O Galaxy S8 é o mais poderoso celular Android à venda no Brasil. Lançamento da Samsung em abril deste ano, o smartphone traz o que há de mais interessante quando o assunto é dispositivo móvel: a ficha técnica inclui processador com oito núcleos, memória RAM de 4 GB e um conjunto de câmeras que faz inveja a outras fabricantes tradicionais, mas que ainda não acertaram a mão quando o assunto é fotografia digital.
Adicione ainda os ingredientes da biometria por íris, a tela superwide e as bordas curvas, e você tem a receita para um telefone que se tornou sonho de consumo de parte dos consumidores – até porque os sul-coreanos não poupam recursos ao divulgar o produto na TV, na internet, nos shoppings e em praticamente qualquer lugar.
Galaxy S8: a gente te explica cada detalhe da ficha técnica (e os preços)
A alta tecnologia e a máquina de marketing fazem do Galaxy S8 um smartphone caro. Ele tem preço sugerido de R$ 3.999 na edição convencional (tela de 5,8 polegadas) e de R$ 4.399 pelo Galaxy S8 Plus (display de 6,2 polegadas). Do ponto de vista técnico, você verá na análise a seguir que o celular certamente vale a pena. Convém ressaltar, porém, que o valor pedido nele não cabe em qualquer bolso.
A tela
Quando os executivos da Samsung revelaram que a tela teria 5,8 polegadas, durante um evento em Nova York, parcela da imprensa especializada ficou ressabiada. Seria o smartphone grande demais? A verdade é que, ao citar essa especificação, podemos ter a impressão de que o S8 é enorme, mas na prática ele cabe perfeitamente na mão.
A resolução Quad HD (2960 x 1440 pixels) garante que filmes e séries em alta definição sejam exibidos sem perda de pixels. Já o painel Super AMOLED de excelente qualidade auxilia na reprodução de cores intensas e de níveis de preto profundos.
A tela é mais alta do que o visto em outros smartphones, uma tecnologia que a LG adotou primeiro no LG G6, e que na sequência apareceu no smartphone mais avançado da Samsung. Reza a lenda que até mesmo o iPhone 8, cujo anúncio é esperado para setembro, também tenha um display com a proporção de 18:9.
A indústria chama o atributo de “tela infinita”, apesar de ser óbvio que o componente possui suas limitações. Vamos ver quanto tempo leva até um consumidor questionar essa forma de propaganda na Justiça.
Os engenheiros sul-coreanos reduziram as bordas do produto e aumentaram a tela. O aproveitamento do display em relação à parte frontal do telefone ficou maior, por assim dizer – e o mesmo vale para o Galaxy S8 Plus, que conta com basicamente a mesma ficha técnica.
O S8 chama mais a atenção por causa dessa das bordas curvadas, uma característica antiga dos produtos com sufixo "Edge". Agora este é o padrão entre os supercelulares da Samsung. Ao comprar qualquer S8, o consumidor terá essa tecnologia. A má notícia? Pode ser que você leve um tempo para se acostumar com a digitação quando é preciso pressionar as teclas nas extremidades.
A Samsung diz no material de divulgação que "a cena toda cabe na tela". Não é verdade. Por ter uma proporção diferente daquela usada no cinema e na TV, você tem que escolher entre assistir ao conteúdo com tarjas pretas na direita e esquerda; ou ver os vídeos em modo zoom, que corta corta uma porção da tela em cima e embaixo.
Este último recurso é desaconselhado pela própria empresa. Em conversa com o T
Câmera
Outro atributo super-importante é a câmera. Pouca coisa mudou em relação ao Galaxy S7, do ano passado: continuam os mesmos 12 megapixels. As fotos são espetaculares quando há muita iluminação, com cores vivas e boa definição. Não há do que reclamar, inclusive sobre o foco automático, que permanece rápido, para capturar momentos únicos e que não vão se repetir.
Eu fiquei particularmente impressionado com as fotos em ambientes com pouca iluminação. Nos testes feitos durante um show, o resultado é que o cantor ficou completamente nítido, mesmo com um canhão de luz apontado para o seu rosto. Nada de efeito Gasparzinho (em que as pessoas ficam completamente brancas) em especial devido à abertura maior do sensor de imagem, capaz de captar mais luz.
A câmera frontal pulou de 5 megapixels (no Galaxy S7) para 8 megapixels. Ela é competente e registra muito da cena, visto que é uma grande-angular. Por outro lado, a definição deixa a desejar, com o efeito de imagem lavada e cores menos vibrantes. Podemos dizer que a frontal do S8 está acima da média, mas não é incrível.
Desempenho
O desempenho é espetacular. A Samsung colocou um processador octa-core e memória RAM de 4 GB. Os aplicativos abrem com a rapidez esperada de um telefone superpremium e não ocorreram travamentos durante o teste.
Aqui é necessário fazer duas ressalvas. A primeira delas: a unidade de review que a Samsung emprestou ao site inicialmente estava repleta de bugs, com aplicativos que travavam e ações que demoravam para acontecer. Foi preciso zerar o telefone para ter a performance relatada nas linhas acima.
A segunda ressalva é que o Android 7 com visual TouchWiz recebeu melhorias – está mais bonito e leve. Ainda assim, é notório como perde em fluidez para o iOS, do rival iPhone 7. No ambiente da Apple as ações parecem menos truncadas e os menus abrem mais rapidamente. Pode ser que antigos donos de iPhone percebam essa diferença ao migrar para o Galaxy S. Já os adeptos do Android, que estão acostumados com o sistema, devem ficar mais do que satisfeitos.
A comparação é importante porque a jornada do consumidor inclui a velha dúvida: iPhone 7 ou Galaxy S8? Ambos os telefones são excelentes opções. É como se comparássemos dois carros poderosos de Fórmula 1 – os dois são bastante rápidos e não vão decepcionar quem está em busca de velocidade. No entanto, um deles ainda vai cruzar a linha de chegada primeiro, ainda que por uma margem de milésimos de segundo.
Nos nossos testes prolongados, o S8 também esquentou além do recomendável em alguns momentos. Não chega a pegar fogo nem explodir, como o Note 7, mas essa é uma situação digna de nota.
A telona facilita a tão almejada multitarefa. Com a TouchWiz, o usuário pode colocar um vídeo do YouTube numa metade do display, enquanto na outra está com algum aplicativo de redes sociais. No exemplo, usamos o Twitter. Será interessante quando a mesma funcionalidade chegar a mais celulares, ainda que para isso seja necessário um processador veloz.
A assistente pessoal Bixby era a grande promessa dos sul-coreanos. Ela funcionaria como uma espécie de Google Now, que coleta as informações do seu cotidiano, misturado com Cortana, com interação por comandos de voz. No entanto, o uso do botão dedicado à Bixby foi bastante limitado porque os dados que o software apresenta na tela inicial são básicos demais. A função de voz ainda é uma promessa, ao menos para o português do Brasil.
A Bixby tem ainda reconhecimento inteligente (e automático) do que está na imagem. Ao apontar a câmera para um produto, por exemplo, é possível pesquisar por similares na internet. A função é bacana, mas longe de ser um recurso matador. Serve para impressionar os amigos, mas não passa disso.
A bateria do Galaxy S8 permaneceu ativa por quase 14 horas. O smartphone foi desconectado da tomada às nove da manhã e parou de funcionar às 11 da noite. Foram precisamente 13 horas e 49 minutos de uso, com direito à reprodução de séries e músicas por streaming, com uso de Wi-Fi e 4G.
Claro que o uso do telefone muda de pessoa para pessoa. Ainda assim, aqui temos um bom parâmetro: é possível sair de casa rumo ao trabalho e depois retornar para a residência com o Galaxy S8 funcionando. A Samsung não fez progresso em relação ao visto no Galaxy S7, no entanto, o que é uma pena.
Se você precisa de mais energia, sempre existe a opção de ativar o modo econômico, que reduz algumas funções pra fazer a bateria durar mais. A recarga rápida também é uma boa pedida, pois recupera 30% da bateria com um pouco mais que 20 minutos na tomada.
A segurança tem um papel importante nesse modelo, com direito a um leitor de impressões digitais bastante preciso. Não houve dificuldades em desbloquear o Android usando somente os dedos,
Por outro lado, foi uma besteira da Samsung colocar o leitor biométrico ao lado da lente principal. Quem comprar o telefone premium tem de se acostumar a limpá-la antes de bater fotos, para evitar fotos com manchas.
O reconhecimento de rosto é igualmente rápido: você só precisa trazer o telefone para perto da face, e o sistema automaticamente reconhece quem você é e desbloqueia a tela, sem pedir senha nem nada.
Ainda tem o sensor de íris, uma novidade que apareceu primeiro no finado Galaxy Note 7. Ele funciona bem e ainda traz a vantagem de funcionar no escuro, visto que funciona por infravermelho. No entanto, seu uso não é aconselhado para quem usa óculos – caso deste que vos escreve.
O resumo da ópera é o seguinte: a linha Samsung Galaxy S se tornou uma grife. Nesse modelo aqui está o suprassumo da tecnologia para dispositivos móveis. A lista é longa: tela sensacional; ergonomia agradável; câmera fora de série; desempenho fantástico para um Android; bateria que aguenta um dia de trabalho; pode entrar dentro d'água, devido à certificação IP68; e ainda tem até a saída de áudio no tradicional formato de 3,5 mm.
O conjunto completo esbarra no preço, que começou perto dos R$ 4 mil. Como acontece com qualquer celular no Brasil (a única exceção é o iPhone), ele caiu desde o lançamento e está na casa dos R$ 3,3 mil para o Galaxy S8 tradicional (tela de 5,8 polegadas) e na faixa de R$ 3,6 mil para o Galaxy S8 Plus (display de 6,2 polegadas).
A tendência é que o número na etiqueta caia ainda mais nos próximos meses, visto que nos aproximamos da chegada do próximo iPhone e também do período de compras do Natal. Para movimentar o burburinho em torno do produto, a fabricante anunciou ontem (15) uma nova combinação de cor: dourado na traseira e preto na fronte.
Vale lembrar que a Samsung anunciou recentemente uma edição turbinada do Galaxy S8 Plus, com memória RAM de 6 GB e armazenamento de 128 GB. Os interessados na linha S podem esperar desempenho ainda mais veloz no novo produto, em especial para atividades complexas que envolvam múltiplas tarefas. A ficha técnica parruda custa mais: R$ 4.799.
Ficha técnica do Galaxy S8
– Preço de lançamento: R$ 3.999
– Dimensão de tela: 5,8 polegadas
– Resolução de tela: 2960 x 1440 pixels (Quad HD+)
– Densidade de tela: 570 ppi
– Painel da tela: Super AMOLED
– Câmera principal: 12 megapixels, abertura de f/1.7, foco de detecção de fases, estabilização OIS, flash LED e vídeos em 4K
– Câmera frontal: 8 megapixels, abertura de f/1.7, foco automático
– Processador: Exynos 8895 octa-core (4 núcleos a 2,3 GHz e 4 núcleos a 1,7 GHz)
– Memória RAM: 4 GB
– Armazenamento: 64 GB (52,3 GB disponíveis)
– Suporte a cartão de memória: microSD até 256 GB
– Sistema nativo: Android 7.0 Nougat
– Capacidade dual-chip: Sim
– Redes: 2G GSM, 3G WCDMA, 3G TD-SCDMA, 4G LTE FDD, 4G LTE TDD
– Conectividade: Wi-Fi, Bluetooth 5, Wi-Fi a/b/g/n/ac, NFC, Wi-Fi Direct, USB-C 3.1
– Sensores: sensor de digitais, scanner de íris, acelerômetro, barômetro, giroscópio, sensor geo magnético, sensor de Efeito Hall, sensor HR, sensor de Proximidade e sensor de Luz RGB
– Dimensões: 148,9 x 68,1 x 8 mm
– Peso: 155 g
– Bateria: 3.000 mAh
– Cores: preto, prata, ametista e dourado
Ficha técnica do Galaxy S8 Plus
– Preço de lançamento: R$ 4.399 a R$ 4.799
– Dimensão de tela: 6,2 polegadas
– Resolução de tela: 2960 x 1440 pixels (Quad HD+)
– Densidade de tela: 529 ppi
– Painel da tela: Super AMOLED
– Câmera principal: 12 megapixels, abertura de f/1.7, foco de detecção de fases, estabilização OIS, flash LED e vídeos em 4K
– Câmera frontal: 8 megapixels, abertura de f/1.7, foco automático
– Processador: Exynos 8895 octa-core (4 núcleos a 2,3 GHz e 4 núcleos a 1,7 GHz)
– Memória RAM: 4 GB ou 6 GB
– Armazenamento: 64 GB ou 128 GB
– Suporte a cartão de memória: microSD até 256 GB
– Sistema nativo: Android 7.0 Nougat
– Capacidade dual-chip: Sim
– Redes: 2G GSM, 3G WCDMA, 3G TD-SCDMA, 4G LTE FDD, 4G LTE TDD
– Conectividade: Wi-Fi, Bluetooth 5, Wi-Fi a/b/g/n/ac, NFC, Wi-Fi Direct, USB-C 3.1
– Sensores: sensor de digitais, scanner de íris, acelerômetro, barômetro, giroscópio, sensor geo magnético, sensor de Efeito Hall, sensor HR, sensor de Proximidade e sensor de Luz RGB
– Dimensões: 159,5 x 73,4 x 8,1 mm
– Peso: 173 g
Bateria: 3.500 mAh
– Cores: preto, prata, ametista e dourado
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