A Apple completa 45 anos nesta quinta-feira (1). Fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak em 1976, a gigante da tecnologia foi responsável por apresentar ao mundo produtos como o iMac G3, em 1998, referência entre computadores pessoais, e o iPhone, que "inaugurou" a era dos smartphones em 2007.
Mais recentemente, também se destaca no mercado com os AirPods, com design que é base para muitos fones Bluetooth totalmente sem fio, e o Apple Watch, que já ajudou até a salvar vidas em algumas ocasiões. Confira a seguir dez produtos da maçã que marcaram o mundo da tecnologia nos últimos 45 anos.
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Apple-1
Lançado em 1976, o Apple-1 (ou Apple I) foi o primeiro computador da Apple. Desenhado e concebido por Steve Wozniak, o sistema consistia basicamente em uma placa formada por mais de 60 chips. Além disso, a máquina era vendida ao comprador sem fonte de energia, teclado, monitor, botão liga/desliga ou mesmo gabinete: cabia ao usuário providenciar periféricos e por o computador para funcionar de fato.
Ao todo, foram produzidas 200 unidades do Apple-1, vendidas a US$ 666 na época – o equivalente a US$ 3.078 (R$ 17.750) nos dias de hoje, considerando a inflação acumulada no período. O Apple-1 é um elemento importante na história por ter sido o primeiro produto da marca, mas também pela facilidade de conexão com monitores e mesmo TVs convencionais, ao contrário de PCs da época. Outros sistemas vendidos em kits dependiam de modificações e adaptações por vezes inacessíveis para quem não levasse o hobby a sério.
Apple IIc
O Apple IIc é um computador portátil da Apple que surgiu em 1984 e é tido como o "vovô" dos MacBooks atuais, embora não possuísse uma tela integrada e tampouco uma bateria, algo que sublinha os desafios da computação portátil nos anos 1980. Mesmo com todas essas limitações, o PC tinha um apelo especial para consumidores em busca de uma ferramenta de trabalho, sendo mais um computador funcional, e não um kit para investir em um hobby.
A ideia para o computador portátil teria surgido em 1982, quando Steve Jobs teve contato com um computador do tipo da Toshiba. A Apple investiu pesado no desenvolvimento da plataforma, usando como base o hardware dos Apple IIe de mesa e acabou vendo suas projeções de preço estourar: o Apple IIc chegou por US$ 1.295 às lojas, ou US$ 3.278 (R$ 18.900) nos valores corrigidos.
iMac G3
Lançado em 1998, o iMac G3 é um dos computadores mais revolucionários da Apple. O sistema era um All-in-one com design moderno para época, proposta minimalista e acabamento com cores vivas. O modelo foi o primeiro lançamento da Apple após o retorno de Steve Jobs a Cupertino, e contribuiu para a criação da imagem de inovação e novidade em torno dos produtos da maçã.
O iMac G3 foi importante na popularização de um certo padrão USB de interfaces, assim como teve papel marcante no fim do disquete, tendências que fazem parte da Apple atual, que não demora a deixar de lado tecnologias mais antigas em favor de novas. O iMac G3 estreou no mercado por US$ 1.200, algo na casa de US$ 1.936 (R$ 11.160), considerada a inflação.
iPhone
Talvez o mais significativo dos produtos inovadores da Apple, o iPhone era mais que o iPod com funcionalidade de telefone celular: o smartphone inovava com uma "ampla" tela de 3,5 polegadas com suporte a comandos sensíveis ao toque. O acessório explorava a capacidade de reproduzir conteúdos multimídia, tinha sistema operacional completamente concebido para a tela touch e, comparado aos smartphones da época, cheios
O sucesso repentino foi bem além do público corporativo, tipicamente associado a smartphones na época, mostrando que a aposta em torno do desenvolvimento do primeiro celular da marca era certeira. O iPhone inspiraria inciativas semelhantes de outras marcas, levando a medidas como a adoção do Android como sistema operacional livre em celulares rivais, além do próprio conceito de app e loja de aplicativos, também presente nos iPods Touch.
Apple Watch
Muito mais recente na nossa retrospectiva, o Apple Watch é um produto que teve um início menos contundente. Mesmo assim, o relógio smart da Apple cativou um mercado importante e as sucessivas gerações do acessório acabaram expandindo suas funcionalidades, corrigindo problemas e refinando o design. Hoje, o relógio salva vidas e virou até instrumento no combate à pandemia do novo coronavírus.
O Apple Watch é independente do iPhone e sua vocação a saúde e bem-estar vem sendo reforçada a cada lançamento. De forma parecida com o iPhone, a aposta da Apple incentivou produtos de outras marcas e o nascimento de novas plataformas, com o surgimento recente de todo um novo mercado voltado para apps e experiências centradas em relógios smart.
AirPods
Também recente na trajetória da Apple, os AirPods nasceram como solução para o fim da saída de fones de ouvido nos celulares da maçã. Os earbuds totalmente sem fio chegaram prometendo maior liberdade de uso, embora limitações como latência, qualidade de som inferior e a questões referentes à autonomia de bateria tenham sido levantadas à época.
De qualquer forma, a novidade pegou e a Apple se viu surpreendida com o grande sucesso dos AirPods. A aceitação do fone sem fio no mercado incentivou o lançamento dos AirPods Pro com melhorias no som e cancelamento ativo de ruído, além do surgimento de incontáveis cópias e até produtos rivais com pegada bastante parecida, como o Freebuds 3, da Huawei. Atualmente, há diversos fones Bluetooth premium totalmente sem fio no mercado, como os Galaxy Buds Pro da Samsung, Sony WF-1000XM3 e o Sennheiser Momentum True Wireless 2.
Siri
A Siri não foi a primeira assistente virtual do mundo e, em uma análise fria, sequer é a mais relevante em uso atualmente, já que perdeu algum espaço para a Alexa, e o grande nível de integração da plataforma da Amazon. Apesar disso, a importância da Siri é parecida com a do iPhone: a assistente da Apple foi a primeira com o formato atual a se destacar, chegando no iPhone em 2011. A partir disso, um novo mercado foi impulsionado e fabricantes rivais investiram no desenvolvimento de tecnologias parecidas.
Fruto de um longo processo de desenvolvimento que teve origens na década de 1980, a assistente foi um dos últimos grandes projetos de Steve Jobs. Quando surgiu, em 2011, a tecnologia impressionava pela capacidade contextual de entender o que o usuário falava: você já podia usar a Siri para marcar um compromisso na agenda, perguntar sobre filmes em cartaz ou até pedir para contar uma piada.
Apple TV
Em 2007, a Apple lançou a Apple TV: um media center capaz de oferecer acesso a conteúdos em vídeo adquiridos ou alugados pela loja virtual iTunes, além de permitir abrir o YouTube na tela grande. O conceito hoje parece trivial, mas é importante lembrar que a Apple TV surgiu em uma época que antecede as smart TVs e os próprios serviços de streaming.
A primeira geração do media center não era compatível com Netflix, por exemplo, que estava dando os primeiros passos enquanto plataforma de streaming. O Chromecast, um dos principais rivais no segmento, também só chegou às lojas anos depois, em 2013.
As sucessivas gerações do aparelho evoluíram para entregar vídeo em maior resolução e oferecer compatibilidade com mais plataformas, oferecendo o mesmo conceito de loja de apps e serviços por assinatura que se popularizariam nos smartphones. Hoje, a Apple TV oferece suporte a vídeos em 4K com HDR e já ganhou inclusive a companhia do Apple TV+, streaming próprio da Apple com filmes, séries e produções exclusivas.
MacBooks com M1
Rumores de que, eventualmente, a Apple usaria seus próprios processadores nos Macs são antigos e remontam ao início da década passada. Em 2020, o antigo boato se confirmou e a Apple lançou Mac Mini, MacBook Air e MacBook Pro de 13 polegadas equipados com o chip M1, desenvolvido pela marca, seguindo o que já acontecia há anos em iPhones e iPads.
A aposta da Apple é significativa porque pode incentivar uma presença muito maior da arquitetura e conjunto de instruções ARM – a base dos chips da Apple – em PCs, colocando o domínio de Intel e AMD em risco.
Processadores ARM tendem a ser mais econômicos e eficientes, algo que pode levar a novas gerações de notebooks ainda mais finos e portáteis com baterias para durar dias, ao invés de horas. O modelo Air, por exemplo, chegou sem ventoinhas no sistema de refrigeração, prometendo ainda não esquentar tanto quanto computadores mais tradicionais – e, ainda assim, entregar alto desempenho.
AirPlay
Antes do protocolo Miracast se popularizar e do surgimento de produtos como o Chromecast, o AirPlay já oferecia a capacidade de distribuir sinal de vídeo sem fio a partir do iOS 4, em 2010. Essa primeira geração do AirPlay substituía o AirTunes anterior, uma espécie de Bluetooth exclusivo para dispositivos da Apple.
O AirPlay ganharia uma nova versão em 2018, chamada de AirPlay 2, e que pela primeira vez poderia ser adotada por produtos de marcas diferentes. A principal aplicação da tecnologia tem sido permitir que usuários de iPhone e iPad possam espelhar a tela dos gadgets em smart TVs de marcas como Samsung e LG. O novo AirPlay também melhorou em termos de velocidade e estabilidade de sinal na comparação com a geração anterior.
Com informações: Mac History, Time, AppleInsider (1 e 2), TechRepublic, CNBC, CNet, MacStories e Cambridge Audio
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