Destiny saiu com uma série de dúvidas sobre sua possível qualidade ou mudanças que ele traria ao gênero de tiro em primeira pessoa. Mas o sucesso foi tanto que, anos depois, estamos recebendo sua sequência, Destiny 2, para PS4, Xbox One e futuramente PC, expandindo o universo criado pela Bungie e Activision. O jogo continua a história do primeiro e expande as novidades para sua jogabilidade, tornando-se muito mais que um “shooter”. Entenda melhor do que falamos, em nosso review completo:

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Um novo cenário, uma nova ameaça

Destiny 2 continua de um ponto onde a história do primeiro “largou” os personagens, pouco depois das últimas expansões. Os Guardiões de todas as classes e seus líderes vigiam o Viajante e a Torre, onde os humanos e raças aliadas fizeram seu “ninho” e base da aliança. Tudo muda, porém, quando uma nova ameaça surge no horizonte: a Legião Vermelha. Em um ataque surpresa, é causado o grande expurgo, que não apenas retira os poderes dos personagens, mas também danifica o gigante ser que paira em suas cabeças.

Destiny 2 (Foto: Divulgação)

Se a Bungie pretendia surpreender com esse tipo de narrativa ainda mais cinematográfica, conseguiu. Destiny 2 começa com um “chute na porta”, para te dizer que daqui em diante não vai ser fácil – o que não é exatamente verdade, e você vai entender os motivos para isso, mais adiante. Porém, é de bater palmas o esforço feito pela produtora para lidar com o fato de ter de superar o primeiro jogo nos termos de história, e de certa forma conseguir.

Destiny 2 não apenas conta como seu Guardião, importado do primeiro jogo se você for um veterano, perdeu seus poderes e equipamentos. Ele justifica de uma forma que, ao mesmo tempo, introduz a ameaça gigantesca desta edição, que parece muito maior do que já foi visto em todos os capítulos do game original, mesmo contando suas expansões e capítulos extras.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Isso também se traduz em uma melhor exploração nos personagens de apoio do elenco, que deixam de ser simples NPCs que dão missões e passam a integrar a narrativa de forma mais natural. É claro que isso já era notável no primeiro game, mas aqui ficou melhor, diferente e ainda assim nem um pouco estranho. É a Bungie mostrando tudo que aprendeu ao longo da história de Halo, um de seus maiores sucessos, elogiado também pelo enredo.

Destiny 1.5

Temos uma boa e uma má notícia: até certo ponto da campanha, este segundo jogo se parece muitíssimo com o primeiro. Chegamos a chamá-lo de “Destiny 1.5” em alguns momentos, de tantas eram as similaridades e poucas mudanças. A boa notícia é que, pouco mais de duas horas seguintes, encaramos algumas mudanças muito bem vindas – ainda que a sensação de não estar jogando algo totalmente novo persista.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Destiny 2 tem novidades. Algumas relevantes, outras que mais parecem perfumarias, como todo jogo que dá sequência a um primeiro grande sucesso. Há também correções de erros e críticas que estavam na aventura original, o que é bom, mas outros continuam presentes, o que nos deixou um pouco confusos.

Mas vamos por partes: Destiny 2 brilha quando te apresenta ao novo sistema de missões, dando liberdade para que o jogador “monte” o caminho da forma que quiser, mais ou menos, aceitando missões dinâmicas repassadas pelos NPCs, ao longo de alguns dos enormes cenários presentes nos planetas – principalmente na Terra. Há um sistema que, de longe, lembra o famigerado “open world”, ou mundo aberto, mas que no fundo não é exatamente isso.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Há os chamados “hubs”, onde seu Guardião pode explorar e simplesmente matar inimigos para angariar experiência, sem se preocupar com uma missão que não está ativa, ou simplesmente investigar o que foi pedido e lidar com os requisitos para cumprir a tarefa. Na verdade ele continua lembrando o esquema de MMORPGs, com muitas “quests” para se fazer sem perder o foco da campanha principal, como as missões de patrulha.

Classes repaginadas

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As classes de Destiny, Titã, Caçador e Arcano, continuam presentes, mas todas foram repaginadas. Além de novas habilidades, há também novas formas de evolução. Para quem gostava dos golpes especiais antigos, más notícias: eles foram substituídos. O lado bom, porém, é que vieram os upgrades extremamente melhores, inclusive visualmente.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Jogamos principalmente de Caçador, classe principal que usamos no primeiro Destiny, mas também usamos bastante das outras. Todas parecem continuar bem equilibradas, com direito a equipamentos melhorados por meio da luz presente, ainda que cada golpe faça sua própria diferença.

Multiplayer intacto

Ainda que não tenha “Raids” no lançamento, o que é um ponto fraco (também não há clãs), Destiny 2 continua oferecendo grande interação multiplayer. Há, claro, o modo competitivo, para quem quer manter viva a raíz de jogo de tiro do game, ainda que as descrições dos novos objetivos nesta porção do online sejam um pouco confusas de entender enquanto a partida está acontecendo.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Já as missões para serem feitas em grupo, sempre com opção aberta de cooperativo para amigos ou desconhecidos, continuam como a experiência central da série Destiny. Jogar as fases sozinho pode ser divertido, mas reunir sua equipe de ataque com quem sempre joga com você é outro nível de diversão. É claro que isso também facilita o desafio, mas o game continua equilibrado da forma exata.

Inovador? Nem tanto

Como citamos, Destiny 2 parece, em uma boa parte, como se fosse um Destiny 1.5. Os controles principais continuam os mesmos – os botões para ativar cada ação não mudaram em nada –, o que poderia ser encarado como um ponto negativo. Mas dá para entender o que foi feito pela Bungie: manter a familiaridade para não gerar reclamações e deixar espaço para inovar em outras áreas, ainda que nem tanto assim.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Neste sentido, Destiny 2 continua o que o primeiro game foi: um jogo de tiro de qualidade e com uma temática de ficção científica bem trabalhada. Gostar do gênero não é um pré-requisito para aproveitar, mas quem for jogar deve saber o que esperar. Não é ao acaso que a produtora demorou alguns bons anos antes de anunciar sua sequência, em vez de torná-la anual, como outras sagas deste tipo em primeira pessoa.

Os gráficos, porém

Se a jogabilidade central do jogo mudou pouco, nos gráficos Destiny 2 não mudou praticamente nada. O game tem boas escolhas de design de fases, personagens e monstros, muito por conta da herança de Halo, da Bungie, mas não há surpresas. Quem curtiu a qualidade de Destiny vista no PS4 ou Xbox One vai continuar na mesma. A experiência de PC, contudo, como vista no beta fechado, parece estar superior – inclusive rodando a 60 quadros por segundo.

Destiny 2 (Foto: Reprodução / Felipe Vinha)

Já a trilha sonora faz seu trabalho de dar o tom certo aos personagens, cenários e ameaças. Um bom jogo não se faz sem uma grande trilha. Todas as músicas são orquestradas em tons distintos e com batidas que acompanham o clima das cenas – seja de conquista, derrota, tristeza ou alegria. O mesmo pode ser falado da dublagem brasileira, de alta qualidade e basicamente com vozes familiares da primeira edição.

Conclusão

Destiny 2 se parece com o primeiro e os fãs não devem enxergar problemas nisso. O jogo mudou bastante em detalhes e corrigiu muitos erros da aventura original, mas manteve sua estrutura quase a mesma, o que é um bom ponto, já que anteriormente era um excelente game. Apesar da pouca evolução da jogabilidade principal e dos gráficos sem surpresas, o título da Bungie e Activision mostra os motivos de tantos elogios para a série, com multiplayer de primeira e controles afiados.

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