O JBL Club 950NC é um fone de ouvido wireless e over-ear, com lançamento em janeiro de 2020. O modelo está à venda no Brasil pelo preço oficial de R$ 1.499, mas já é possível encontrá-lo mais barato, por R$ 1.099, em ecommerces nacionais. O headphone, que está entre os melhores do catálogo da marca americana, aposta no cancelamento de ruído, na tecnologia de som ambiente e na bateria com promessa de até 55 horas de duração para conquistar usuários.
Apesar dos atrativos, será que o dispositivo entrega tudo o que promete no manual? O TechTudo testou o fone de ouvido durante um mês e trouxe as impressões sobre ele na análise a seguir. Veja tudo sobre a qualidade de som e design do JBL Club 950NC neste review.
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Design
É importante começar o tópico sobre design com o seguinte comentário: o JBL Club 950NC é bruto e pesado. Por esse motivo, o fone Bluetooth pode não ser indicado para todos os tipos de usuários e maneiras de uso. Seus 372 gramas de peso, aliados às grandes conchas ovais, chamam a atenção e é difícil ele passar despercebido pelas ruas. Pessoas que buscam um headphone para ouvir música dentro do transporte público ou durante viagens, por exemplo, podem achar seu tamanho desproporcional e pouco prático.
No entanto, para ajudar na missão de carregar o 950NC por aí, a JBL inclui um estojo bem rígido e bonito que promete proteger o headphone na mochila ou na bolsa. Vale ressaltar também que ele conta com corpo dobrável para diminuir suas dimensões e deixar o transporte mais fácil.
Por aqui, nos testes em casa durante o home office, usar o Club 950NC foi uma experiência positiva no geral. De cara, já é possível perceber que o modelo conta com design premium e é feito com produtos de qualidade: suas dobradiças foram confeccionadas com material metálico e o anel retentor também dá a sensação de resistência. A impressão que ele passa é de anos e anos de uso sem apresentar defeitos graças à aparência robusta.
As conchas, que têm dimensões avantajadas, cobrem bem a orelha e colaboram com a tarefa de isolamento acústico. O material acolchoado das hastes e da concha, que remete a couro, também não deixa a desejar e promete oferecer conforto nas primeiras horas de uso. Seu ajuste é confortável: não é nem muito frouxo, nem muito apertado, e consegue manter o fone estável mesmo quando estamos em movimento.
No entanto, no início dos testes, sentimos um certo incômodo no topo da cabeça devido ao peso bem mais exagerado do que outros modelos concorrentes, como o HD 450BT, da Sennheiser, que conta com 238 gramas. A notícia boa é que, em questão de poucos dias, já conseguimos nos acostumar com o grandalhão e tudo deu certo – sem mais dores de cabeça.
O headphone é bem servido de botões físicos. Na concha esquerda, há o botão de liga/desliga, a opção para chamar a assistente de voz (Google Assistente ou Alexa), o recurso de pareamento por Bluetooth, além do botão que ativa/desativa o cancelamento de ruído (quando pressionado por dois segundos) ou liga o modo Ambiente (quando pressionado rapidamente) e a entrada para conectar o cabo P2. Este lado também abriga um LED de status e uma conexão para o cabo de áudio. O LED pisca em vermelho quando a bateria está fraca e acende em vermelho estático durante o carregamento.
Já na orelha direita ficam os botões de aumento de graves, controles de volume e a conexão USB-C para carregar a bateria. Você pode estar se perguntando: onde fica a opção para trocar de música? Bem, a JBL optou por usar os mesmos botões de controle de volume para pular ou voltar faixas – para isso, basta pressionar um deles.
Embora seja robusto, é importante ressaltar que o modelo não possui nenhuma certif
Qualidade de som
O Club 950NC é equipado com drivers dinâmicos de 40 mm e possui faixa de frequência ampla de 16 Hz a 22 kHz. Na prática, sendo bem diretos, o áudio padrão do fone da JBL é potente, limpo e aberto. O som é claro, com graves, médios e agudos que marcam presença. Ao prestar atenção e comparar com os baixos, os sons médios soam menos trabalhados e mais suaves. Os agudos também não deixam a desejar e são reproduzidos de maneira energética, nítida e bem definida.
É divertido ouvir música com o modelo, pois ele deixa você imerso na experiência, sendo capaz de transitar e brilhar em diferentes gêneros: do punk ao pop. Testamos o fone de ouvido com diferentes estilos musicais. Na música "Would", do Alice in Chains, foi possível ouvir o grave profundo e com exatidão. Já em "Instant Crush", do Daft Punk ft. Julian Casablancas, conseguimos escutar o baixo, a guitarra e a bateria simultaneamente, no começo da canção, com clareza e sem deixar de sentir a pressão do baixo e do bumbo.
Para os fãs de pop e músicas mais animadas, o fone da JBL também dá um show a parte. Ao dar play em "Don't Start Now", de Dua Lipa, é difícil segurar a vontade de fazer a dancinha de Manu Gavassi, que ficou famosa no Big Brother Brasil 20. É possível escutar a forte percussão com clareza, o vocal expressivo e energético da cantora.
Por outro lado, ao ligar o recurso de aumento dos graves, o resultado muda bastante de figura e as frequências baixas ganham ainda mais relevância, até de forma excessiva. Há mais potência e peso, mas, em contrapartida, perde-se em precisão e clareza. O reforço de graves deixa o áudio bastante confuso e turvo, e as vozes dos artistas ficam totalmente em segundo plano. Por aqui, o recurso não agradou, mas é claro que, como tudo é questão de gosto, a funcionalidade pode ter o seu público.
Em relação ao cancelamento de ruídos, a entrega é dentro do esperado para um fone de ouvido desta categoria. Barulhos externos mais baixos são eliminados e é possível escutar música em um volume tranquilo sem interrupções. Vozes e outros sons mais concentrados, no entanto, ainda podem ser ouvidos quando o áudio toca em um volume mais baixo. Caso queira um cancelamento de ruído mais potente, existem outras opções no mercado que podem agradar, embora tenham o preço mais salgado, como o Sennheiser Momentum 3 e o Bose 700.
Funções extras e usabilidade
O fone funciona em conjunto com o aplicativo JBL Headphones, disponível para download grátis em celular Android ou iPhone (iOS). Pelo app, é possível ter acesso a diversos recursos, como o nível de bateria, o cancelamento de ruídos e o Stage+, que é o equalizador da marca. A tela principal permite, por exemplo, escolher qual configuração você deseja que o botão físico do Modo Ambiente use.
Ao escolher TalkThru, o usuário pode conversar facilmente sem precisar retirar o fone da orelha – isso porque ele diminui o volume de música automaticamente. Já o Ambient Aware permite que você escute sons do ambiente, mesmo sem reduzir os níveis da música – ou seja, é ideal para ouvir um carro passar na rua e não correr o risco de se envolver em acidentes. O aplicativo também deixa escolher seu assistente de voz favorito: Alexa ou Google Assistente.
Agora, voltando ao Stage+, é importante destacar algumas funcionalidades interessantes do recurso. O equalizador possibilita o ajuste de bandas de frequência manuais, além de trazer alguns modos pré-definidos de DJ, como Nicky Romero e Tigerlily. Todos contam com dados diferentes, como biografia e informações sobre o estilo diferente de cada um – para acessar, basta tocar em sua respectiva foto.
A diferença de ritmo é totalmente perceptível entre os DJs, o que deixa o áudio mais ou menos enérgico. Para quem deseja se aventurar, também é possível fazer os ajustes de som manualmente de uma forma mais profissional e depois salvá-los.
Em relação à integração com a Google Assistente, não houve qualquer dificuldade. Basta configurar o controle de voz por meio do aplicativo e, depois, acionar o recurso facilmente por meio do botão na concha esquerda. É possível pedir informações, ouvir mensagens e respondê-las, entre outras funções – tudo por meio de comandos de voz.
Na caixa dos fones de ouvido, a JBL também inclui o cabo de áudio que possui um controle remoto de botão único em linha e microfone. A qualidade de chamadas não decepciona e há, inclusive, uma configuração de microfone duplo para aumentar a clareza das vozes.
Bateria e conexão
Com bateria de 730 mAh, a JBL promete até 22 horas de uso caso o cancelamento de ruído e Bluetooth estejam ativos. Apenas com o Bluetooth, o número salta para até 55 horas de autonomia. Claro que a duração varia de acordo com o nível do volume, o tipo de uso do grave e outros recursos.
Por aqui, os testes foram realizados com o fone conectado a um iPhone 11 Pro, com a função de cancelamento de ruído ligada e o volume quase no máximo. O resultado foi muito positivo, já que carga foi capaz de aguentar aproximadamente 24 horas nessas condições – um pouco acima da promessa da marca.
Outra boa surpresa é a função de carga rápida, que permite mais de 10 horas de autonomia após 15 minutos ligado na tomada. Segundo a JBL, o tempo de carregamento total é de duas horas por meio da conexão USB-C. Novamente, o headphone se saiu muito bem nos testes e precisou de aproximadamente uma hora e 50 minutos para atingir a carga máxima.
O emparelhamento do aparelho ocorreu dentro da normalidade. Com suporte ao Bluetooth padrão 5.0, é possível conectá-lo ao celular ou notebook em poucos segundos. O alcance da conexão não é tão surpreendente: por aqui, foi possível continuar a reprodução com a distância de cerca de oito metros, no máximo, dependendo de obstáculos, como portas e paredes. Ainda assim, o som foi interrompido algumas vezes conforme ficamos mais distantes do dispositivo conectado, principalmente durante o deslocamento.
Custo-benefício
O fone de ouvido wireless JBL Club 950NC tem design robusto e, aparentemente, é construído com materiais que permitem muitos anos de uso. O modelo oferece bateria de longa duração, carregamento super-rápido e integração com o Google Assistente e Alexa por meio de um toque de botão. Os modos TalkThru e Ambient Aware também são adições muito bem-vindas, além de oferecer um cancelamento de ruído dentro do esperado para sua categoria.
Por outro lado, o preço salgado de R$ 1.499 pode assustar muitos potenciais compradores. Por conta disso, é possível que brasileiros procurem outras opções mais em conta no mercado, como o JBL Live 650BTNC, que custa R$ 999 e oferece recursos parecidos, ou o Sony WH-CH710N, por R$ 629. Outras desvantagens que merecem destaque são o alcance relativamente curto do Bluetooth e o reforço de graves excessivo, além da falta de codecs de áudio de alta qualidade.
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