tem referência à ideia de teste de Turing para separar robôs e computadores de usuários reais. Não há uma explicação oficial a respeito do “re”, mas acredita-se que o novo nome tem relação com “re” de “reverso” (“reverse”, em inglês), fazendo referência à ideia de que o reCAPTCHA é um teste de Turing reverso porque, ao contrário do que Turing sugerira, o CAPTCHA é um exercício que o computador usa para testar humanos.
Uma forma de s
O que fazer quando o reCAPTCHA não aparece ou não funciona?
Em grande parte dos casos, a falha em carregar o teste, ou em ter sua resposta reconhecida, tem a ver com problemas de conexão com a Internet como sinal instável e conexão lenta, ou sobrecarregada. O inverso desse raciocínio também é válido: o Caixa Tem, da Caixa Econômica Federal, aplicou a tecnologia de reCAPTCHA no esforço de filtrar o grande volume de acessos e muita gente se deparou com o “reCAPTCHA inválido” ao tentar acessar o app.
Nesse cenário, o reCAPTCHA acabou inválido em virtude do fato de que o volume de requisições do teste era tão alto que os servidores responsáveis por gerar e conferir resultados das tentativas de acesso de cada usuário não tinham capacidade de dar conta do volume de pedidos. Em uma situação parecida, mesmo com Internet de alta velocidade e estável, e respondendo corretamente ao teste, era bem possível que seu reCAPTCHA retornasse como inválido.
Como funciona o reCAPTCHA do Google?
Há diferentes versões do reCAPTCHA que aplicam testes e operam de formas diversas. A mais simples é aquela que pede para você identificar fotos em um mosaico com nove imagens diferentes. A partir da identificação correta dos elementos pedidos pelo teste, o sistema reconhece que você é uma pessoa de verdade e libera seu acesso. Caso você falhe no teste, o sistema assume que você é um robô e reinicia o processo, com outra questão e um conjunto de novas imagens.
Uma forma diferente de aplicar o teste, e considerada mais eficiente por ser menos disruptiva no fluxo de navegação por um site, é apresentar uma caixa com “eu não sou um robô” em que você precisa marcar um checkbox. O resultado desse teste é gerado a partir de um conjunto de métricas relacionadas ao seu comportamento na página. Caso esses dados não sejam suficientes, o reCAPTCHA pode ainda pedir que você identifique imagens.
Nesses dois modelos, o reCAPTCHA causa algo que o Google chama de fricção na sua experiência de uso de um determinado site. Por conta disso, os técnicos da gigante das buscas criaram o reCAPTCHA v3. Com a ferramenta, a tecnologia analisa todo o seu comportamento pelas páginas em que está acionada e nunca emite testes para você resolver. Segundo o Google, esse é o reCAPCTHA ideal, já que é menos disruptivo. Há críticos, no entanto, que levantam questões importantes a respeito da privacidade dos usuários, já que a técnica monitora o comportamento individual de cada visitante na página.
É possível desativar ou burlar o reCAPTCHA?
Qualquer problema computacional, com um número finito de respostas pode ser eventualmente resolvido por um computador. Há casos de especialistas em segurança e acadêmicos que, ao longo dos anos, vêm demonstrando vulnerabilidades no sistema e aplicando técnicas que podem superar a ferramenta e engana-la.
Em 2019, por exemplo, um grupo de pesquisadores da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos, divulgaram os resultados de um estudo que produziu um software que seria capaz de responder corretamente 92,4% dos reCAPTCHAs com imagens, além de uma média de tempo de 14,86 segundos no esforço de derrotar o “você é um robô”. Se usado offline, o sistema tem performance ainda melhor, com 95% de acertos na detecção de imagens e tempo médio de cinco segundos para enganar o “você é um robô”.
Como colocar o reCAPTCHA em um site?
Implementar o reCAPTCHA no seu website, ou app, é relativamente simples e mesmo desenvolvedores com pouca experiência devem ser capazes de colocar a funcionalidade para testes em pouco tempo.
A área para desenvolvedores do Google conta com documentação completa a respeito da implementação da tecnologia, inclusive com amostras de código prontinhas para rodar. O processo, de forma resumida, envolve marcar o recurso com uma tag específica no código HTML do site, além de implementar um snippet em JavaScript responsável pela renderização do componente na página, bem como o processo de realização dos testes e checagem de resultados. Também é possível encontrar um exemplo com código pronto de uso do reCAPTCHA numa sequência de carregamento da página.
Via Google, Developers.Google, FastCompany, CloudFlare, The Register, Blokt, NuBank e Android Police
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