Popular em muitos países como meio de transporte alternativo, a patinete elétrica pode ser uma grande vilã do meio ambiente. Apesar de parecer uma parceira, uma vez que não emite gases poluentes e contribui para a mobilidade urbana, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte afirmam que as emissões de gás carbônico (CO2) para fabricar, enviar, carregar e transportar esses veículos polui mais do que outros tipos de veículos, como ônibus, carro e moto.
Para o estudo, foram avaliadas as patinetes elétricas Bird e Lime. Esta última, inclusive, circula no Brasil. Uma das conclusões mais alarmantes é sobre a vida útil dos veículos. Apesar dos fabricantes garantirem dois anos, os pesquisadores constataram que problemas de fabricação, uso irresponsável e danos causados por vandalismo fazem com que elas não passem de dois meses nas ruas. Isso sem contar casos de furtos, que diminuem o número de patinetes em circulação e exigem reposição.
Em consequência de tudo isso, os fabricantes precisam produzir mais patinetes. Para tanto, é necessário alumínio. Este processo ocorre na China e, de lá, os veículos seguem para outros países. A pesquisa, contudo, analisou apenas o transporte para a cidade de Raleigh, capital da Carolina do Norte. Até que chegassem em seu destino, as patinetes passaram por avião, barco e caminhão.
Nos Estados Unidos, outro agravante: uma vez nas cidades, os veículos são recolhidos todas as noites e, na manhã seguinte, repostos. Para isso, trabalhadores terceirizados usam carros e caminhonetes. O resultado é alarmante: todo este processo emite mais CO2 do que um ônibus urbano, um ciclomotor elétrico, uma bicicleta elétrica e uma bicicleta normal.
A pesquisa também entrevistou adeptos ao uso do veículo, todos moradores de Raleigh. Questionados sobre qual meio de transporte usariam se as patinetes não existissem, 48% disseram que andariam a pé ou de bicicleta e 34% iriam de carro próprio. Apenas 11% optariam por transporte público, como ônibus e metrôs. E 7% não utilizariam nenhum destes ou não realizariam os trajetos.
Após a avaliação, os pesquisadores apresentaram algumas soluções para diminuir o impacto ambiental do uso das patinetes elétricas. Segundo o estudo, "aumentar a vida útil das patinetes, reduzir a coleta e distância de distribuição, utilizar veículos mais eficientes, e estratégias de cobrança menos frequentes, pode reduzir impactos ambientais adversos de forma significativa".
Porém, sem esses esforços, os cálculos dos pesquisadores apontam para um impacto importante no aquecimento global. Os pesquisadores afirmam ainda que, apesar das patinetes serem uma solução eficaz para os engarrafamentos, não reduzem, necessariamente, os malefícios ambientais causados pelo sistema de transporte.
Em resposta ao estudo, a Lime enviou uma nota para a imprensa:
“Agradecemos a pesquisa sobre os benefícios ambientais das novas opções de mobilidade; esse estudo, entretanto, se baseia em g
Via: El País e IOP Science
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