O iPhone 12 Pro está entre os celulares mais poderosos já criados pela Apple. Lançado em outubro de 2020 para suceder o iPhone 11 Pro, ele chegou ao Brasil com preço sugerido de R$ 9.999 na versão de 128 GB, mas já pode ser encontrado por R$ 9.691 na Amazon. O smartphone tem ficha técnica direcionada ao uso profissional, e conta com câmera tripla, suporte a 5G e tela de 6,1 polegadas. O TechTudo testou o 12 Pro ao longo de mais de um mês e conta a experiência neste review.

A linha mais recente da maçã também ficou marcada pela retirada do carregador e dos fones de ouvido da caixa, gerando polêmicas e até mesmo cobranças do Procon-SP. Decisão similar foi tomada pela Samsung para os concorrentes diretos da linha Galaxy S21.

Tela e novo design

A Apple apostou em mudanças consideráveis no design da nova linha de iPhones. Os antigos cantos mais arredondados deram lugar a uma construção mais reta, que lembra modelos do passado, como os da linha iPhone 5. Sem capa, a pegada é mais firme e segura.

Nos nossos testes foi no mínimo estranho voltar a segurar um iPhone 8 Plus após algumas semanas com o 12 Pro. A pegada arredondada do celular de 2017 não permite firmeza com os dedos em volta do aparelho. A mudança na linha de 2020 foi positiva.

Aliás, para os mais desastrados, a Apple também prometeu mais resistência na tela, com o chamado Ceramic Shield ("Escudo de Cerâmica", em tradução livre). A fabricante classifica o componente como o "vidro mais resistente já usado em um celular". Mesmo assim, é melhor fugir da ideia de quebrar a tela original de um smartphone de quase R$ 10 mil. É válido aplicar uma película de vidro temperado e utilizar uma capinha anti-impacto. A traseira de vidro é sempre um risco — e dá medo.

A tela em si é um pouco maior que a do iPhone 11 Pro. São as mesmas 6,1 polegadas do iPhone 12 "normal", contra 5,8 no modelo Pro da geração anterior. As bordas também ficaram mais finas, o que dá a sensação de que o aparelho está mais enxuto, mesmo com uma tela maior. Em relação ao peso, pouca diferença em comparação com o iPhone 11 Pro: são 187 gramas, similar também aos iPhones XS e 7 Plus, mas um pouco mais leve que um iPhone 8 Plus, por exemplo

O ponto negativo do display é a taxa de atualização. A Apple manteve os 60 Hz, contrariando rumores sobre um possível upgrade para 120 Hz, tecnologia que virou tendência no mercado. A decisão está longe de ser um problema grave, já que taxas maiores são mais importantes para atividades específicas, como jogos.

A tela do iPhone 12 Pro tem resolução de 2532 x 1170 pixels, com uma densidade de pixels de 460 ppp, bem próxima à geração anterior. Só uma lupa para distinguir os pixels individuais. Devido à tecnologia OLED, aplicativos com modo escuro ficam bem bonitos e contrastados. Assistir a filmes e séries em HDR também é uma experiência bastante agradável, inclusive com o brilho no máximo.

Câmera tripla

Muitos dos que optam pelos modelos Pro da Apple estão de olho nas câmeras. Mais uma vez, a Apple traz um sistema de 12 MP, driblando as tendências de algumas marcas a fabricar câmeras com mais de 100 MP — o que, em tese, só interfere no tamanho da imagem. No iPhone 12 Pro, o conjunto é novamente triplo, com lentes ultra wide, principal e teleobjetiva.

A grande novidade desta geração é o sensor LiDAR. O componente, que já estava presente na última versão do iPad Pro, usa lasers invisíveis para melhorar a percepção do ambiente. Com ele, é possível até mesmo utilizar o Modo Noite ao capturar um retrato com o efeito bokeh (apenas na câmera traseira). O resultado não é perfeito, mas impressiona em a

... mbientes com pouca luz. O desfoque em retratos tem uma performance geral boa em ambientes iluminados.

A experiência com Realidade Aumentada (AR) também é aprimorada pelo sensor, mas não espere perfeição. Ao visualizar animais em 3D pelo Google, por exemplo, movimentos muito bruscos ainda fazem o objeto sair da posição.

A lente principal possui abertura ƒ/1.6. É o diafragma mais aberto do conjunto, o que permite captar melhor a luz do ambiente. Em situações muito escuras, no entanto, é preciso utilizar o Modo Noite para tirar fotos bem iluminadas.

Com o recurso, que usa inteligência artificial para capturar uma imagem de longa exposição, o resultado definitivamente não deixa a desejar, mas é preciso manter o celular bem parado no momento da captura.

Para a lente ultra wide, a abertura de ƒ/2.4 repete o iPhone 11 Pro, de 2019. Com isso, as situações em ambientes pouco iluminados ficam bem prejudicadas, mesmo com o Modo Noite. Como lentes com ângulo de visão bem amplo costumam ser usadas em situações ao ar livre — em paisagens ou situações de ação, por exemplo — o problema não deve ser tão grande para a maior parte dos usuários. As fotos são tão nítidas e coloridas quanto as da câmera principal.

A lente teleobjetiva também repete a abertura da geração anterior, com ƒ/2.0 (na versão Max, ƒ/2.2). Ao utilizá-la, não há a possibilidade de usar o Modo Noite. Portanto, somente retratos com a câmera principal podem contar com o recurso.

Além disso, o sistema de câmeras do novo iPhone mantém a seleção inteligente de lente conforme a iluminação ambiente. Assim, em algumas situações, uma foto com "zoom" de 2x pode não trazer a imagem desta lente, mas sim uma versão "cropada" da câmera principal. Isso pode ser bom ou ruim, a depender da situação. Para contornar, é preciso recorrer a aplicativos de câmera terceirizados.

Aqui fica a principal crítica ao conjunto fotográfico: a aproximação máxima por zoom óptico é de 2x na lente principal, chegando a um zoom digital de apenas 10x (com perda de qualidade). O resultado tende a ser bem distante de fotos com o Space Zoom do todo-poderoso Galaxy Note 20 Ultra, que oferece aproximação de 100x. É mais uma marca do conservadorismo da Apple em relação a grandes mudanças.

Não há nenhuma revolução na câmera de selfies. Pode-se dizer que o desfoque do modo retrato é acima da média, assim como em outros iPhones com câmeras TrueDepth, mas cabelos com muitos detalhes ainda sofrem de imperfeições. As fotos com o Modo Noite costumam ter problemas de nitidez, especialmente em ambientes muito escuros — justamente aqueles que deveriam se beneficiar do recurso, como o nome sugere.

Um detalhe à parte na nova linha Pro de iPhones é o novo Apple ProRAW. Quem já trabalha com fotografia costuma saber das grandes vantagens que fotos RAW trazem no processo de pós-produção. A Apple trouxe essa possibilidade para o iPhone, para arquivos mais pesados e repletos de detalhes. É um dos recursos voltados para profissionais, e ativá-lo nas fotos do dia a dia pode encher rapidamente sua galeria, já que as imagens gastam em torno de 25 MB.

Ao comparar uma foto em Apple ProRAW com uma "normal" no editor integrado ao app Fotos, é possível notar algumas diferenças em ajustes de exposição, contraste e mais. Não é nada gritante, mas os fotógrafos devem comemorar.

Bateria mais do que suficiente

Um dos pontos mais controversos entre fãs e críticos da Apple é a bateria. A fabricante, aliás, nem sequer divulga oficialmente a capacidade dos componentes em mAh, mas apenas de forma genérica: "até 17 horas de reprodução de vídeo" (caso do celular em review).

No iPhone 12 Pro, a bateria é mais do que suficiente para um dia comum. Ao fazer uso de aplicativos populares de redes sociais, como Instagram, Twitter e WhatsApp, além do navegador Safari e alguns apps de notícias, o celular ficou cerca de 42 horas na ativa, sendo quatro horas de tela efetivamente ligada.

Em dias com mais tempo de tela, incluindo uso de aplicativos de produtividade para trabalho, como Slack, Outlook e Trello, além de streaming de vídeos no YouTube e Netflix, a bateria durou 36 horas. Na prática, o iPhone 12 Pro não deve deixar o usuário na mão em boa parte dos dias, mas é preciso carregá-lo toda noite.

Os celulares da linha iPhone 12 não vêm com carregador na caixa, mas acompanham um cabo USB-C para Lightning. A mudança gerou controvérsias, e deixou o consumidor com pelo menos duas opções principais para carregar o smartphone.

A primeira é utilizar carregador e cabo tradicionais de iPhone — os mesmos que acompanhavam os celulares novos até a geração de 2019. Esta opção é a mais óbvia para clientes antigos da Apple, mas caso o consumidor não possua as peças, será necessário realizar uma compra. O cabo original Lightning para USB mais barato no site da Apple sai por R$ 219 (0,5 m), enquanto o adaptador para tomada custa R$ 199. O conjunto chega a R$ 418, tornando-se uma opção cara.

A segunda opção é aproveitar o cabo USB-C para Lightning e adquirir o adaptador necessário, que não é o mesmo da alternativa anterior. O produto em questão é o carregador USB-C de 20W, disponível oficialmente também pelo preço de R$ 199. Este seria o valor total a ser gasto.

As duas opções trazem diferenças bem grandes em relação ao tempo de recarga. Com o carregador tradicional, o iPhone demorou cerca de 1h30 para chegar a 50%, e pouco mais de três horas para completar os 100%. Na alternativa USB-C, a promessa de chegar a 50% em meia hora foi cumprida, passando por 80% em uma hora e chegando a 100% em pouco menos de duas horas.

Como opção adicional, o consumidor também pode utilizar um carregador sem fio. O iPhone 12 Pro suporta o padrão Qi, disponível em modelos a partir da linha 8 e também presente em celulares de outras marcas.

A grande novidade da geração atual é o MagSafe. O nome é conhecido dos fãs antigos da Apple, já que a tecnologia de ímãs foi utilizada em algumas gerações de MacBook. Desta vez, o componente magnético é circular e permite um alinhamento perfeito com o novo carregador, que custa R$ 499 no preço oficial. A Apple tem se especializado em vender produtos por partes, então ainda é necessário adquirir um adaptador USB-C, pelo preço de R$ 199, levando o conjunto a quase R$ 700.

Em relação ao tempo de carregamento, uma pequena decepção. O MagSafe promete recarga com potência de 15W, o dobro do padrão Qi, que oferece 7,5W. Nos nossos testes, os tempos de reposição foram praticamente iguais aos do carregador Lightning tradicional. Além disso, o componente esquenta muito, e pode marcar a capinha devido à compressão dos ímãs. A própria Apple alerta para este risco em seu site.

Caso o consumidor pretenda investir em um carregador, a opção de aproveitar o cabo USB-C e adquirir o adaptador adequado é a mais vantajosa em todos os sentidos.

Sistema, desempenho e a estreia do 5G

O iPhone 12 Pro sai de fábrica com o iOS 14, sistema móvel mais recente da Apple, e é esperado que receba atualizações anuais por muitos anos, considerando que o iPhone 6S, de 2015, também roda o software mais novo.

O celular chega também com o A14 Bionic, processador que a Apple chama de "o mais rápido em um smartphone". De fato, lentidão e travamentos são raros em um iPhone novo, mas podem ocorrer quando a bateria chega perto do fim.

Outra estreia importante do iPhone 12 Pro é o suporte ao 5G. No Brasil, apenas o chamado 5G DSS está disponível, em poucas regiões, e não representa todas as mudanças que a nova rede de fato trará. Ainda assim, é bom saber que os smartphones estão preparados para as frequências que serão leiloadas pela Anatel.

Vale a pena comprar o iPhone 12 Pro?

O iPhone 12 Pro é um celular caro, para falar o óbvio. O modelo premium é voltado a consumidores que buscam recursos profissionais, mas tem os recursos básicos de qualquer iPhone e deverá ser excelente para qualquer um que esteja acostumado ao ecossistema da Apple. A questão é estar disposto a investir quase R$ 10.000 num produto que tem uma durabilidade finita.

Há celulares mais caros no Brasil, inclusive de outras marcas. O dobrável Galaxy Z Fold 2, da Samsung, tem preço sugerido de R$ 13.999, mesmo valor de um iPhone 12 Pro Max de 512 GB. Se vale gastar tanto em um celular, só o consumidor pode decidir. Na nossa análise foi possível concluir que ele tem o desempenho nas alturas (e o preço também).

Quem trabalha com fotografia e quer um celular que seja um aliado fiel em situações profissionais deve encontrar no iPhone 12 Pro uma boa opção. Alguns concorrentes também são boas alternativas neste ponto.

Em 2019, a Apple reduziu preços dos novos iPhones no Brasil para estimular as vendas. Em 2020, ano de crise econômica no país e com alta no dólar, a maçã se viu obrigada a retornar a um patamar mais alto. Os modelos 12 Pro são, portanto, bem pouco acessíveis.

O recém-lançado Galaxy S21 Plus ainda não tem preço divulgado oficialmente no Brasil, mas para efeitos de comparação, o valor dos dois é o mesmo nos Estados Unidos: US$ 999. No entanto, a Apple tem histórico de precificação mais alto que a Samsung no país. Um vazamento indica que o Galaxy S21 Plus deve custar a partir de R$ 6.999 no Brasil.

Outro concorrente do iPhone 12 Pro é o Galaxy Note Ultra, também da Samsung. Ele foi anunciado em 2020 por R$ 7.999. Modelos das chinesas Huawei e Xiaomi também tentam fazer frente, além do Pixel 5, do Google, que não está disponível no Brasil.

Para consumidores fiéis à marca que apenas desejam ter o "novo iPhone", mas não cogitam gastar tanto, há a opção de levar para casa um iPhone 12 ou um 12 Mini. Eles custam, respectivamente, R$ 6.999 e R$ 7.999. A Apple ainda oferece oficialmente os iPhone XR, 11 e SE (2020), sendo este último o mais "barato": R$ 3.699. O processador é o mesmo do iPhone 11 Pro.

Ficha técnica do iPhone 12 Pro

  • Tela: 6,1 polegadas
  • Resolução da tela: 2532 x 1170 pixels
  • Processador: A14 Bionic
  • Memória RAM: 6 GB
  • Armazenamento: 128 GB, 256 GB ou 512 GB
  • Cartão de memória: sem suporte
  • Câmera traseira: ultra wide de 12 MP, principal de 12 MP e teleobjetiva de 12 MP
  • Câmera frontal: 12 MP
  • Bateria: 2.815 mAh
  • Sistema: iOS 14
  • Dimensões: 146,7 x 71,5 x 7,4 mm
  • Peso: 187 g
  • Cores: prata, grafite, dourado e azul

Nota de transparência: Amazon e TechTudo mantêm uma parceria comercial. Ao clicar no link da loja, o TechTudo pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação. Os preços mencionados podem sofrer variação.



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