Vontade, criatividade e tecnologia no caminho de quem cria games no país

Ser independente não é fácil, mas tem suas vantagens… e muitos desafios. O mercado dos chamados jogos indie no Brasil cresce e chama cada vez mais atenção. Nos últimos oito anos, o número de empresas que desenvolvem games no país cresceu 600%. Segundo a Associação Brasileira de Games, hoje já são mais de 300 empresas e startups no ramo por aqui; muitas delas, totalmente independentes. Ou seja, longe dos bilhões movimentados pela indústria, com pouca grana e equipes que, muitas vezes, não chegam a 10 funcionários.

Sem qualquer vínculo com o mercado financeiro ou sem necessitar da aprovação de executivos para produzir, os indies têm a liberdade de fugir do convencional, contar novas histórias… arriscar de forma mais autoral. Mas, antes de tudo, o primeiro passo para criar um jogo independente é ter paixão pelo que faz…

O maior desafio, como o de qualquer artista independente, é recurso financeiro. Isso, dinheiro! Todos os independentes, sem exceção, precisam vencer este primeiro "chefão". Muitos viram madrugadas e finais de semana para, fora do horário do trabalho tradicional, tocarem seus projetos. Outros apostam em campanhas de financiamento coletivo online. Afinal, se uma galera se convencer de que o game merece atenção, é possível receber pequenas quantias de bastante gente e produzir algo de qualidade. O grande trunfo, que facilita muito qualquer missão é quando surge o raro apoio de uma grande marca do setor… Mas uma opinião é unânime entre os indies: o governo precisa enxergar neste mercado mais uma oportunidade de desenvolvimento para o país.

Mas só dinheiro também não seria suficiente. O mercado indie está cada vez mais concorrido. É difícil conseguir visibilidade. Uma saída é tentar parcerias para fazer um bom trabalho de marketing. Com o mercado bem saturado, se você tem um jogo pequeno, as chances de ele passar batido nas lojas virtuais são grandes.

Uma das maiores vitórias do mercado independente brasileiro é que a Agência Nacional de Cinema já considera o game como mídia audiovisual. Assim, é possível conseguir algum dinheiro do governo. A Ancine diz que já investiu 20 milhões de reais no mercado nacional nos últimos dois anos. Com essa iniciativa, é bem possíve

... l que nossa realidade, que hoje está anos luz atrás de Japão e Estados Unidos, se torne um pouco mais atrativa de quem ainda vive o mundo dos games por puro amor.
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