League of Legends teve sua etapa final do Desafio Internacional realizada neste sábado, 5 de setembro, no Chile, na Movistar Arena. O embate entre os brasileiros da Pain Gaming e os chilenos da Kaos Latin Gamers (KLG) valia uma vaga para o Mundial, que será realizado na Europa.

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A equipe do Brasil saiu vitoriosa, mesmo sobre fortes vaias que recebeu ao entrar na arena, reforçando a superioridade vista nas partidas anteriores, em São Paulo.

Equipe Pain vence time chilen e vai para a final do mundial de League of Legends (Foto: Felipe Vinha / TechTudo)

Embate com clima épico

De casa cheia, a arena recebeu 10 mil pessoas, com 300 brasileiros entre o público, em sua maioria vindos de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, incluindo os amigos Victor Hugo, 24 anos, e Ian Cabral, 21 anos. Os dois vieram da capital carioca para ver a Pain de perto. Ambos estiveram em jogos de LoL no RJ e São Paulo e não ficaram decepcionados com o que viram em Santiago. “Viajamos 14 horas até aqui, não me decepcionei. A Pain ficou bem melhor, apresentou um jogo melhor”, comemorou Victor, depois do resultado.

Após a apresentação inicial produzida pela Riot Games com clima cinematográfico, mostrando os membros da cada equipe e o clima de competição entre eles como se fosse uma guerra de super-heróis, o público recepcionou cada um dos jogadores no local, mas com gritos exaltados em prol do time chileno.

Gabriel “Kami”, que joga na posição do meio pela Pain, comentou no vídeo que tinha certo receio de jogar no Chile, pois toda a torcida estaria a favor dos adversários. Contudo, apesar de acreditar que o público é o “sexto jogador” de cada time, ele garantiu que não seria um fator decisivo para a vitória.

Kaos Latin Gamers enfrentou a Pain no Chile em League of Legends (Foto: Felipe Vinha/TechTudo)

Melhor de cinco

Os embates ocorreram no esquema “melhor de cinco”. O primeiro time com três vitórias levaria a classificação do Mundial. As partidas começaram com grande emoção do público, que torcia pela KLG a todo o momento. Porém, a Pain Gaming conseguiu os primeiros resultados significativos – eliminou o primeiro Dragão, que é um dos objetivos centrais das partidas e que concede benefício à equipe, e também obteve a primeira eliminação de jogador adversário, ou melhor, o “First Blood”.

Além de conseguir os primeiros objetivos e vantagens, a Pain também dominou a partida por um bom tempo, com placar de eliminações superior ao da KLG. O ouro obtido ao eliminar personagens e minions também foi superior para os brasileiros, o que possibilitou uma melhoria mais rápida das habilidades e itens de cada um dos campeões, nome dado aos personagens em League of Legends.

A Pain Gaming seguiu muito bem por quase toda a primeira partida, com exceção de poucos momentos. Os brasileiros chegaram a abrir uma diferença de 15 abates no placar geral, e 20 mil em ouro, número considerados altíssimos em termos de uma partida profissional de LoL. Após a invasão derradeira na base inimiga, a KLG foi abatida e a primeira vitória

... ficou com a Pain, com apenas 32 minutos de jogo.
Desafio de League of Legends no Chile (Foto: Felipe Vinha / TechTudo)

O domínio Pain

O segundo embate começou com uma aparente empolgação na KLG, que pareceu voltar do intervalo com um belo incentivo da torcida e com a consciência que teria que virar o jogo, se quisessem ir para o Mundial. A Pain Gaming quase perdeu torres, defesas do caminho para suas bases, logo no início da partida, mas a situação foi controlada, ainda que não sem danos.

A superioridade da Pain continuou, apesar da KLG ter feito um pouco mais de pressão no segundo round. As torres da equipe brasileira foram destruídas com mais facilidade e o “First Blood” ficou por conta dos chilenos. Mas a vantagem de abates e ouro seguia em ascensão para Kami, BrTT, Mylon, Dioud e SirT.

Após muitos embates em equipe, com todos os jogadores engajados, a Pain voltou a dominar a partida, realizando objetivos e sempre mantendo o placar de abates em número bem superior ao dos adversários. O final do segundo round foi quase óbvio, já que os brasileiros não deixaram nenhuma brecha em suas defesas e apresentaram jogadas quase perfeitas constantemente.

Kaos Latin Gamers enfrentou a Pain no Chile em League of Legends (Foto: Felipe Vinha/TechTudo)

Depois deste combate, a equipe chilena estava visivelmente abalada. Julio “Juliostito” ficou por um tempo em seu computador chorando e precisou ser consolado pelo técnico, o brasileiro Alexandre "DrPuppet" Weber. A torcida também se compadeceu com a cena e tentou ajudar o jogador com seus gritos de guerra, recuperando sua moral para o próximo embate.

“Stomp”

É comum usar o termo “stomp” quando uma vitória muito fácil é obtida em League of Legends. O termo, que em português pode ser traduzido como “pisada”, é comumente falado no jargão de fãs, narradores e até jogadores profissionais. O que ocorreu na Movistar Arena pode ser tecnicamente classificado com o termo.

A terceira partida começou com uma KLG ainda abalada por ter sofrido duas derrotas em casa, na frente de sua grande torcida. O embate realmente ficou bem equilibrado por um bom tempo, e o público também parecia ter acordado para o fato de que é preciso incentivar mais a equipe favorita – até então, muitos estavam calados e só comemoravam lances em favor dos chilenos. Isso ajudou um pouco, mas não o bastante.

Desafio de League of Legends no Chile (Foto: Felipe Vinha / TechTudo)

Mais lutas em equipe vieram pelo mapa e a Pain dominou a maioria. Mylon e BrTT, em especial, se destacavam nesses embates, que envolviam o engajamento de todos. Os dois, porém, estavam com dano bem elevado e tiravam boa parte da vida dos personagens oponentes, e com uma rapidez que garantiu a superioridade do placar.

O Desafio Internacional logo terminou com vitória da Pain Gaming, com pouco mais de 30 minutos de partida. Os brasileiros não levaram premiação em dinheiro desta vez, mas ganharam a vaga para o Mundial de League of Legends, este sim valendo prêmio de US$ 1 milhão.

* O repórter viajou para Santiago a convite da Riot Game

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