RTX 3090 é a nova placa de vídeo top de linha da Nvidia, e chega com a promessa de bater a nova geração de consoles em termos de gráficos. Com ficha técnica de peso, como 82 núcleos específicos para Ray Tracing e capacidade para rodar jogos em 8K a 60 fps, a GPU de arquitetura Ampere deve superar o desempenho do aguardado Xbox Series X em até 2,5 vezes, por exemplo.
Os 12,1 TFLOPS de performance gráfica bruta do rival do PlayStation 5 (PS5) também ficam abaixo do que oferece o componente, com 36 TFLOPS. Confira a seguir mais detalhes sobre a placa da Nvidia e a GPU AMD que equipa o console da Microsoft e compare ambas as soluções gráficas top de linha.
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Especificações de GPU
A RTX 3090 conta com um processador gráfico que soma 10.496 núcleos CUDA de processamento e promete velocidade base de 1.395 MHz, chegando a 1.695 MHz com o turbo acionado. Além disso, a GPU tem memória RAM mais rápida com novo padrão GDDR6X, unidades de processamento dedicadas ao Ray Tracing e hardware específico para Inteligência Artificial e DLSS 2.0.
Já o Xbox Series X oferece um processador gráfico desenvolvido pela AMD que traz 3.328 processadores stream (mais ou menos equivalentes aos CUDA da Nvidia), divididos de forma igual em 52 unidades computacionais. Nas velocidades, Microsoft e AMD prometem que a Radeon customizada do Xbox irá trabalhar em 1.825 MHz.
Em termos de Ray Tracing, o componente do console oferece uma solução diferente da Nvidia: não há núcleos RT específicos na placa. Além disso, há pouca informação a respeito da capacidade do hardware da Microsoft em acelerar rotinas de Inteligência artificial, o que indica uma vantagem importante da RTX, assim como a presença de mais cores de processamento.
Especificações de Memória
Um outro fator que dá larga vantagem ao hardware da Nvidia é o sistema de memória RAM da placa. A RTX 3090 roda com 24 GB de memória GDDR6X, padrão mais rápido que o GDDR6 do Xbox. Na GeForce, esses 24 GB de memória são acessados por meio de uma interface de 384 bits, gerando uma largura de banda de 936 GB/s. Ou seja: é possível dizer que a RTX 3090 troca quase 1 TB de dados entre processador gráfico e memória a cada segundo.
A memória do Xbox não chega a esses números, mas há diferenças em relação à largura de banda. No console da Microsoft, são 16 GB de RAM GDDR6, divididos em 10 GB de alta velocidade, com largura de banda de 560 GB/s, e outra porção de 6 GB, mais lenta, e com largura de banda em 336 GB/s.
Considerando apenas a faixa de memória rápida do Xbox, há uma clara desvantagem em velocidade e quantidade de RAM. Do ponto de vista de games, grande quantidade de memória é algo fundamental para guardar grandes volumes de dados em uso durante a execução, como texturas de alta resolução, por exemplo. Já a largura de banda tem efeitos práticos na desenvoltura com que a placa trabalha, gerando efeitos em performance.
Performance
Não há indicadores sólidos a respeito da diferença de performance entre as duas tecnologias. Um exemplo disso são os indicadores de capacidade computacional bruta, medida em teraflops: o Xbox Series X seria capaz de alcançar 12,1 TFLOPS, praticamente um terço dos 36 TFLOPS prometidos pela placa gráfica da Nvidia.
Entretanto, dada as diferenças estruturais entre cada uma das arquiteturas, esses valores não indicam que a RTX 3090 será de fato três vezes mais rápida na hora de rodar games. A razão para isso está na forma pela qual cada marca calcula o número e na própria natureza de como cada processador gráfico dá conta de processar as tais operações com ponto flutuante que determinam a medida.
Uma comparação mais fiel a respeito da diferença entre os dois produtos deve colocar a placa da Nvidia com desempenho algo em torno de 2,5 vezes superior, levando em conta rumores que indicam o Xbox com desempenho comparável ao de uma RTX 2080 Super. Essa impressão é fortalecida pelos testes do portal especializado Digital Foundry, que teve acesso ao console da Microsoft ainda em março e registrou indicadores equiparáveis aos da opção Nvidia de arquitetura Turing.
Recursos
A nova geração de placas GeForce da Nvidia não se destaca apenas pelo hardware: há grandes avanços em termos de software. O exemplo mais significativo é o DLSS 2.0, que utliza uma série de núcleos específicos (Tensor Cores) para aplicar Inteligência Artificial e aprimorar gráficos em jogos. O resultado é uma espécie de upscaling para games em resolução baixa, aumentando a qualidade gráfica e o desempenho na tela. É isso que permite, por exemplo, uma placa de entrada como a RTX 2060 rodar títulos como Control em 4K a 60 fps.
No caso da RTX 3090, essa capacidade sobe para resoluções até 8K a 60 fps. Para se ter uma ideia do nível de exigência sobre o hardware, essa quantidade de pixels é a mesma presente em 16 telas Full HD rodando ao mesmo tempo.
O Xbox Series X também promete suporte ao 8K por meio do padrão HDMI 2.1, mas provavelmente será uma opção restrita a games mais simples e à reprodução de mídia no console. A Microsoft vai trazer técnicas de upscaling semelhantes ao DLSS da Nvidia na nova geração, permitindo rodar jogos em resoluções mais baixas e, mesmo assim, exibir as imagens em 4K na tela. Entretanto, ainda é incerto até que ponto a tecnologia utilizada no videogame vai rivalizar com a IA da Nvidia.
Outro recurso disponível na nora geração de placas da Nvidia é o DirectStorage, que basicamente traz para PCs as velocidades de descompressão e leitura de dados dos SSDs, presentes também nos consoles de nova geração. A tecnologia basicamente usa a capacidade de processamento da GPU para acelerar a leitura de dados em níveis que rivalizam com os novos consoles.
Além dessas características, a Nvidia tem evoluído os recursos de seus drivers para facilitar a vida de streamers, com inteligências que melhoram imagem e som das transmissões, além de permitir a captura de imagens e clipes dos jogos em tempo real, algo que os consoles fazem bem desde 2013.
Consumo
O grande poderio da placa da Nvidia tem um impacto decisivo na quantidade de energia necessária para fazer com que a placa funcione corretamente no seu sistema. Para começar, a Nvidia recomenda uma fonte de, no mínimo, 750 Watts para dar conta da RTX 3090. Nos consoles, essa preocupação inexiste.
Em termos de consumo, a GeForce tem um TBP (sigla em inglês para “energia total da placa") de 320 Watts. Isso significa que, no pior cenário possível – rodando algum lançamento em 8K com Ray Tracing ativado – a placa pode chegar a consumir 350 Watts de energia. Em situações normais de uso, no entanto, o valor deve ficar abaixo dessa margem.
Nos consoles, esses números dificilmente são divulgados, especialmente de forma granular a ponto de indicar exatamente qual o orçamento de energia que um componente isolado – nesse caso a GPU – requer da tomada para funcionar. Rumores, testes e estimativas sugerem que o Xbox Series X pode chegar a tomar 300 Watts de energia (ressaltando que, além de extraoficial, esse valor seria de todo o console, considerando processador, RAM, SSD, interfaces de rede, entre outros componentes).
Preço e disponibilidade
A Nvidia lança a RTX 3090 no mercado americano em 24 de setembro a preços que partem dos US$ 1.499 (R$ 7.993, em conversão direta). Por enquanto, ainda não há informações sobre quando o modelo chega ao Brasil ou quais versões ficarão disponíveis por aqui. O valor oficial no mercado nacional também não foi revelado de forma oficial.
Já o Xbox Series X teve sua data de lançamento e preço confirmados no último dia 9 de setembro. O modelo chega às lojas dos Estados Unidos em 10 de novembro por US$ 499, cerca de R$ 2.661 na cotação atual. Junto ao console também será lançada uma versão mais simples, o Xbox Series S, que fica disponível por US$ 299 (R$ 1.594).
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