O serviço de internet por satélite Starlink, da SpaceX, chegou à marca dos 10 mil assinantes. O projeto tem a ambiciosa meta de popular a gravidade da Terra com milhares de pequenos satélites, formando uma verdadeira constelação. O anúncio foi feito por Elon Musk, diretor da empresa, e mostra que o público vem reagindo bem ao serviço, que ainda está na fase beta.
O projeto conta atualmente com pouco mais de mil foguetes em órbita e tem permissão para chegar a 12 mil. Com isso, a empresa ambiciona alcançar cerca de cinco milhões de clientes. Confira abaixo como funciona a Starlink.
O que é a Starlink?
O projeto Starlink foi idealizado em 2015 pelo empresário Elon Musk e é administrado pela empresa aeroespacial SpaceX. O objetivo é fornecer cobertura global de internet para todo o mundo, especialmente para as regiões que possuem fraca conectividade por banda larga.
Para isso, o programa pretende usar uma rede de milhares de satélites, formando uma constelação de pelo menos 12 mil unidades em órbita. O programa teve autorização da Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FCC) para começar a operar em 2018.
Os primeiros satélites foram colocados em órbita em 2019. Atualmente a são mais de mil satélites no espaço.
Como funciona o projeto
Atualmente, conexões que dependem de banda larga via satélite, como internet, televisão e GPS, contam com uma transmissão limitada de dados. Para tornar a velocidade da internet por satélite mais rápida, a Starlink transmite dados por meio de lasers, o que permite atingir velocidades semelhantes à banda larga de fibra óptica. Isso porque, com o laser, as informações viajam na velocidade da luz, que é a maior velocidade existente.
Para garantir que o sinal do laser seja de qualidade, cada satélite individual da Starlink trabalha com outros quatro ao redor, o que garante uma conexão mais confiável. Isso significa que é preciso uma extensa rede de satélites orbitando ao redor da Terra para que a cobertura do projeto seja realmente ampla.
Cada satélite tem ainda quatro antenas de alto desempenho, que agem de forma combinada para transmitir os sinais mais rapidamente.
O projeto pretende enviar até 12 mil satélites para a órbita da Terra nos próximos anos. Contudo, esse número pode ser expandido para até 42 mil satélites, o que garantiria uma cobertura ampla do território mundial, formando uma verdadeira constelação.
O peso de cada satélite é de 227 quilos e cada foguete tem um único painel solar acoplado para alimentar o aparelho. A intenção é agrupar os satélites em camadas divididas por altura. Os que já foram lançados orbitam a baixas altitudes, a 550 quilômetros da Terra. Após completar essa primeira camada, a SpaceX planeja trabalhar nas altitudes de 384 e 1.200 quilômetros de distância.
Os satélites usam motores iônicos com campos elétricos acelerados por moléculas de Criptônio. Eles também têm câmeras de navegação guiadas pelo posicionamento das estrelas e um sistema de detecção de colisão contra outros corpos celestes.
A baixa altitude de circulação dos satélites faz com que eles sejam puxados para a atmosfera e queimados quando não tiverem mais utilidade. Isso ajuda a diminuir a quantidade de lixo deixado no espaço.
Qual a velocidade da internet
Em condições ideais, que envolvem períodos de baixa demanda e muitos satélites orbitando próximos uns aos outros, a velocidade da internet pode chegar a 150 Mb/s (Megabits por segundo, o famoso mega) de download e a 40 Mb/s de upload, de acordo com a Starlink. Contudo, a velocidade esperada em condições normais é de 50 a 150 Mb/s.
Em relação à latência, que é o tempo de atraso que uma solicitação leva para ser transferida de um ponto ao outro,
A SpaceX solicitou autorização à FCC para usar a rede de banda larga dos satélites para oferecer serviços de telefonia, como ligações de voz e planos com menores custos para os clientes. Com isso, a empresa pretende se tornar uma operadora de telecomunicações, fornecendo serviços de banda larga e voz cada vez mais rápidos.
Onde o serviço está disponível e quanto custa
O primeiro lançamento totalmente operacional da Starlink foi feito em áreas de alta latitude no norte dos Estados Unidos e Canadá. Recentemente, o projeto foi aprovado também no Reino Unido e está em tramitação na Grécia, Alemanha e Austrália.
A empresa espera que, em 2021, haja uma expansão ainda maior da Starlink, conforme mais satélites são lançados e mais países aprovam a operação comercial.
Por enquanto, o projeto ainda está na fase beta, ou seja, em estágio de desenvolvimento. A assinatura do serviço custa US$ 99 (R$ 532 em conversão direta) nos Estados Unidos. Contudo, o assinante também precisa desembolsar US$ 499 (R$ 2.686) pelo kit de instalação, que inclui o roteador de banda larga (uma antena).
O problema é que essas mensalidades não cobrem os custos do serviço da SpaceX, já que a empresa precisa lidar com altos valores na construção de satélites, lançamento, desenvolvimento do sistema, entre outros. Estudiosos estimam que o projeto precisará de, pelo menos, 3 milhões de assinantes e um prazo de três anos para começar a se pagar.
Por ora, quase 700 mil pessoas já se inscreveram para ter acesso ao serviço nos Estados Unidos. Como ainda está em fase de desenvolvimento, a Starlink já angariou 10 mil assinantes do projeto.
A FCC forneceu uma licença para que a empresa instale um milhão de antenas em residências, mas a companhia liderada por Elon Musk solicitou uma alteração para que o total de antenas permitidas alcance 5 milhões de clientes no país.
Metas futuras da Starlink
A Starlink já conta com pouco mais de mil satélites em órbita. A meta é chegar a 4.425 foguetes ao redor da Terra até 2024. Há dois anos, a FCC deu autorização para a SpaceX lançar 11.943 satélites, mas a empresa agora briga para elevar esse número em, pelo menos, mais 30 mil unidades, totalizando 42 mil foguetes.
A companhia lança 60 satélites por vez a bordo do foguete Falcon 9, mas vem estudando formas de lançar mais unidades a cada missão.
A corrida por uma conexão global
Outro programa semelhante à Starlink é o Projeto Kuiper, que também visa oferecer um serviço de banda larga por satélite de alta velocidade. A missão é coordenada pela empresa de viagens espaciais Blue Origin, pertencente a Jeff Bezos.
O projeto já obteve autorização para operar mais de três mil satélites em órbita terrestre baixa e pretende lançar os foguetes até 2026. No momento, a ideia está em fase de testes dos protótipos de banda larga.
Em 2018, o Facebook desistiu do Projeto Aquila, um drone que buscava levar internet para regiões remotas do planeta. Da mesma forma, o Google engavetou a ideia do Project Loon, que também deveria levar conexão a locais remotos do planeta por meio de balões.
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