A 99 anunciou, nesta terça-feira (4), o lançamento de dois novos algoritmos que buscarão aumentar a segurança de passageiras mulheres em corridas no app. Segundo a empresa, as tecnologias serão capazes de identificar quando uma usuária solicitar uma corrida em um lugar ou situação de vulnerabilidade, escolher uma motorista mulher para atendê-la e reconhecer denúncias de assédio após a viagem para oferecer um melhor suporte.
Os dois algoritmos são chamados de Pítia e Atena e trabalham para mapear corridas solicitadas por mulheres em situações consideradas de maior vulnerabilidade, como em viagens à noite, trajetos mais lindos, chamadas feitas por terceiros ou que se iniciam em regiões com bares e casas noturnas. Segundo a 99, todo o processo é feito em milésimos de segundo.
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Os motoristas do aplicativo também são analisados pela tecnologia antes de serem enviados para as corridas. Quando uma mulher solicita uma viagem nas condições de vulnerabilidade citadas acima, o app examina os motoristas das redondezas e pontua esses profissionais com base no gênero, na nota na plataforma e na quantidade de reclamações recebidas. Um dos algoritmos envia para essas passageiras somente motoristas mulheres ou condutores com melhor qualidade de atendimento.
Enquanto isso, o outro algoritmo envia vídeos e textos de conscientização para o motorista escolhido, antes do embarque das passageiras. Nesses materiais são exibidas orientações sobre a importância de manter o profissionalismo e o respeito com as usuárias.
A 99 diz que realizou testes com esses dois algoritmos durante quatro meses, antes do lançamento oficial. Os resultados mostraram que Pítia diminuiu em 45% o número de ocorrências sexuais contra passageiras, enquanto Atena reduziu os casos em 17% em apenas uma semana.
Um terceiro algoritmo lançado anteriormente pela plataforma é destinado a manter a segurança das mulheres depois das corridas. Chamada de Ártemis, a tecnologia funciona como um rastreador, identificando automaticamente denúncias de assédio feitas após as corridas nos comentários do app, banindo agressores e orientando as vítimas a procurarem atendimento humano.
Os relatos de assédio podem ser informados ao final da corrida, quando passageiros e motoristas podem avaliar um ao outro, com estrelas e textos. Neste momento, o algoritmo consegue identificar uma série de palavras que podem estar relacionadas a assédio, inclusive frases e contextos específicos — atualmente, a tecnologia é capaz de entender mais de mil termos. Depois da identificação, uma equipe do app faz uma rechecagem para avaliar a denúncia.
A 99 diz que a atuação da Ártemis resulta em uma média de 730 pessoas banidas por semana, entre motoristas e passageiros, identificadas por cometerem algum tipo de assédio. Para a diretora de comunicação da 99 Pamela Vaiano, a tecnologia é capaz de identificar situações a maior
“Usar inteligência artificial é o mesmo que ter especialistas em segurança feminina monitorando, 24 horas, cada uma das corridas do app. Tudo isso em menos de um segundo”, afirmou.
A rival Uber tem a opção de motoristas mulheres receberem pedidos apenas de passageiras desde novembro.
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